Marinha intensifica fiscalização à costa paraense

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Objetivo é afastar os riscos de naufrágios durante as viagens fluviais nas férias

Belém é cercada de rios e, quando chega o verão, essas águas exercem uma atração sobre as populações que vivem às suas margens. Seja para um belo passeio de lancha ou de jet ski, as conhecidas motos aquáticas, ou apenas como mais um meio de transporte, as pessoas precisam estar atentas para as normas de segurança específicas. Para garantir o cumprimento da lei e a segurança dos veranistas durante o mês de julho, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), intensificará as ações de inspeção naval e promoverá ações educativas voltadas à salvaguarda da vida humana, segurança da navegação e à prevenção da poluição do meio hídrico.

Em julho, o fluxo de embarcações na Amazônia Oriental aumenta significativamente em razão das férias escolares. Milhares de pessoas rumam para as belas praias da Ilha do Marajó ou outros municípios e distritos mais próximos. Para alguns – proprietários de barcos, lanchas e motos aquáticas -, a própria baía do Guajará ou o rio Guamá são os locais escolhidos para o veraneio. Esse trânsito intenso nos rios gera riscos, que precisam ser levados em conta para que o passeio de férias não se torne um problema.

Ao contrário do que muitos pensam, quem é habilitado para dirigir carros ou motos não está automaticamente apto a pilotar uma lancha ou uma moto aquática. “Vemos esse tipo de raciocínio em algumas pessoas, mas seguindo esta linha de pensamento, seria igualmente fácil pilotar um avião ou até um foguete”, brinca o capitão dos portos da Amazônia Oriental, comandante Sérgio Duarte. “A rua e a água são meios muito diferentes. Por exemplo, você não pode frear na água, o que fazer então na necessidade de parar o veículo? Fazer curvas na água também é um processo completamente diferente”, alerta.

Conduzir sem estar devidamente habilitado pela Capitania dos Portos, aliás, é a infração mais comum flagrada pelas fiscalizações da operação. Nestes casos, a embarcação só é liberada se um condutor habilitado se apresentar para pilotá-la e o proprietário dela vai responder a um processo administrativo por permitir o descumprimento da lei. Desde o início do mês, em 80 abordagens, dez embarcações foram notificadas por algum tipo de irregularidade e cinco delas foram apreendidas.

SUPERLOTAÇÃO

Entre os barcos que fazem transporte de passageiros, a transgressão mais comum é a lotação acima do permitido. “Tem gente que implora para embarcar e, se não permitimos, nos xingam. Eles não compreendem que estamos agindo assim para a segurança deles mesmos”, ressalta o comandante do barco Expresso Regional II, Rui Charles, de 49 anos, que transporta passageiros entre a capital e o município de Barcarena. O barco deles foi alvo de uma das fiscalizações da Operação Verão, que não verificou nenhum tipo de infração.

Embora esteja atuando dentro do regulamento, Rui admite já ter visto muitos colegas de profissão ignorarem as regras. “Às vezes, a pessoa acha que não vai acontecer nada. Porém, gostaria de lembrá-los que nós somos os responsáveis caso qualquer coisa aconteça. Por exemplo, agora, se eu não estivesse dentro da lei, poderia ter o barco apreendido e como iria trabalhar? Precisamos estar atentos a isso também”, observa.

O consumo de álcool por parte dos condutores de veículos aquáticos também não é tolerado. Para prevenir abusos, as equipes de fiscalização estão munidas de etilômetros. “Isso, infelizmente, é um comportamento muito comum aos finais de semana”, aponta o comandante Duarte. “Conduzir uma embarcação ébrio pode ter as mesmas consequências desastrosas de se dirigir um veículo nestas condições”, diz.

Além das ações já destacadas, a Operação verão inclui também a fiscalização visando a prevenção dos acidentes com escalpelamento. Em 2014, até agora, três acidentes foram registrados no primeiro semestre, segundo informações da Santa Casa de Misericórdia, responsável pelo atendimento das vítimas. “A campanha inclui a conscientização e também a instalação de cobertura nos eixos de forma gratuita”, avisa o comandante.

A Operação Verão seguirá durante todo o mês de julho. Cerca de 90 militares, utilizando seis embarcações e seis viaturas trabalharão diariamente. As atividades de inspeção naval serão desenvolvidas em 21 municípios do Pará, entre eles Belém, Barcarena, Moju, Vigia, Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Marabá, Soure, Salvaterra, São Miguel do Guamá, São Félix do Xingu, Igarapé-Miri, Cametá, Salinópolis, Muaná, Marapanim, Tucuruí, Breu Branco, Portel, Melgaço e Breves.

Mesmo com a fiscalização ostensiva, a Marinha do Brasil pede que a população participe da campanha, informando qualquer situação que possa afetar a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e vias navegáveis ou que represente risco de poluição ao meio hídrico, através do Disque Segurança da Navegação: 0800-280-720.

Fonte: ORMNews.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato  Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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