Tarifa elétrica da Celpa é a mais cara do Brasil

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Após aprovar reajuste, Aneel reconhece que aumento no Pará é o maior do País

Desde o dia 7 deste mês, a tarifa de energia praticada pela Celpa Equatorial no Pará aumentou 34,34% tornando-se a mais cara do País. A informação é da própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgada no site do órgão na quarta-feira, 13. Só para se ter ideia da diferença de valores entre a tarifa residencial vigente no Pará e nos demais Estados brasileiros, cada quilowatt/hora (kWh, unidade utilizada na medida do consumo de energia elétrica), no Pará, custa quase R$ 0,48, 12% acima do cobrado no Acre, que aparece em 2º lugar no ranking das contas de energia mais caras do Brasil. Ressalte-se, porém, que a energia distribuída no território acriano procede de usina termelétrica, que utiliza óleo diesel, o que encarece bastante o processo de fornecimento de luz elétrica se comparado com o fornecimento gerado por usinas hidrelétricas, como é o caso do Pará.

“É uma imoralidade. Uma indecência impagável. As pessoas não vão deixar de comer para pagar o luxo, que é no que está se transformando a energia elétrica nesse País’’, disse da tribuna da Câmara Municipal de Belém, o vereador Fernando Carneiro (PSOL), durante a audiência pública que discutiu o reajuste concedido pela Aneel, no último mês. Ele e outros parlamentares e sindicalistas propuseram a criação de uma Frente Popular de resistência ao aumento.

A sessão especial aberta, ontem de manhã, pelo presidente da CMB, Paulo Queiroz (PSDB), foi de autoria da vereadora Marinor Brito (PSOL) com aprovação unânime dos 35 vereadores de Belém. O encontro reuniu a expressiva presença de sindicalistas do setor de serviços públicos essenciais, água e energia, bem como, representantes do Dieese Pará, Conselho de Consumidores da Celpa, Celpa Equatorial, além do Grupo Técnico de Energia da Arcon (Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará) e Assembleia Nacional de Estudantes – Livre. A grande maioria dos presentes, se comprometeu em comparecer à Assembleia Legislativa do Pará na próxima terça-feira, 19, quando os deputados estaduais também discutirão o tema.

Os critérios utilizados pela Aneel para conceder o reajuste estão sendo questionados pelos Poderes Executivo e Legislativo no Pará. A Procuradoria Geral do Pará entrou com ação civil pública na Justiça Federal contra o aumento. Marinor Brito e o líder do PSOL na Alepa, o deputado estadual Edmilson Rodrigues, que também participou da sessão especial na Câmara, formalizaram representação no Ministério Público Federal a fim de que o órgão não apenas investigue as razões do aumento mas também consiga suspendê-lo.

Para Marinor, é preciso reverter o reajuste impraticável. “A Celpa é campeã de reclamações diversas no Procon-Pará, oferece um serviço de má qualidade. O povo trabalhador reclama de duplicidade nas cobranças e erros nos cálculos. Não é possível que esse mesmo povo seja penalizado mais uma vez’’, disse. Edmilson Rodrigues pediu o engajamento da classe política, dizendo que espera a presença dos três senadores paraenses e das bancadas federal e estadual na sessão especial da próxima terça na Assembleia Legislativa do Pará.

“É preciso um esforço de pressão conjunta no governo federal. O Pará é um Estado exportador de energia, mas ocorre que o ICMS é pago no local de consumo, ou seja, fornecemos para todas as regiões do País, mas não recebemos por isso. A política energética do País tem de ser conduzida pelo Estado e não pela esfera privada’’.

Fonte: ORMNews.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato  Tel. 3528-1839 Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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