Caso Cunha- Deputados paraenses dizem que renúncia é manobra.

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Para Jordy, situação de Cunha é irreversível; Passarinho diz que renúncia causa alívio e Zé Geraldo acusa “esquema” (Foto: Reprodução)
A renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara, ontem, gerou repercussão política entre parlamentares da bancada federal do Estado do Pará. O deputado Arnaldo Jordy (PPS), que  esteve no primeiro grupo de deputados a denunciar o ex-presidente da Câmara à Corregedoria da Casa, em outubro de 2015, após as primeiras denúncias feitas pela Lava Jato, afirmou que a renúncia de Cunha é mais uma manobra do deputado, que, ao deflagrar o processo sucessório na Câmara, tenta tirar o foco da sua própria cassação.

“Se há alguma proposta de salvar Cunha em troca desta renúncia é puro devaneio. A situação dele é irreversível. Abrir mão do cargo na Mesa não atenua em nada sua condição perante os colegas. Ou cassamos o deputado que é alvo de quase uma dezena de inquéritos no STF, ou a imagem da Câmara vai para a sarjeta”, disse. Outra meta de Cunha, segundo Jordy, é influenciar na escolha do próximo presidente da Câmara, algo que seria muito ruim para a Casa. “A Câmara deve procurar um candidato que não tenha vínculo com o Eduardo Cunha, nem com o ‘Centrão’, que é uma criação do Eduardo Cunha”, disse Jordy, sobre o grupo que parlamentares que fazia parte da base dos governos petistas, e que agora apoia Michel Temer.

O deputado Zé Geraldo (PT), um dos principais opositores de Cunha no Conselho de Ética, onde foi aprovado o relatório pela cassação do mandato do ex-presidente da Casa, também defende que a renúncia faz parte de um grande esquema político. “Essa renúncia já era esperada. Ela estava sendo negociada, porque ela é uma forma de resolver a situação do governo aqui na Câmara, dado que o rendimento da Casa está menor, enquanto não se tem um presidente legitimamente eleito, e, ao mesmo tempo, uma manobra de jogar para o segundo semestre a cassação do Eduardo Cunha”, explica. Segundo o petista, a intenção, com uma nova eleição na Casa nesse momento, é empurrar para o segundo semestre o processo de cassação.

“Semana que vem vamos entrar em recesso e na volta nós vamos entrar em um período intenso de campanha eleitoral nas cidades, que vai durar, pelo menos, 90 dias ou mais. Então, vamos discutir e eleger um novo presidente tampão nos próximos dias. E já há um pacto entre algumas forças aliadas do presidente Cunha, que já tem tudo acordado entre eles para salvar o mandato dele, ou seja, de não ter o processo de cassação aqui no plenário da Câmara. Isso é o que eles estão trabalhando. Mas do outro lado, nós teremos, com certeza, uma cobrança muito grande da sociedade, que não vai aceitar calada tudo isso, e nem nós da oposição que também não aceitaremos”, reforça.

Para Joaquim Passarinho (PSD), a Câmara dos Deputados se viu aliviada com renúncia de Eduardo Cunha da presidência. “Foi a melhor que podia ter acontecido. A Casa está paralisada pela ineficiência do presidente em exercício (Waldir Maranhão), que não toma decisões coerentes e muda de posição a todo momento. Quando o presidente não tem o respaldo do seus pares, o trabalho é completamente dificultado. Então, o alívio que nós temos agora é de poder eleger um presidente para o final desse mandato e a gente poder voltar a trabalhar no ritmo em que estávamos trabalhando antes”, comemora o parlamentar, que acredita que qualquer tentativa de manobra por parte de Eduardo Cunha não terá efeito para salvar o seu mandato. “Creio que essa decisão não deva interferir no seu processo de cassação”, disse.

Por O Liberal

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