Trecho da BR-163, no PA, tem a maior concentração de atropelamento de antas no país
A espécie Tapirus terrestris, a anta, é considerada ameaçada de extinção e está na categoria vulnerável — Foto: Toni Mendes/ TG
MPF recomendou o Dnit e o Ibama para cumprir a condicionante de garantir a segurança dos animais na pavimentação da rodovia, que corta áreas de reserva ambiental no estado.
O número de animais atropelados na rodovia BR-163, no trecho entre o Parque Nacional do Jamanxin e a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, no sudoeste do Pará, é assunto de uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF).
De 2015 a 2018, 51 antas foram mortas atropelas nos trechos asfaltados da estrada, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). O trecho onde mais ocorrem os atropelamentos fica entre os quilômetros 6 e 76 e é a maior concentração de antas atropeladas de todas as estradas do país, segundo o instituto.
A rodovia é pavimentada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o licenciamento é feito pelo Ibama. Entre as condicionantes está a garantia da segurança da fauna das áreas protegidas que são atravessas pela estrada.
Tanto o Ibama quanto o Dnit foram recomendados pelo MPF a tomar medidas urgentes para cumprir os requisitos e proteger os animais.
O G1 solicitou posicionamento ao Dnit e ao Ibama e aguarda retorno.
Segundo o MPF, a espécie Tapirus terrestris, a anta, é considerada ameaçada de extinção e está na categoria vulnerável. O ICMBIO aponta que a morte de tantos animais adultos por atropelamento pode acelerar os riscos e acarretar consequências genéticas graves para a população de antas e de outros vertebrados.
Todas as medidas cobras pelo MPF devem ser comprovadas documentalmente em até dez dias. São elas:
*sinalização efetiva e construção de passagens de fauna;
*sinalização nos trechos onde há maior registro de atropelamento de fauna com placas de limite de velocidade;
* instalação de radares nos trechos asfaltados da rodovia, nos locais onde ela atravessa o Parque Nacional do Jamanxim e a Reserva Biológica Nascentes Serra do Cachimbo;
* instalação de telas, cercas guias e passagens secas em todas as passagens de fauna entre os quilômetros 6 e 100 da BR-163;
e o monitoramento permanente da situação por meio de campanhas de amostragem.
Por G1 PA — Belém
24/10/2019 22h20
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