Às vésperas da COP 30, comunidades protestam contra obra de via expressa em área ambiental de Belém

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Estradas estão em péssimo estado devido ao tráfego de máquinas pesadas. — Foto: Divulgação

Moradores de comunidades extrativistas bloqueiam desde quarta (9) obra da Avenida Liberdade em Belém. Manifestantes cobram compensações ambientais não cumpridas pelo governo do PA. Obra de 13,3km será inaugurada em outubro, perto da COP 30.

Moradores de comunidades extrativistas interditam desde quarta-feira (9) a construção de uma via expressa que passará pela Área de Proteção Ambiental (APA) Metropolitana em Belém. A avenida tem previsão de ser inaugurada em outubro, às vésperas da COP 30.

Segundo os manifestantes, algumas condicionantes de compensação ambiental não foram cumpridas pelo governo do Estado desde o início da obra da Avenida Liberdade, em junho de 2024.

O g1 tentou contato com o governo, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Para o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, Danielson Costa, a reivindicação prioritária é o acesso imediato ao igarapé usado para abastecimento local.

“Dentro das compensações, cobramos o acesso da nossa comunidade, pela qual eles passaram e destruíram, além da construção de uma UBS e de uma quadra poliesportiva, entre outras solicitações”, afirma.

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O protesto

Participam da manifestação moradores das comunidades Nossa Senhora dos Navegantes, da Beira Rio e Uriboquinha. Juntas, as comunidades somam quase 300 famílias.

Segundo Danielson Costa, o protesto consiste na interdição de um perímetro de aproximadamente três quilômetros. Os moradores fecharam o acesso à comunidade Nossa Senhora dos Navegantes e ao Igarapé Santo Antônio.

“Enxergo esse empreendimento para nós como uma catástrofe ambiental nos aspectos material, moral e também espiritual, porque vamos sofrer com esse impacto pelo resto da vida, que está impactando a fauna, a flora e o meio ambiente”, diz o presidente.

Danielson afirma ainda que muitos moradores já abandonaram as casas à medida que as obras avançam. Para ele, a obra da avenida só trará prejuízos para as comunidades extrativistas.

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“Não vamos ter acesso a ela, já que a avenida terá uma mureta de contenção de 2 metros de altura e não dará passagem para que possamos acessar a via e seguir no sentido Marituba ou Belém”, reclama.

O presidente da associação da comunidade informou que os moradores devem se reunir com representantes do governo nesta sexta-feira (11).

Avenida Liberdade

A Avenida Liberdade é uma nova via expressa de 13,3 km de extensão, projetada para ligar a Alça Viária (PA-483), em Belém, à Avenida Perimetral, em Marituba.

De acordo com o estudo de impactos ambientais, a avenida corta os rios Murutucu, Aurá e o igarapé Pau Grande, todos afluentes do rio Guamá, e passa próximo ao sítio arqueológico do Engenho do Murutucu.

A via deixa duas áreas de floresta protegida desconectadas. Cientistas estão preocupados com o risco de fragmentação do ecossistema e de interrupção no deslocamento da fauna.

A professora Silvia Sardinha, veterinária especializada em vida selvagem e pesquisadora em um hospital universitário de animais que fica em frente ao local onde a nova estrada está sendo construída, expressa suas preocupações.

“Desde o momento do desmatamento, há uma perda. Vamos perder uma área para soltar esses animais de volta à natureza, o ambiente natural dessas espécies”, afirmou.

O governo do Pará argumenta que corredores para a passagem de animais silvestres estão sendo construídos.

Obras Avenida Liberdade em Belém. — Foto: Marcelo Souza/Agência Belém
Obras Avenida Liberdade em Belém. — Foto: Marcelo Souza/Agência Belém

Fonte: g1 PA/Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 11/07/2025/11:15:44

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