Após perderem o emprego, médicos cubanos sobrevivem vendendo churrasquinhos em Itaituba

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Humberto Soto e Miguel Angel, médicos, trabalham juntos na venda de espetinhos. – Foto: Valnir Brito

“Tantas pessoas doentes precisando de um médico e aqui tem dois vendendo espetos”, desabafam médicos que decidiram ficar no Brasil com a promessa de asilo e oportunidade de trabalho.

O médico cubano Humberto Soto Armand foi enviado ao Pará em 2014 para atuar pelo programa Mais Médicos do Governo Federal. Há dois anos, casou com a professora brasileira Suleni Oliveira em Itaituba. Atualmente, diante da falta de posicionamento do governo em relação aos médicos cubanos, eles vivem de incertezas.

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Médico cubano Humberto Armand se casou com a professora brasileira Sulene Oliveira. — Foto: Sulene Oliveira

Sem emprego, Humberto e seu amigo cubano Miguel Angel Martinez Elias, de 29 anos, estão vendendo churrasquinho na rua para sobreviverem. Antes de precisar trabalhar com churrasquinho, Humberto atuava nas aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Tapajós, que ficam distantes três dias da sede do município de Itaituba. “Tantas pessoas doentes precisando de um médico e aqui tem dois vendendo espetos”, desabafa.
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Eles relatam que em novembro, com o fim da parceria entre os governos brasileiro e cubano, decidiram ficar no Brasil com a promessa de asilo e oportunidade de trabalho. “Eles estão desertados de Cuba, proibidos de voltar por oito anos. Esse é o desespero deles. Estão todos desempregados, se virando aqui para poder se manter no município”, relata Suleni, que devido o casamento com um cubano, é próxima dos médicos estrangeiros.

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Venda localizada na segunda travessa do bairro Floresta. Foto: Valnir Brito

Miguel trabalhava desde 2017 com os indígenas. É casado e com mulher grávida, ele espera poder voltar a trabalhar na profissão.. “Eu fiquei no Brasil porque me apaixonei pelas possibilidades que o novo governo expressou que daria para nós, médicos humanitários.” diz Miguel.

Pelo menos nove médicos, que atuavam no interior do Pará, passam situação situações similares, trabalhando em supermercado embalando compras ou fazendo serviços gerais, alugando cama elástica para festas infantis entre outros bicos.

A diretora operacional da Secretaria Municipal de Saúde de Itaituba, Greice Fernandes, explica que as vagas deixadas pelos médicos cubanos ainda não foram preenchidas por brasileiros, que desistem após tomarem conhecimento da distância até o local de trabalho.

“Nós tínhamos cinco vagas e só uma foi preenchida, na época do edital para médicos com CRM. Ele está lotado na comunidade Campo Verde, distante 30 km da sede. Todas as outras vagas foram preenchidas, mas quando eles perguntaram onde era, desistiram por causa da distância. Estamos com cinco áreas garimpeiras e ribeirinhas descobertas”, afirma a diretora.
Para Greice, os médicos cubanos estão fazendo falta no município.

Por: Portal Giro

Fonte: Portal Giro com informações de G1.com

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