55% dos alunos de 8 anos da rede pública têm conhecimento insuficiente em matemática e leitura, diz MEC

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Índice aponta que estas crianças têm dificuldade de reconhecer figuras geométricas, o valor monetário de uma cédula e contar objetos, por exemplo.

Um total de 55% dos alunos de 8 anos que estão no final do 3º ano do ensino fundamental nas escolas públicas brasileiras tem conhecimento insuficiente em matemática e leitura, segundo dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) 2016, divulgados pelo Ministério da Educação nesta quarta-feira (25).

O índice aponta que a criança tem dificuldade de reconhecer figuras geométricas, valor monetário de uma cédula e contar objetos, por exemplo. Apresenta também dificuldade para ler palavras com mais de uma sílaba e para identificar o assunto de um texto mesmo estando no título.

Em sua terceira edição, a ANA foi criada para medir os níveis de alfabetização entre os alunos do final do 3º ano do ensino fundamental, idade em que teriam de estar plenamente alfabetizados. A partir do ano que vem, no entanto, ela será aplicada ao final do 2º ano do ensino fundamental e não mais do 3º.

A medida vem ao encontro à defesa do governo de antecipar a alfabetização para o final do 2º do ano do ensino fundamental – hoje ela ocorre no 3º ano. “Se nós adiarmos a alfabetização até o final do terceiro ano estaremos condenando as crianças brasileiras a um futuro terrível e trágico”, diz a secretária Maria Helena Guimarães, ministra da Educação em exercício.

Para ela, esta é uma das maneiras de melhorar os baixos índices de alfabetização trazidos pela ANA. “Queremos uma educação melhor, e mais equidade no sistema. Não queremos uma educação para rico e para pobre. Na rede particular, as ciranças são alfabetizadas no 1º e 2º anos do ensino fundamental”, afirma Maria Helena.

A definição sobre a idade em que a criança deve estar plenamente alfabetizada vai ser definida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que está sendo analisada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) desde o 6 da abril. Alguns conselheiros, no entanto, se manifestaram contrários à antecipação para o 2º ano, porém ainda não houve uma decisão oficial do órgão.

Matemática e leitura

Os dados da ANA 2016 mostram que em matemática, 45% dos alunos têm nível suficiente de conhecimento, sendo que só 27% está no patamar desejável, considerado correto para a escolaridade. Estes conseguem, por exemplo, reconhecer informações em gráficos de barras e calcular subtração com até três algarismos.

Em leitura, o índice dos alunos com conhecimento adequado para a idade também é de 45%. Porém, só 13% estão entre os considerados com conhecimento “desejável”, que estão no topo da escala. Somentes estes conseguem, por exemplo, reconhecer os participantes de um diálogo em uma entrevista fictícia.

Apesar do cenário alarmante, a prova apontou que houve avanço em relação a última edição, de 2014. Na época, o índice de alunos com conhecimento insuficiente em matemática era 57%, e 56% em leitura.

Escrita

A ANA 2016 também apontou que 34% dos alunos brasileiros do 3º ano apresentaram proficiência insuficiente na escrita. Isso significa que estes estudantes têm dificuldade que vão desde escrever palavras com algum correspondência até cometer erros de ortografia.

Segundo o MEC, houve mudanças metodológicas entre as edições de 2014 e 2016 que impossibilitam a comparação dos dados.

O exame do governo foi aplicado em novembro do ano passado para mais de 2,1 milhões de alunos do terceiro ano do ensino fundamental em 48 mil escolas. Para medir o nível de proficiência em leitura e matemática foram aplicadas, em cada disciplina, 20 questões com respostas objetivas com quatro alternativas cada. A ANA também avaliou a escrita dos estudantes com três perguntas dissertativas.

Professor assistente

O MEC anunciou a criação de uma Política Nacional de Alfabetização para melhorar os índices da ANA. Um das ações vai permitir a contratação professores assistentes para atuar junto com os docentes titulares, dentro das salas de aula de 1º e 2º anos do ensino fundamental, no apoio de projetos de alfabetização. Esse “apoiador” vai atuar 5h horas por semana da forma em que redes de ensino e escolas definirem. Nas unidades consideradas mais “vulneráveis”, de acordo com o governo, esses professores assistentes ficarão 10h por semana.

“Este professor assistente pode até ser um professor da rede. Ele receberá um tipo uma bolsa para desenvolver essa atividade e apoiar o trabalho do professor regente. Pode ser também um professor que não esteja na rede, pode ser um aluno concluinte que faça a residência pedagógica, por exemplo. Não é o MEC que vai resolver”, afirma a secretária Maria Helena Guimarães.

O programa chamado de “Mais Alfabetização” vai atender 4,6 milhões de alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental. Serão investidos, segundo o MEC, 523 milhões até o final de 2018.

Fonte: G1 .
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