Collor se diz desconfortável em votar o impeachment de Dilma.

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Para Collor (PTC-AL), matriz econômica era ‘descabida e insustentável’ – Moreira Mariz / Agência Senado
Brasília – Afastado por um processo de impeachment em 1992, o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) fez um pronunciamento hoje na tribuna do Senado para dizer não terá outra alternativa que não seja votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas não adiantou seu voto. No pronunciamento, Collor apresentou uma proposta de 19 páginas denominada “Brasil: diretrizes para um plano de reconstrução nacional”, que será encaminhada ao presidente da República “seja ele quem for”.

A proposta prevê reforma política, reforma da política externa, educacional , econômica e a adoção do Parlamentarismo. Ao contrário da “degradada” situação que precede o impeachment de Dilma, Collor disse que, a despeito da interrupção de seu mandato, seu governo deixou um legado “positivo”.

Sobre o impeachment, Collor disse que não se sente a vontade de votar o impeachment de uma presidente que pertence ao partido que liderou seu processo de cassação, mas não o fará com espírito de “vindita”.

Collor disse que não é nada confortável para ele rememorar e, menos ainda, reviver, mesmo que em outra trincheira, momentos como o do impeachment.

— Não me sinto à vontade neste papel, até porque não carrego mágoas e, menos ainda, sentimentos de vindita. Entretanto, diante da autorização da Câmara para a instauração do processo aqui no Senado Federal, não terei alternativa — discursou Collor.

O ex-presidente disse que há tempos detectou e alertou para a falta de sincronia, de receptividade e de diálogo do Executivo com o Congresso Nacional. Disse que desde 2012 , da tribuna, vem chamando a atenção para o esfacelamento institucional do País, para os conflitos entre os seus poderes, para o empoderamento de órgãos auxiliares, para o paradoxo da legitimidade versus credibilidade nos poderes da União. Mas seus alertas não foram levados em conta, chegando a atual situação.

— O tempo e o presente quadro de degradação do País me deram razão. Porém, o que perdurou foi a postura de sempre: me ouviram, mas não me escutaram. O governo continuou a agir exatamente de forma isolada e inversa aos inúmeros conselhos e alertas advindos deste Congresso Nacional. Aliou-se a insensibilidade política à fragilidade de uma matriz econômica descabida e insustentável — disse Collor.

Por O Globo

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