Traficante presa fazia elo do CV carioca com o do Pará; delegado diz que 24 paraenses morreram em confronto no Rio em 4 anos
Juliana Cristina Pinheiro dos Santos, a Jhu do Pará — Foto: Reprodução
Nas redes sociais, Jhu do Pará compartilhava fotos com armas, símbolos da facção criminosa e mostrava que fazia parte do tráfico de drogas na Gardênia Azul.
A traficante Juliana Cristina Pinheiro dos Santos, de 26 anos, é apontada pelas polícias civis do Rio e do Pará como um elo do Comando Vermelho entre os estados.
Ela foi presa no Pará, na operação desta segunda-feira (29) realizada com o Ministério Público e a Polícia Militar.
Nas redes sociais, Jhu do Pará, como é conhecida, compartilhava fotos com armas, símbolos da facção criminosa e mostrava que fazia parte do tráfico de drogas na Gardênia Azul, Zona Sudoeste da cidade.
Suas postagens mostravam fuzis e faziam alusões à facção, como figurinhas de urso (em referência à Tropa do Urso), além da gestão do Comando Vermelho na Gardênia Azul.
Segundo o delegado Moyses Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Juliana era soldado do tráfico da Gardênia Azul.
“A mulher tinha uma ação direta atuando como soldado mesmo, portando fuzil, no tráfico ali na Gardênia. Ela voltou ao Pará havia um mês e vinha fazendo a interlocução do Rio de Janeiro com o Pará”, afirmou durante coletiva de imprensa.
As informações de inteligência indicavam que ela estava prestes a voltar para o Rio de Janeiro.
Juliana, de 26 anos, e nasceu no bairro Cabanagem, em Belém, capital paraense. Após ser presa, ela afirmou aos policiais já ter sido presa por tráfico internacional de drogas na França.
24 paraenses mortos no Rio em quase 4 anos
O delegado Gustavo Fossati, da Polícia Civil do Pará, explicou que a relação entre o Comando Vermelho do Rio e do Pará é bastante intensa, com centenas de faccionados do estado do Norte do país vivendo atualmente no Rio de Janeiro.
“O Comando Vermelho do Pará é uma filial do Rio de Janeiro. Eles recrutam faccionados jovens para atuar aqui no Rio de Janeiro”, afirmou o delegado.
Segundo as investigações, o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e o Complexo da Penha, na Zona Norte, são alguns dos principais pontos onde os traficantes paraenses estão escondidos, muitos deles sem mandados anteriores de prisão.
“Um número para pensar quantos podem estar aqui: de novembro de 2021 até hoje, 24 paraenses morreram em confronto com a polícia no Rio de Janeiro”, acrescentou o delegado.
Ordens de dentro da cadeia
A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) referente à operação desta segunda-feira (29) na Zona Sudoeste contra a expansão do Comando Vermelho (CV) afirma que um chefe da facção, mesmo preso, dava ordens por grupos de mensagem de celular. Glauber Costa de Oliveira, o GL, foi um dos alvos da força-tarefa, que reuniu MPRJ e as polícias Civil e Militar.
O comandante Marcelo de Menezes, secretário estadual da PM, disse que partem da Gardênia Azul e da Cidade de Deus “ações criminosas do CV pelo Estado”.
Até a última atualização desta reportagem, 17 pessoas haviam sido presas — houve represália do tráfico, com fechamento de avenidas. “Tivemos mais uma vez episódios de terrorismo dessa facção criminosa no sentido de impedir as vias. Não há legislação que coíba isso atualmente no país”, declarou o delegado Felipe Curi, secretário estadual da Polícia Civil.
Glauber Costa de Oliveira, o GL, está na cadeia desde 2023. Ele é um dos 22 denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) por associação para o tráfico.
Segundo o MPRJ, GL, apontado como gerente do CV na Grande Jacarepaguá, “emitia diversas ordens e orientações sobre a venda de drogas” mesmo de dentro da cadeia. O Gaeco também identificou 14 “soldados” e 7 “olheiros” do tráfico — todos foram denunciados.
Tiros e barricadas
Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), as tropas de elite da polícia do RJ, foram recebidas a tiros, sobretudo na Gardênia.
Bandidos, em represália, tentaram fechar importantes vias na região:
Na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, que liga a Freguesia à Cidade de Deus, barricadas em chamas interditavam ambos os sentidos. Um caminhão e um ônibus da linha 368 (Riocentro-Candelária) foram tomados e usados como barricada.
Na Avenida Ayrton Senna, na altura do Anil, a pista lateral ficou bloqueada depois que uma mulher roubou as chaves de coletivos das linhas 315 (Recreio-Central) e 415 (Caxias-Barra da Tijuca). Na pista principal, um grupo ateou fogo a entulho, mas a PM interveio e liberou a faixa.
Com as interdições, linhas de ônibus tiveram de mudar de itinerário (veja abaixo).
Parte dos presos chegou a fazer um motorista refém antes de se render. No veículo havia armas e drogas. O sequestrado nada sofreu.
Impactos
A Secretaria Municipal de Educação informou que, na Cidade de Deus, 12 unidades foram impactadas pelas operações policiais em curso. Na Gardênia Azul, foram 4 escolas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 2 unidades de saúde suspenderam temporariamente o funcionamento para a segurança de profissionais e usuários e avaliam a possibilidade de reabertura nas próximas horas.
Outras 3 unidades mantêm o atendimento à população, mas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram canceladas.
Linhas com desvios:
2110 Gardênia Azul-Castelo
315 Recreio-Central
352 Riocentro-Candelária
353 Gardênia Azul-Terminal Gentileza
361 Recreio-Castelo
368 Riocentro-Candelária
565 Tanque-Gávea
613 Vargem Grande-Del Castilho
614 Alvorada-Del Castilho
692 Alvorada-Méier
693 Terminal Alvorada-Méier
829 Gardênia Azul-Freguesia
861 Rio das Pedras-Curicica
862 Barra da Tijuca-Rio das Pedras
863 Barra da Tijuca-Rio das Pedras
880 Alvorada-Rio das Pedras
900 Merck-Downtown
932 Gardênia Azul-Tanque
987 Gardênia Azul-Pechincha
990 Merck-Joatinga
SP613 Riocentro-Del Castilho

Fonte: g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 30/09/2025/07:00:00
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