Com Pratto e Borja, clubes brasileiros investem pesado em ‘gringos’
Tendência de procura vizinhos da América do Sul na hora de contratar está em crescimento
Miguel Borja chegou neste sábado ao Brasil para se apresentar ao Palmeiras e reforçar a tendência dos grandes clubes do País de procurar os vizinhos da América do Sul na hora de contratar. O colombiano, assim como outros forasteiros, vem com o status de estrela e faz chegar a 64 a quantidade de estrangeiros nos times da Série A do Campeonato Brasileiro.
Das 20 equipes da elite em 2017, apenas Ponte Preta e Atlético Goianiense não têm jogadores de outros países. Desde o início da era dos pontos corridos no Brasileirão, em 2003, o número de atletas estrangeiros subiu 371% ao passar de 14 para 64.
Além das questões financeiras – a moeda brasileira tem alto poder de compra nos outros países latino-americanos -, a mudança na legislação esportiva, que permite maior número de estrangeiros, também ajuda na chegada dos gringos.
O ex-goleiro paraguaio Roberto “Gato” Fernández atuou por seis anos no futebol brasileiro na década de 1990 e incentivou o filho, Gatito, atualmente no Botafogo, a fazer a mesma escolha. “O futebol brasileiro é muito competitivo e paga melhor do que qualquer grande clube do Paraguai. É um mercado que dá mais visibilidade para a Europa também”, explicou.
Como os clubes nacionais costumam perder as revelações muito cedo para a Europa e agora para a China, a estratégia tem sido repetir a fórmula com as revelações dos países vizinhos. “Nossa maneira de ver o futebol é alegre, bem parecida com a escola brasileira. Talvez por isso estamos conseguindo a adaptação”, disse o colombiano Copete, um dos destaques do Santos.
Um detalhe interessante é que 74% dos estrangeiros atuam do meio para frente. “A liga brasileira é muito competitiva e exige que o jogador sempre dê o melhor”, disse o meia peruano Cueva, do São Paulo.
Os grandes do futebol paulista se reforçaram com estrangeiros, inclusive da Europa. O inglês naturalizado turco Kazim Richards chegou ao Corinthians, o argentino Lucas Pratto (foto( está no São Paulo e os colombianos Hernández e Borja são de Santos e Palmeiras, respectivamente – o clube alviverde também trouxe o venezuelano Guerra.
A grande quantidade de forasteiros foi viabilizada por uma mudança de regras da CBF em 2014. A alteração aumentou de três para cinco o limite de atletas de fora do País que podem jogar em uma mesma partida.
O gerente executivo da Chapecoense, Rui Costa, foi o responsável por protocolar na CBF o pedido para rever a limitação, ainda em 2013, quando estava no Grêmio. “Antes, olhávamos mais para Argentina e Uruguai. Agora, além de expandir os horizontes, estamos conseguindo disputar os principais jogadores com a Europa. Estamos estudando mais esse mercado”, disse.
Para ele, os estrangeiros precisam de acompanhamento próximo. “É preciso oferecer acompanhamento que vai desde o apoio dos funcionários até a conversa diária com o departamento de futebol. A barreira do idioma é um complicador e afeta outros profissionais que lidam com gestão de grupo”, completou Rui Costa
Fonte: Notícias ao minuto.
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