Desfiles mobilizam 68 mil alunos de 249 escolas no PA

Entre as canções já ensaiadas pela escola estão “Fiesta de Los Bravos”, “Primeiros Erros” e “Dragões”

Um momento que é festejado há 65 anos e que se tornou fixo no calendário das escolas públicas do Pará. Este é o tradicional desfile do “Dia da Raça”, comemorado em alusão à Semana da Pátria, quando se celebra a independência do Brasil. Neste ano, 249 escolas públicas estaduais e cerca de 68 mil alunos participarão dos desfiles, que ocorrem de 1º a 7 de setembro. Cada unidade de ensino desfilará em seu próprio bairro, o que facilita o acesso e a participação de alunos e comunidade do entorno da escola.

Para fazer bonito nesse dia e representar bem a instituição, mostrando todo o amor pela Pátria, as escolas se dedicam desde o início do ano, com ensaios diários na semana e até mesmo no fim de semana. Um bom exemplo dessa dedicação é a Escola Padre Francisco Berton, no bairro Tapanã. Há três anos, a instituição participa do desfile, com sua banda de fanfarra composta por 40 alunos, além de Comissão de Frente. Para este ano, a escola ensaia desde abril, de segunda à sextas-feira, de 18h às 20h, e aos sábados, de 14h às 18h.

Segundo a diretora da escola, Carmen Soares, esse é um dos momentos mais especiais para os alunos. “Os estudantes, principalmente os que compõem a banda, ficam muito motivados, até porque há convites de outras escolas para apresentação. Além disso, a participação no grupo influencia muito no comportamento e no aprendizado desses alunos. Hoje eles têm mais concentração, e melhoraram no aspecto social e pedagógico”, avalia.

Ela também acredita que o Dia da Raça é importante para resgatar o amor pela Pátria. “Infelizmente, em algumas escolas esse valor já se perdeu. Aqui buscarmos resgatá-lo, tanto que influenciamos ao máximo a participação da nossa banda para que animem e busquem contagiar o público. O reflexo disso são alunos mais motivados”, comenta a diretora. Faltando poucos dias para a apresentação, o momento é de grande expectativa entre os alunos, entre eles Charles Soeiro Dias, 15 anos. “Eu esperava isso há muito tempo. Sempre quis participar da banda da escola e representar a instituição no desfile. Estou muito feliz e, ao mesmo tempo, ansioso”, declara.

Marcelo Nascimento Souza Júnior, 16 anos, desfila há oito pela escola, sendo que há três toca na banda. Ele também confessa que não vê a hora de desfilar. “Dá um frio na barriga e a gente fica ansioso para chegar o dia. Antigamente, ficava olhando o pessoal ensaiar, pois a participação era limitada. Como agora é aberto, podemos participar e também treinar outros alunos para fazer parte do grupo. Estamos nos dedicando para fazer bonito no dia. É um dia importante e esperado por todos nós e por nossos amigos, que estarão reunidos para nos prestigiar”, vibra.

O instrutor da banda, Antônio Charles Sena, que também é músico, tem um motivo a mais para se orgulhar do trabalho feito com os estudantes. Há oito anos, sendo três deles dedicados à Escola Padre Francisco Berton, ele faz um trabalho voluntário. “Com isso, tenho o objetivo de tirar os jovens da rua, mostrando a eles que não vale a pena se envolver com as drogas. Graça a Deus, saí há 16 anos dessa situação, e hoje posso apoiar crianças e adolescentes e ensiná-los a tocar um instrumento. É um orgulho vê-los desfilar no Dia da Raça. É um momento em que eu também me vejo”, assevera.

Entre as canções já ensaiadas pela escola estão “Fiesta de Los Bravos”, “Primeiros Erros” e “Dragões”. Além do Dia da Raça, a escola se prepara para o Festival Paraense de Música e para competições no interior do Estado.

Ensaios incentivam o patriotismo

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Outra instituição que está se preparando intensamente para o momento cívico é a Escola Estadual Professor Joaquim Vianna, de Ananindeua. A banda marcial, composta por 35 alunos, mantém ensaios a pleno vapor. Este é o primeiro ano em que eles desfilarão em homenagem ao 7 de setembro, momento muito esperado pelos alunos. “Eles estão ensaiando desde maio, todos os sábados aqui na escola ou no ginásio da igreja Santo Antônio de Pádua. Tudo organizado para o barulho não incomodar os outros alunos e não prejudicar o trabalho da banda. Os alunos estão muito empolgados e há muita integração. O que eles mais queriam era essa banda. Um sonho que se realizou”, conta o diretor da escola, Jeffrey Belém.

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Um dos grandes incentivadores da banda é o professor Gedson Xavier, que coordena na Escola Joaquim Vianna o Programa Mais Educação. O projeto do governo federal destina verbas a iniciativas dentro de escolas públicas do Brasil. Este ano a prioridade foi o incentivo a banda marcial com a compra dos instrumentos. “Este é um projeto que busca trazer para o aluno não só uma formação profissional, mas uma formação para a vida. A banda foi um mote que chamou muita atenção dos alunos. A escola toda está bem interessada e o resultado tem sido muito gratificante”, assinala.

