Preso por roubo ocorrido em Recife, paraense que diz que nunca saiu do Estado é liberado da prisão

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Preso por roubo ocorrido em Recife, paraense que diz que nunca saiu do Estado é liberado da prisão
(Foto:Geovane Brito/G1)
Daniel Rego da Cunha, de 38 anos, passou um mês e quatro dias na prisão em Santarém. Crime aconteceu em junho de 2018 em Recife (PE).

O choro é de alegria e o abraço de conforto. Foi no colo da mãe que as lágrimas do pedreiro Daniel Rego da Cunha, de 38 anos, encontraram o consolo após passar um mês e quatro dias preso em Santarém, no oeste do Pará, acusado de ter participado de assalto em Recife, capital de Pernambuco, em 2018. Segundo a família e a defesa, o santareno nunca saiu do estado.

A liberdade provisória sem pagamento de fiança foi concedida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na segunda-feira (1º) e cumprida nesta terça-feira (2), em resposta ao pedido feito pelo advogado de Daniel logo após a prisão.

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Tanto a mãe quanto a companheira foram para a porta do presídio esperar o pedreiro, que foi solto logo no início da tarde. Na saída da casa penal o abraço acalmou os corações, as palavras confortaram quem por dias ficou encarcerado em uma cela superlotada.

 Noiva e mãe foram para o portão da penitenciária esperar Daniel Rego da Cruz ser liberado — Foto: Geovane Brito/G1

Noiva e mãe foram para o portão da penitenciária esperar Daniel Rego da Cruz ser liberado — Foto: Geovane Brito/G1

“Muito difícil para mim, nunca passei por uma situação dessas, coisa que eu nunca esperava na minha vida. Foi um pesadelo aí dentro, a saída é um alívio. Até agora não caiu a ficha sobre o que aconteceu comigo”, contou entre lágrimas e envolvido nos braços da mãe.

Os primeiros dias na prisão foram sofridos. Daniel contou ao G1 que não conseguiu comer e dormir por quatro dias, e ainda dividia a cela com outros 19 homens.

A busca pela liberdade

Dentro da prisão Daniel não podia fazer nada além de orar, pois sua voz não era ouvida e não sabia como provar a inocência em cárcere. Ele chegou a pensar que até mesmo os familiares haviam virado as costas. Mas, do lado de fora, desde 28 de maio a família se uniu para que, pelo menos, o pedreiro respondesse ao processo em liberdade.

O advogado entrou com pedido de liberdade provisória na 3ª Vara Criminal da Capital e a solicitação foi juntada ao processo no dia 18 de junho. A resposta saiu na segunda-feira (1º), pois, segundo a assessoria de comunicação do TJPE, o órgão estava em recesso forense.

Pedido feito à Justiça de Pernambuco para colocar em liberdade Daniel Rego da Cunha — Foto: Geovane Brito/G1
Pedido feito à Justiça de Pernambuco para colocar em liberdade Daniel Rego da Cunha — Foto: Geovane Brito/G1

A aposentada Filomena Rego da Cruz, mãe do pedreiro, conta que foi difícil olhar para o quarto do filho e saber que o mesmo estava no presídio. “Foram dias desesperadores, eu não conseguia dormir, comer, não conseguia fazer nada só pensando no meu filho. O coração de mãe agora está mais aliviado e espero que fique para sempre assim”, disse.

Ainda segundo a aposentada, nesse período ela não foi visitar o filho na prisão porque não queria que ele sofresse mais por conta da situação e ele não queria que ela entrasse na casa penal, para evitar constrangimentos. “Eu fiquei esse tempo todo orando por ele para que o protegesse de todo mal”, completou.

Filomena Rego abraçando o filho após Daniel Rego da Cruz ser liberado da prisão — Foto: Geovane Brito/G1
Filomena Rego abraçando o filho após Daniel Rego da Cruz ser liberado da prisão — Foto: Geovane Brito/G1

Medidas cautelares

De acordo com o Tribunal de Justiça, a liberdade provisória foi concedida pelo juiz Laiete Jatobá Neto, da 3ª Vara Criminal da Capital, com medidas cautelares, como comparecimento a todos os atos do processo e não mudar de residência sem comunicar à Justiça.

Na decisão, o juiz argumentou que Daniel é réu primário e que não tramitam feitos criminais em seu desfavor, além de que “no caso concreto, não houve prisão em flagrante. Houve apenas reconhecimento fotográfico levado a efeito perante a autoridade policial no ano de 2018, indício […] que se revela fragilizado pela sua própria essência […]”, escreveu o magistrado.

O crime

O assalto do qual o pedreiro paraense foi acusado de ter participado ocorreu no dia 8 de junho de 2018, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Foram levados R$ 2 mil em dinheiro, R$ 25 mil em cheques e um cordão de ouro. A vítima do roubo reconheceu o motociclista que ajudou o assaltante a fugir, através de uma foto em documento que tinha os dados de Daniel. Mas de acordo com a defesa, a foto é de outra pessoa.

Quase um ano depois, o pedreiro foi preso dentro da 16ª Seccional de Polícia Civil em Santarém enquanto se apresentava por ter recebido intimação por conflitos agrários, o qual não tinha validade.

O recomeço e o casamento

A prisão mudou os planos do pedreiro e da dona de casa Samari de Jesus Salgado, pois ocorreu duas semanas antes do casamento marcado.

Na casa de madeira e de poucos cômodos onde moram 12 pessoas, o sorriso tomou de conta dos semblantes que por semanas ficaram entristecidos. Daniel chegou sob abraços e sorrisos. “Emocionante”, descreveu Daniel sobre o encontro com os familiares.

Daniel Rego da Cunha foi recepcionado por familiares ao chegar em casa — Foto: Geovane Brito/G1
Daniel Rego da Cunha foi recepcionado por familiares ao chegar em casa — Foto: Geovane Brito/G1

Para tentar retomar a rotina, uma das primeiras coisas que o casal Daniel e Samari vai fazer é dar entrada nos documentos para que uma nova data seja marcada para o matrimônio.

“A gente ficou sem chão, não sabia para onde correr, o que fazer. Mas passou. Agora que ele está em casa, é vida que segue e tentar esquecer isso, virar a página e pensar no nosso casamento. O sonho foi interrompido, mas com a bênção dará tudo certo”, ressaltou Samari.

Por Geovane Brito, G1 Santarém — Pará

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