Santarém registra mais um caso de calazar humano.
A Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa) confirmou mais um caso de calazar humano em Santarém, oeste do Pará. A vítima é uma criança, que segundo a Divisa, está internada no Hospital Municipal (HMS). Outras cinco pessoas apresentaram sintomas parecidos com a doença, mas tiveram resultado negativo após exames feitos na unidade.
Conforme a Divisa, em 2015, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) registrou três casos de calazar em humanos. De janeiro deste ano até agora, quatro casos da doença foram confirmados. Destes, três pessoas continuam em tratamento e uma morreu vítima da doença, o que preocupa a Secretaria de Saúde do Município (Semsa).
De acordo com coordenador da Divisa, João Alberto Coelho, desde 2013 o município não registrava caso de calazar humano. Atualmente os casos estão surgindo com maior intensidade. “Isso é altamente preocupante, um agravo que o CCZ até então tinha esse controle, mas agora está aumentando”, explica.
O CZZ deve monitorar áreas onde ocorra maior índice de calazar. A ação consiste em um trabalho de inquérito entomológico, que são informações obtidas por meio do estudo do inseto responsável pela transmissão da doença, o chamado flebotomíneos, que também transmite outras doenças aos humanos e aos animais.
Os cães são os mais afetados pelo calazar, porém não sãos os principais responsáveis pela transmissão da doença. “Se o mosquito vier e picar esse cachorro doente, o mosquito está contaminado e ele pode transmitir para outros cães ou para o ser humano”, explica o veterinário Rafael Pires.
Conforme o veterinário, a doença não tem cura nos animais. Existem apenas tratamentos experimentais feitos em universidades e que não são liberados para clínicas. “Caso seja confirmado o calazar no animal, o que manda a legislação é encaminhar esse animal para o Centro de Zoonoses para o destino final desse paciente, provavelmente a eutanásia”, conclui.
Sintomas do calazar em humanos
O calazar é transmitido pelo mosquito-palha ou birigui, que passa um protozoário para a corrente sanguínea. O parasita percorre o corpo do hospedeiro e atinge o fígado, o baço, a até a medula óssea. Se não tratada a leishmaniose visceral (nome científico da doença) pode até matar.
Inicialmente, parasitas leishmania causam feridas no local da picada do mosquito-palha. Se a doença progredir, ela ataca o sistema imunológico. O calazar se manifesta de dois a oito meses após a infecção com sintomas mais generalizados, incluindo febre prolongada e fraqueza.
Diagnosticando o calazar
O método mais comum para diagnosticar o calazar é por meio do teste da tira reagente. Entretanto, esse método é muito problemático. Em áreas endêmicas, pessoas podem ser infectadas pelo calazar, mas podem não desenvolver a doença. Assim, nenhum tratamento será demandado.
Infelizmente, o teste da tira reagente detecta apenas se o paciente é imune ao calazar. Então, se o parasita estiver presente, o teste vai apontar que a pessoa tem a doença. Por isso, não pode ser usado para verificar se o paciente está curado, se foi reinfectado ou se teve uma recaída.
Tratando o calazar
Existem diferentes opções de tratamento para o calazar, com efetividade e efeitos colaterais variados. Antimônios pentavalentes são, normalmente, o grupo de medicamentos de primeira linha, administrados como tratamentos de 30 dias de injeções intramusculares.
Por G1 Santarém
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