Aos cuidados do jovem Carlos Henrique Neves Pinto, monitor e regente da banda, os alunos têm se superado em todos os ensaios. “Está sendo um desafio diário. Temos conseguido educá-los musicalmente, fazendo barulho na hora que tem que fazer e tocando na hora em que se deve tocar – e dessa forma eles aprendem. A música nos traz tranquilidade e ao mesmo tempo nos leva a educação. É importante mantermos viva essa tradição do 7 de setembro, expondo a arte”, relata.

A aluna Marcele Sousa, 13 anos, sempre se interessou por música e logo quis ingressar no projeto. A mãe apoiou com a condição dos ensaios não atrapalharem o rendimento escolar. “Minha mãe diz que a educação é em primeiro lugar. Se eu tirar nota vermelha, não posso mais ficar. Então tenho que focar nos estudos e na banda”, explica.

Para o jovem Erik Mágulas, 18 anos, entrar na banda foi uma oportunidade de continuar estudando música. “Já toco desde os 8 anos vários instrumentos e agora tive que ter mais atenção para organizar meu tempo: estudar, pensar na banda ensaiar. É uma espécie de liberdade poder se expressar para todo mundo ver. Aprendendo e tendo mais disciplina”, conta.

Evolução – Na Escola Estadual Dom Pedro I, no bairro de Val de Cans, o cenário não é diferente. Muitos ensaios e concentração fazem parte da rotina do local, especialmente esta semana, que antecede o desfile. A diretora Juliana Santana afirma que a banda marcial surgiu de uma demanda da própria escola. “Os alunos tinham habilidades musicais, e a gente percebeu que podia usar isso em nossas atividades alusivas ao dia da Independência do Brasil e trazer o aluno no contraturno para dentro da escola, pra que ele não vá para rua e fique exposto a atitudes que não são do bem. Nosso compromisso é torná-los cidadãos, com atitudes boas, convivendo bem entre as outras pessoas. Fico emocionada em ver a evolução da banda desde o ano passado”, fala.

Desde o ano passado a aluna Eloyne Nayara Moraes, 16 anos, se interessou pela monitoria na escola Dom Pedro I e afirma ser um grande prazer ensaiar com colegas. “Já participei de fanfarras, concursos grandes e estudei música, então decidi procurar a diretora para me oferecer para organizar os colegas. O que eu sei, aprendi, eu tento passar pra eles. Todo mundo aqui tem muita vontade de aprender a tocar melhor. O número de alunos já aumentou em relação ao ano passado e este ano vai ser mais lindo ainda”, anseia.

Pedro Henrique dos Santos tem 16 anos, toca bumbo e é um dos alunos que se interessou desde o início. “Desde o início do ano contei a minha mãe que queria participar. Estamos ensaiando todos os dias nas últimas quatro semanas porque entendo que este desfile representa muito. Representa eu amar mais a minha pátria, o meu país, a minha escola, o lugar onde eu vivo”, frisa o estudante.

Escolas trabalham a cultura não violência

Um aspecto muito importante que vem sendo discutido ao longo dos últimos anos dentro do desfile das escolas públicas estaduais é a cultura da não violência. A coordenadora do Núcleo de Esporte e Lazer da Seduc, Ana Glória Guerra, destaca o papel dos Jogos Escolares da Juventude do ano passado como um verdadeiro marco para as bandas de fanfarra e marciais.

“Nos Jogos da Juventude tivemos a participação de 4.980 alunos, e 200 deles foram escolhidos entre as bandas de várias escolas estaduais para formarem a Banda do Estado do Pará, uma iniciativa que os aproximou e acabou de vez com qualquer animosidade. No mais, entendo que pessoas que incitam a violência em desfiles públicos não são alunos destas escolas. São infiltrações de torcidas organizadas que chegam instigando e causando problemas a toda comunidade. Não podemos permitir que isto aconteça”, afirma.

Para a gestora da Unidade Seduc na Escola 1 (USE), Lucinete Albarado, este é um momento de valorização das raízes cívicas. “Antes tínhamos toda aquela rotina do hasteamento da bandeira, de cantar o Hino Nacional, a valorização do Dia da Raça e outros eventos cívicos. Então resgatar esses valores dentro de uma escola é muito mais que montar uma banda ou fanfarra. Podemos canalizar isso proveitosamente de diversas formas, com outros projetos sociais trabalhando juntamente para complementar e resgatar educação desse aluno. Vamos esquecer essa história de rivalidade. Nós, enquanto educadores, principalmente de uma escola pública, temos a obrigação de não deixar essa tradição se apagar”, encerra.

Por: Agencia Pará

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-81171217 / (093) 84046835 (Claro) e-mail para contato: doxycycline chest pain doxycycline order doxycycline folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br glucophage 500 mg prospect bonuses pay pal buy nexium buy aciphex advice bonuses clomid prescription instructions buy fluoxetine nz generic propecia 1