Para MPF, outros políticos do PMDB foram beneficiados por esquema de propinas

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Em foto tirada em 2008, o então governador Sérgio Cabral abraça o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani Foto: Rogério Santana / Divulgação

Na petição em que pede a prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que há indícios de que “recursos ilícitos alimentaram financeiramente outros políticos e campanhas eleitorais vinculadas ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)”. A Operação Calicute, que prendeu o ex-governador e dois ex-secretários estaduais nesta quinta-feira, deixou a Assembleia Legislativa do Rio de cabelo em pé, segundo o blog “Extra, Extra”.

De acordo com o MPF, a responsável pelo setor financeiro da Carioca Engenharia, Tânia Fontenelle, forneceu e-mails que comprovam que Carlos Miranda, apontado como um dos operadores financeiros do esquema, fazia pedidos e indicava as contas a serem utilizadas para depósitos em favor do PMDB.

Já o executivo Roberto José Teixeira Gonçalves, da mesma construtora, contou que José Orlando Rabelo, que também é investigado, cobrou a “taxa de oxigênio” (como a propina era chamada) da Carioca dentro do diretório de campanha do PMDB, em Jacarepaguá. Depois que Hudson Braga deixou o comando da Secretaria de Obras, José Orlando passou a ocupar um cargo em comissão no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, presidente do PMDB no Rio.

A Andrade Gutierrez também apresentou recibo que comprova doação feita ao PMDB. De acordo com o MPF, essa seria uma das formas que foram ajustadas para o pagamento de propina a Sérgio Cabral.

Outra ligação do esquema com o PMDB está na contratação da empresa Caradecão Produções Ltda para fazer a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo para o partido nas eleições de 2014, por R$ 21,8 milhões. Segundo o MPF, a produtora teria sido usada por Wilson Carlos, ex-secretário de Governo de Cabral, para lavar dinheiro. Nas eleições de 2012, a empresa recebeu R$ 8,6 milhões do partido e, em 2010, R$ 6,3 milhões.

Nesta quinta-feira, Jorge Picciani falou sobre a prisão de Cabral:

— Decisão judicial não se discute. Ele está fazendo a defesa dele, e acredito que provará sua inocência.

Já o governador Luiz Fernando Pezão, que foi vice de Cabral e seu secretário de Obras, disse, por meio de nota, que “espera que tudo seja esclarecido, a partir da garantia do amplo direito de defesa”.

Doações de campanha

Em 2006, a Carioca Engenharia doou R$ 700 mil para a eleição de Sérgio Cabral ao governo do estado. Quatro anos depois, a contribuição passou para R$ 500 mil. Em 2014, a empreiteira doou R$ 1,9 milhão ao comitê financeiro da campanha de Luiz Fernando Pezão (PMDB). A Andrade Gutierrez não aparece na lista de doações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por Extra
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