“Transamazônica dos anos 70 nunca foi concluída”
Projetada por Militares tinha como objetivo o programa de integração nacional do governo militar.
“Antes” – “Integrar Amazônia para não entregara aos estrangeiros” – “Hoje” – Ambientalista investem para expulsar os que o Governo Federal trouxe e abandonou na Amazônia”.

Rodovia projetada para ser colonizada é palco de conflitos agrários e desgoverno.

Em frente ao porto da cidade de Cabedelo, na Paraíba (Foto), uma placa sinaliza o marco zero da Transamazônica, um dos projetos mais polêmicos do Brasil. A BR-230 fez parte do programa de integração nacional do governo militar, cuja intenção era levar nordestinos a ocupar áreas pouco povoadas da região Norte.
Era o início da década de 70, época em que ambientalistas eram raros e não se questionava a derrubada de árvores. Só que não houve um estudo de viabilidade econômica e a falta de incentivos (escolas, energia,infraestrutura) por parte do governo fez com que a maioria dos colonos desistisse de se fixar na Amazônia. “Agricultura e distribuição de terra , sem infraestrutura, em termos de saúde, educação, transporte, segurança e sem documentos para créditos acessíveis não funcionou. Muitos abandonaram suas terras em busca de ouro na Amazônia.

Estudo mostra que dos primeiros colonizadores, apenas 10% ficaram”. Nós fomos abandonados pelo governo, a saída foi deixar tudo para trás, disse José Magalhães,59 anos ex-assentado na transamazônica no projeto de Ruropólis no Pará.
Meio Ambiente
Passados todo este tempo os Ambientalistas se alojaram na Amazônia,(ONGs), investem na preservação tentando impedir o desenvolvimento da região com argumento de impactos ambientais; explicam que são desequilíbrios existentes no meio ambiente causados pelo encontro do homem com a natureza.
São muitos os que querem a riqueza desse bioma.
Reclamam que são retirados da Amazônia quantidades expressivas de uma série de materiais, alimentos, recursos e produtos naturais provenientes desse ecossistema. Sem o correto manejo de algumas matérias primas corremos o risco de tornar estes recursos naturais cada vez mais escassos, argumentam.

Pelo projeto original, a estrada se estenderia por oito mil quilômetros e ligaria o Atlântico ao Pacífico, atravessando toda a América do Sul de leste a oeste. O plano foi modificado para um projeto que chegaria apenas até a fronteira do Brasil com o Peru, mas as obras pararam bem antes. Mesmo assim, com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica é uma das maiores rodovias do mundo. Ela atravessa sete estados (Paraíba, Ceará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará e Amazonas), corta 63 municípios e passa por três ecossistemas.

Ambientalistas criticam os programas de governo dos anos 60 e 70, para eles incentivaram uma sangria sem limites da natureza. “A ideia de inserir a Amazônia no contexto nacional acabou nos transformando apenas em um enorme almoxarifado, de onde tudo se tira e nada se repõe”, diz o jornalista e escritor Ademir Braz. Hoje, com as novas regras, alguns setores se tornaram insustentáveis, como a das siderúrgicas que produziam ferro gusa.
Fracasso
Das dez indústrias do polo industrial de Marabá (PA), nove fecharam as portas nos últimos anos. O Ibama diz que as fábricas não se adaptaram à legislação ambiental e continuavam a queimar carvão ilegal para produzir ferro gusa. Na última operação, em 2011, foram aplicadas multas que chegaram a R$ 200 milhões. As fábricas acabaram fechando e seis mil pessoas perderam o emprego.
Abandono
Em longos trechos da Transamazônica, não há sinal de asfalto, meio-fio ou sinalização. A estrada é perigosa. Em trechos sem asfalto, o movimento de caminhões faz surgir uma cortina de poeira. Mesmo com o céu claro, a visibilidade para o motorista é igual a um dia com neblina. Nos últimos anos, o risco de acidente aumentou, sem sinalização e com sua estrutura comprometida, os acidentes são cotidianos, muitos perderam a vida trafegando pela rodovia.

Conflitos
Dados divulgado pela Comissão Pastoral da Terra, 35 pessoas foram assassinadas nos últimos anos por conflitos agrários. Em 2005, a missionária Dorothy Stang, que ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores da Transamazônica, foi morta com seis tiros por defender o uso sustentável da floresta. Os mandantes do crime ainda estão soltos. “A impunidade na Amazônia mata e desmata”, afirma Amaro Lopes de Souza, pároco da igreja de Santa Luzia. Ele trabalhava com Dorothy e também é um homem ameaçado.
Belo Monte
A hidrelétrica de Belo Monte em pleno funcionamento, é a maior do Brasil, com 18 turbinas e geração de 11 mil megawatts de energia produzirá em 2019. Segundo os administradores, o projeto original foi adaptado para causar o menor impacto ambiental possível no rio Xingu, que foi em parte desviado.

Os compromissos de medidas compensatórias, como saneamento básico em bairros pobres de Altamira (PA), ainda não foi cumprido pela empresa responsável o MPF acionou para que as obras sejam realizadas mesmo com a conclusão da usina. Por causa das obras, a cidade inchou, o problema social ficou para as futuras gestões municipais resolverem. Na opinião de críticos e religiosos foi um projeto desastroso para a região. “Altamira não teve condição de assumir a responsabilidade por milhares de pessoas que apareceram de um dia para o outro”, disse o bispo Krautler.
A Transamazônica, a rodovia que foi inaugurada, mas jamais foi concluída, termina às margens do rio Purus. Já são dezenas de anos de sonhos, esperança, promessas, polêmicas e muitas dúvidas: progresso ou equívoco? A estrada segue cheia de desafios, como a vida de quem ainda acredita nela.
Por Adecio Piran / Jornal Folha do Progresso com adaptação texto GloboNews.
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