Sobrinho que arrancou o coração da tia deixa hospital psiquiátrico em MT para morar em SP

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Lumar Lopes, de 28 anos, confessou o crime à família em Sorriso — Foto: Arquivo pessoal

Após receber alta médica, Lumar Costa da Silva, de 34 anos deverá cumprir medidas de segurança com acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Campinas, no estado de São Paulo.

Lumar Costa da Silva, de 34 anos, que matou e arrancou o coração da tia em 2019, recebeu alta médica e deixará o Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho (CIAPS), em Cuiabá.

Ele passará a cumprir medidas de segurança com acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Campinas, em São Paulo. A decisão foi assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, na última quarta-feira (18), com base em laudos médicos que atestam “estabilidade clínica do paciente”.

Conforme o documento, Lumar deve passar por supervisão constante e um tratamento ambulatorial intensivo contínuo por período indeterminado.

A decisão explica que não há indicação de tratamento em regime de internação, porém ele deve ser acompanhado por uma equipe multiprofissional com médicos psiquiatras e supervisionado por um responsável legal.

A decisão cita ainda que, além de seguir a risca o tratamento, ele não pode se ausentar de Campinas, sem autorização prévia da justiça, está impedido de frequentar lugares como casas de prostituição, casas de jogos ou locais similares, e também não pode ingerir bebida alcoólica ou fazer uso de qualquer entorpecente.

Lumar matou Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em julho de 2019, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Depois, ele levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela. Ele foi absolvido em junho de 2022 e, na época, foi determinado que ficasse internado em hospital de custódia por prazo indeterminado por apresentar risco à sociedade.

Relembre o caso

O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado, à época, André Ribeiro, classificou rapaz como ‘repugnante, monstro e perturbado’.

De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho de 2019 para morar com a tia. No mesmo dia que chegou, o rapaz entregou currículos na cidade. A família dizia que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.

Ele era usuário de drogas e começou a usar entorpecente na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho. A família arranjou uma quitinete para ele e o rapaz se mudou da casa.

No dia 10 de julho ele prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu ‘vozes’ do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.

“Matei e não me arrependo. Eu ouço o universo, o universo fala comigo sempre e me disse: mata ela logo, ela tem que morrer”, declarou, à época.

Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi assassinada em Sorriso — Foto: Arquivo pessoal
Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi assassinada em Sorriso — Foto: Arquivo pessoal

Oito dias depois ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop. Durante a transferência, Lumar foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.

Laudos psiquiátricos

Um laudo entregue à Justiça em 2020 apontou que o sobrinho que matou e arrancou o coração da tia tem transtorno afetivo bipolar e não possui condições de viver em sociedade.

Um segundo laudo foi elaborado. No entanto, a Justiça considerou que foi uma “cópia do primeiro” e também não apresentou a conclusão e nem respondeu aos questionamentos do magistrado. O documento sugeriu que Lumar poderia ter uma patologia, destacou que o profissional de saúde que o acompanha na custódia poderia ser mais preciso no diagnóstico.

O terceiro laudo é do médico psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti. Ele diz que, segundo as diretrizes da 5° edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o homem possui características de Transtorno Afetivo Bipolar.

“Um comprometimento com humor expansível, autoestima grandiosa e atenção a atividades exacerbadamente aumentadas em um período onde apresenta-se mais loquaz que o habitual, seguidos por um período onde há a presença de um humor deprimido associado a sentimentos de inutilidade e pensamentos de morte caracteriza a doença Transtorno Afetivo Bipolar tipo I”, diz trecho do laudo.

Segundo o exame, nos vários tipos do transtorno bipolar, há comprometimento do juízo, da crítica e do autocontrole do paciente. Além disso, podem ser observadas alterações ligadas ao aumento de impulsividade, podendo ter um comportamento incisivo e agressivo.

Lumar relatou ao psiquiatra que fazia o uso de substâncias psicoativas como o LSD. Pacientes que possuem esse tipo de transtorno e faz o uso dessas substâncias têm 10 vezes mais probabilidade de cometer crimes violentos em comparação com a população geral.

“Não restam dúvidas que o periciando padeça de Transtorno Afetivo Bipolar, conforme descrito anteriormente. E é inevitável considerar que o fato do periciando ter feito uso de substancias alucinógenas no dia do crime contribuiu para agravamento do quadro do humor e desenvolvimento dos sintomas psicóticos relatados”, diz a conclusão do laudo.

De acordo com o laudo, Lumar necessita de tratamento psiquiátrico por tempo indeterminado.

 

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Fonte: Tâmara Figueiredo, TV Centro América /Jornal Folha do Progresso  e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 24/06/2025/06:04:54

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