Chuvas no Pará só devem diminuir na metade deste mês

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Chuvas retomam médias de 40 anos atrás, com até 70% acima da média

Um aumento entre 50% e 70% nos índices pluviométricos dos meses de fevereiro, março e abril está configurando o retorno de um mecanismo de chuvas que incidia sobre a Região Metropolitana de Belém há 30 ou 40 anos. A informação é do diretor do Instituto Nacional de Meteorologia no Pará (Inmet-PA), José Raimundo Abreu. Assegurando que neste mês de abril o índice será superado com facilidade, Abreu advertiu ontem que continuará chovendo na RMB, com previsão de água em 26 dos 30 dias do mês. As chuvas só devem diminuir em meados de abril, disse ele.

Nos quatro primeiros dias de abril a precipitação foi de 110mm e a expectativa para o mês todo é de 356.4mm. Só na última segunda-feira, 3, choveu 38 mm, e no domingo 41 mm. “Mudou o mecanismo de chuvas”, explicou o especialista. “Estamos observando a volta de um mecanismo de chuvas muito rigoroso”. Segundo ele, isso tem origem provável num fenômeno que acontece no Oceano Pacífico Equatorial, denominado Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), que ocorre em ciclos de 20, 30, 40 anos anos. “Neste momento, estamos vivendo a fase fria do ODP’’, afirmou.

Com 100 anos de pesquisas sobre dados meteorológicos, o Inmet Pará registra, nos últimos 30 anos, a média de 412.5mm, em fevereiro, de 447mm, em março, e de 356mm abril. O mês de janeiro tem média histórica de 385.5mm. Segundo Abreu, às vezes os meses revezam estes índices, com predominância no mês de março. Só que o comportamento diferenciado de 2017 incluiu um janeiro com volume de 598.9mm. “Dos 31 dias do mês choveu em 25 dias’’, enfatizou o meteorologista, recordando que isso ocorria com naturalidade há 30, 40 anos.

As médias também foram superadas em fevereiro, quando choveu 597.9mm, com chuvas em 26 dos 28 dias; e março, quando choveu 686mm, com água em 28 dos 31 dias, na Grande Belém. Na faixa litorânea também choveu muito, sobretudo em Salinas, Bragança, Marudá e Curuçá, e também no Baixo Tocantins e até em parte da Transamazônica, a exemplo de municípios como Altamira e Uruará, garantiu José Raimundo Abreu.

A capital paraense viveu climas semelhantes entre os anos de 1948 a 1975, recordou Abreu, que estuda a ODP desde os anos 2000, em conjunto com o cientista Luiz Carlos Baldicero Molion, meteorologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas.

Segundo o meteorologista, não estão acontecendo os fenômenos El Niño ou La Niña, mas as águas estão aquecidas na costa do Equador, o que influencia na circulação atmosférica e ajuda na formação de mais chuvas na região, onde existe a zona de convergência intertropical ativa. Abreu assegurou que, para abril, a população pode esperar chuvas de 30% a 40% acima da média, com céu de encoberto a nublado.

Além disso, nos primeiros meses de 2017 a temperatura da RMB diminiu. “Está mais frio, sim, sobretudo considerando que nossa temperatura média tem histórico de oscilação entre 32 e 33 graus, e agora temos tido máximas de 28 a 30, com mínimas de até 22 graus à noite’’, informou. ‘’Já vi nesses relógios de rua 20 graus à noite. Esses relógios de rua sofrem a ação do meio, recebem diretamente tanto a incidência solar, quando está mais quente, como os ventos, quando está mais frio. Nas estações de monitoramento, os relógios estão protegidos. Então, realmente está mais frio em Belém’’, concluiu.

Fonte: ORMNews.
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