Deputado é preso sob acusação de mandar sequestrar jornalista da Record
Dois coronéis e um sargento da PM também foram presos por suspeita de envolvimento no crime (Foto:Ascom / Ale-RR
Um caso que ganhou grande repercussão em Boa Vista (RR) no ano passado ganhou mais um capítulo esta semana. O sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, da TV Imperial, afiliada da Record em Roraima, teve um desdobramento nesta sexta-feira, 1º, por conta da prisão, em caráter preventivo, do deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade), apontado como o mandante do crime. As informações são do portal UOL.
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Romano foi sequestrado e torturado em outubro do ano passado, quando era apresentador do programa policial “Mete Bronca”. O parlamentar foi alvo de um mandado expedido pela juíza convocada Graciete Sotto Mayor Ribeiro, do Tribunal de Justiça de Roraima, e cumprido pela polícia na tarde de hoje como parte da Operação Pulitzer. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado, que mantém as informações sobre o caso em sigilo.
A operação mobilizou cerca de 70 policiais civis e militares, além de agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que cumpriram 4 mandados de prisão preventiva e 8 de busca e apreensão em Boa Vista. Juntamente com Renier, também foram presos dois coronéis e um sargento da PM.
Há três semanas, outros seis homens foram presos por suspeita de participação no crime. Cinco são policiais militares, incluindo um coronel da reserva — e todos são ex-funcionários do deputado. Renier foi presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, cargo que deixou em 2020. “Ao meu ver, é uma condução caluniosa que está sendo feita comigo, mas vou respeitar a missão da Polícia”, disse ele, que ainda terá a prisão analisada pela Assembleia Legislativa de Roraima já que, na condição de deputado estadual, possui imunidade parlamentar.
Entenda o caso
Romano dos Anjos foi levado da própria casa na noite do dia 26 de outubro do ano passado no próprio carro. O veículo foi incendidado e encontrado pela polícia cerca de uma hora depois. O jornalista teve as mãos e pés amarrados com fita, a cabeça coberta com um capuz, e passou a noite em uma área de pasto na região do Bom Intento, zona rural de Boa Vista.

Depois de ter sido agredido a pauladas e abandonado pelos bandidos, Romano conseguiu tirar a venda dos olhos com o braço e soltar os pés. Mesmo ferido e com o braço quebrado, ele conseguiu andar e foi encontrado por um funcionário da Roraima Energia na manhã do dia 27. A polícia foi acionada e fez a escolta de Romano até o Hospital Geral de Roraima (HGR), onde recebeu atendimento médico.
Quatro dias após o sequestro, o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), foi até a Polícia Federal pedir que a instituição investigasse o crime, afirmando que o jornalista havia citado ele e um senador no depoimento à Polícia Civil. Em 28 de janeiro, a Polícia Federal em Roraima divulgou nota à imprensa informando que pedido havia sido indeferido por não se verificar elementos que subsidiassem atribuição da corporação no caso.
O sequestro passou a ser investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil que, no dia 16 de setembro passado, deflagrou a operação Pulitzer, na qual foram presos sete militares que trabalhavam para o deputado Jalser Renier (Solidaridade), à época presidente da Assembleia Legislativa de Roraima.
As apurações preliminares sobre o sequestro e tortura do jornalista apontaram para provável crime “motivado por vingança ou represália ao modo de atuação jornalística, tendo em vista que a vítima realizou diversos ataques e críticas ao trabalho de Renier.” O inquérito apontou o parlamentar como líder de uma organização criminosa que atuava dentro da Ale/RR, com participação, em grande parte, de policiais militares conhecedores de técnicas e de inteligência policiais, todos lotados na Casa.
Em novembro, cerca de um mês após o sequestro do jornalista, Jalser Renier ameaçou o governador do estado, Antonio Denarium (PP), para que ele barrasse as investigações, informação essa confirmada pelo deputado Soldado Sampaio (PCdoB), que à época era chefe da Casa Civil de Denarium e prestou depoimento sobre a ameaça ao MPRR.
Fonte>O Liberal
01.10.21 22h19
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