Doze policiais já estão presos pela chacina de Pau D’Arco, diz PF

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Justiça determinou a prisão de 13 policiais suspeitos de envolvimento no crime. Um PM falta ser preso; ele deve se apresentar na sede da Polícia Federal em Redenção nesta terça (11).

Doze dos treze policiais que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça por suspeita de envolvimento na chacina de Pau D’Arco estão presos em Belém, segundo a Polícia Federal. Apenas um dos mandados de prisão de um policial militar ainda não foi cumprido. Segundo a PF, o PM está em Redenção e ficou de se apresentar nesta terça-feira (11). Ele deve ser transferido para a capital assim que for preso.

A Justiça do Estado do Pará acolheu o pedido de prisão temporária feito pelo Ministério Público contra 11 policiais militares e 2 civis por suspeita de participação na morte de 10 trabalhadores rurais que ocupavam a fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, sudeste do estado, no dia 24 de maio. A prisão temporária tem validade de 30 dias, e pode ser prorrogada por mais 30.

Nove policiais, sendo um civil e oito militares, se apresentaram na segunda-feira (10) em Redenção. Eles foram trazidos para Belém na em dois aviões: um avião da Polícia Federal e um do Governo do Estado. Outros três suspeitos, um civil e dois militares, já estavam em Belém e se apresentaram.

Os policiais militares fizeram exames de corpo de delito e foram levados para o presídio de Americano e para uma área da Polícia Ambiental. Os policiais civis foram levados para o quartel do Corpo de Bombeiros.

Em entrevista coletiva, o secretário de segurança do Pará, Jeanot Jansen, informou que não ficou surpreso com o pedido de prisão temporária dos policiais. Ele informou que irá aguardar a conclusão do inquérito para se manifestar sobre o caso.

Mandados de prisão

A prisão dos 13 policiais foi pedida pelos promotores de Justiça de Redenção Alfredo Martins de Amorim, José Alberto Grisi Dantas e Leonardo Jorge Lima Caldas. Os policiais que tiveram prisões temporárias determinadas pela justiça são:

– Advone da Silva;
– Carlos Gonçalves de Souza;
– Cristiano da Silva;
– Douglas da Silva Luz;
– Euclides Lima Júnior;
– Jonatas Pereira e Silva;
– Neuily Sousa da Silva;
– Orlando Cunha;
– Welington Lira;
– Ricardo Moreira;
– Rodrigo de Souza;
– Rômulo Neves;
– Ronaldo Silva.

A defesa dos dois policiais civis que tiveram prisão decretada informou que não irá se manifestar. Já o advogado dos 11 PMs informou, por telefone, que recebeu com perplexidade a decisão, já que os policiais militares estão colaborando com as investigações. Ele disse que irá recorrer da decisão.

A chacina

A chacina de Pau D’Arco, como o crime ficou conhecido, aconteceu no dia 24 de maio, na fazenda Santa Lúcia. Um grupo de policiais civis e militares foi até a fazenda para dar cumprimento a mandados de prisão de suspeitos de envolvimento na morte de Marcos Batista Ramos Montenegro, um segurança da fazenda que foi assassinado no dia 30 de abril.

De acordo com a polícia, os assentados tinham um arsenal de armas de fogo e reagiram à presença dos policiais. Houve troca de tiros, que resultou nas mortes. Mas familiares das vítimas e sobreviventes alegam que a ocupação da fazenda era pacífica, que os policiais chegaram de forma truculenta e atiraram sem provocação.

Segundo a Comissão de Direitos Humanos da Alepa, no dia em que os posseiros foram mortos, policiais envolvidos na operação retiraram os corpos antes que a perícia fosse realizada.

Perícia e reconstituição

A Polícia Federal realizou a reconstituição para levantar o que ocorreu na fazenda Santa Lúcia. Sessenta atores participam da reconstituição, considerada a maior reprodução de crime já realizada pelos policiais do Pará. Além dos atores, uma equipe de peritos criminais federais de Belém e Brasília, Policiais Civis e Militares e peritos criminais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves também acompanharam a reconstituição.

Sobreviventes disseram que os posseiros foram executados. Policiais que participaram da operação afirmaram que houve confronto.

A perícia feita nos corpos concluiu que nove posseiros foram baleados no peito e uma mulher atingida na cabeça com um tiro à queima-roupa. Ainda segundo os peritos, não havia marcas de bala nos coletes dos policiais.

Outra morte

Na sexta-feira (7), o agricultor Rosenilton Pereira de Almeida foi assassinado no município de Rio Maria, no sul do Pará. A Polícia Civil disse que investiga se o assassinato de Rosenilton tem ligação com as mortes dos dez posseiros na fazenda Santa Lucia.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, Rosenilton liderava um grupo de camponeses que voltou a ocupar a fazenda há quinze dias. Testemunhas disseram que dois homens em uma moto abordaram Rosenilton quando ele saía desta igreja. Ele foi assassinado com quatro tiros.

Fonte: G1 PA.
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