‘Nunca vi uma cena dessa’, diz biólogo sobre a tartaruga carregada por homem em rua da Zona Sul do Rio

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Homem abordado por policiais com uma tartaruga debaixo do braço, no Flamengo — Foto: Reprodução

Pelas imagens, ele calculou o peso e a idade do animal e alerta sobre o perigo do manuseio e a importância de protegê-las por meio de legislações nacionais, devido à sua relevância ecológica

 

Na última segunda-feira, um homem, que aparentava viver em situação de rua, foi flagrado deixando a Praia do Flamengo, na Zona Sul do Rio, carregando uma tartaruga marinha nos braços. O animal, resgatado por policiais militares do 2º BPM (Botafogo), pesa cerca de 15 quilos, tem aproximadamente 10 anos e, de acordo com um biólogo que analisou o vídeo compartilhado nas redes sociais, pertence à espécie tartaruga-verde, que representa a maioria das tartarugas da região do Flamengo.

— A tartaruga do vídeo deve ter se recuperado bem, se ela não tiver sofrido nenhum trauma mais severo. Como as imagens são de bem longe, parece que ela tem uns 15 quilos, e pelo tamanho uns 10 anos, mas é impossível de afirmar com certeza. O que posso afirmar é que 99,99% das tartarugas da região são tartarugas-verdes — contou o biólogo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano.

O Instituto Mar Urbano, em parceria com Caminho Marinho, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), a Fiocruz e a Universidade Federal Fluminense (UFF), desenvolve o projeto “Tartarugas Cariocas”, que monitora a saúde das tartarugas da Baía de Guanabara há três anos. Nesse período, 230 tartarugas já foram capturadas e analisadas. No ano passado, só na Praia do Flamengo, 75 tartarugas-verdes foram capturadas.
Tartaruga na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro — Foto: Custódio Coimbra
Tartaruga na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro — Foto: Custódio Coimbra

De acordo com Ricardo Gomes, o roubo de tartarugas marinhas não é algo comum, mas diz que interferir ou tocar em tartarugas marinhas pode comprometer sua saúde e alterar seu comportamento natural. Ele ressalta que, mesmo em atividades de turismo ecológico, é essencial respeitar os animais, mantendo uma distância segura e seguindo as orientações de autoridades e guias ambientais.

— Nunca vi uma cena dessa, é raríssimo. No Brasil, existem regulamentações rigorosas que proíbem o manuseio, o toque e qualquer tipo de interferência inadequada com tartarugas marinhas. Esses animais são protegidos por legislações nacionais devido à sua relevância ecológica e ao seu status de conservação — disse o biólogo.

Entre as principais normas está a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), que protege a fauna silvestre, incluindo as tartarugas marinhas. Qualquer ato de molestar, capturar, perseguir ou causar danos a esses animais é considerado crime ambiental, sujeito a penalidades que incluem multas e até prisão.

Outra iniciativa importante é o Plano de Ação Nacional para Conservação das Tartarugas Marinhas (PAN-Tartarugas Marinhas), elaborado pelo ICMBio. Esse documento organiza estratégias para proteger as tartarugas marinhas e enfatiza a necessidade de evitar qualquer contato físico não autorizado com elas.

Em nota, a Polícia Militar do Rio informou que, na segunda-feira, uma equipe do 2º BPM (Botafogo) foi acionada por pessoas que relataram que um homem, aparentemente em situação de rua, estava carregando uma tartaruga marinha no Aterro do Flamengo. Os agentes localizaram o suspeito, que fugiu após entregarem o animal. A equipe afirmou ter devolvido a tartaruga ao mar.

Cena inusitada evidencia crimes ambientais na região

Para os moradores do bairro do Flamengo, a cena que chamou atenção nas redes sociais joga luz sobre os crimes ambientais que ocorrem na região, principalmente no Parque do Flamengo. Segundo a presidente da Associação dos Moradores do Flamengo, Bebel Franklin, quem mora no local sempre se depara com “muitas pequenas irregularidades que acontecem pela falta da presença do poder público”. Segundo ela, a Associação trava uma luta por mais fiscalização.

— A tartaruga foi um milagre de Deus mesmo, porque o cara sair lá da praia, andar aquela rua toda, e ter essa pessoa que filmou, além da polícia ali, foi realmente um milagre, se não ele tinha carregado a tartaruga para fazer sabe-se lá o quê. Infelizmente as coisas só vem piorando. Eu recebi mais denúncias até aluguel de churrasqueira. No parque, churrasco é proibido. Tem também a questão dos ensaios de formatura, que nunca tem fiscalização quando eles soltam aqueles lança confetes, eles vão todos para água, exatamente onde ficam as tartarugas — disse a representante dos moradores.

 

Fonte: Anna Bustamante — Rio de Janeiro e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 17/01/2025/14:20:27

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