Cosanpa seria moeda de Helder-Companhia fazia parte de negociata entre Barbalho e a Odebrecht

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Companhia fazia parte de negociata entre Barbalho e a Odebrecht
Foto: Tarso Sarraf / Arquivo O Liberal – A empreiteira Odebrecht liberou R$ 3,7 milhões para a campanha de Helder Barbalho (PMDB) ao governo do Pará em 2014, sendo R$ 2,2 milhões em doações legais, registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e mais R$ 1,5 milhão de caixa dois. O filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) chegou a pedir R$ 30 milhões via caixa dois, mas teve o pedido negado, segundo o delator Mário Amaro da Silveira, executivo da empreiteira.

Em contrapartida, caso tivesse sido eleito, Helder Barbalho facilitaria a privatização da Companhia de Águas do Pará (Cosanpa) para a própria Odebrecht, num jogo de cartas marcadas, conforme denunciaram em delação premiada os ex-diretores da Odebrecht Ambiental Fernando Reis e Mario Amaro da Silveira.

O filho de Jader Barbalho foi derrotado nas urnas por Simão Jatene (PSDB-PA), em segundo turno, por mais de 120 mil votos de diferença e a negociata foi para o espaço. Até hoje, dois anos e quatro meses depois de reeleito, Jatene mantém a Cosanpa como estatal e o jornal da família Barbalho defende com unhas e dentes a privatização da Cosanpa, o que não aconteceu.

A Odebrecht Ambiental já administrava, em 2014, os serviços de abastecimento de água em onze municípios do sudeste do Pará e manobrava para conseguir a concessão em Marabá, que à época era governada pelo prefeito João Salame Neto (PMDB).

Esse jogo de toma lá, dá cá entre Helder Barbalho e a Odebrecht está sendo investigado desde o dia 4 de abril passado por determinação do ministro Edson Fachin, relator dos inquéritos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

Coube ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requerer a abertura de inquérito para investigar os fatos relacionados ao envolvimento do hoje ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e ao senador Paulo Rocha (PT-PA), em razão das declarações prestadas, em delação premiada, por Fernando Reis e Mário Amaro da Silveira.

Segundo o Ministério Público, os dois colaboradores da Odebrecht denunciaram o pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, caixa dois, no âmbito da campanha eleitoral de Helder Barbalho ao governo do Pará em 2014. “Os valores teriam sido solicitados pelo próprio candidato (Helder), além do senador da República Paulo Rocha e do ex-prefeito de Marabá João Salame. Narra-se que teriam sido repassados 1.500.000,0 (um milhão e quinhentos mil reais), em 3 (três) parcelas, bem como que tais doações foram implementadas por meio do Setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht, sendo o beneficiário identificado no sistema “Drousys” com o apelido de Cavanhaque”, afirma Rodrigo Janot em sua denúncia.

Esses repasses funcionariam como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no Pará, notadamente na área de saneamento básico, espaço em que a empresa almejava atuar como concessionária. A Odebrecht pagou pelo menos R$ 24,5 milhões por meio de propina e caixa 2 para políticos de 12 estados do país com o propósito de conseguir contratos na área de saneamento básico. A empresa chegou a financiar campanhas de candidatos rivais e a distribuir pagamentos em cidades com menos de 20 mil habitantes na tentativa de fechar acordos para a Odebrecht Ambiental. A empresa foi vendida para um grupo canadense no fim do ano passado.

Só no Pará, a empresa doou R$ 1,5 milhão em 2014 a Helder Barbalho, então candidato ao governo, o senador Paulo Rocha  e o ex-prefeito de Marabá, João Salame (PROS-PA). Os repasses “funcionariam como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no estado, notadamente na área de saneamento básico, espaço em que almejava atuar como concessionária”, segundo despacho de Fachin, que autorizou abertura de investigação.

Por: O Liberal
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