Gaeco faz operação contra desvio de recursos públicos em prefeitura no PR

image_pdfimage_print

Ação é realizada em oito municípios do estado na manhã desta quarta (6).
São cumpridos 48 mandados de busca e apreensão e ao menos 18 de prisão.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realiza uma operação para combater o crime desvio de recursos públicos na Prefeitura de São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, desde a manhã desta quarta-feira (6). Ao todo, 18 mandados de prisão foram cumpridos, de acordo com o Gaeco.
Conforme o delegado Ernandes Cezar Alves, o crime era cometido através de licitações fraudulentas. Entre os investigados está o prefeito Adir dos Santos Leite (PSDB). Ele não tinha a prisão decretada na operação, mas foi detido após assumir a posse de três armas ilegais que estavam na casa dele. Dois filhos do prefeito tiveram o mandado de prisão decretado e também foram presos. Todos estavam na mesma casa.
A ação conta com 80 policiais e foi batizada de Sucupira. O Gaeco informou que as investigações começaram há cinco meses, após denúncias feitas ao Ministério Público (MP-PR). Entre os crimes que configuram a ação da quadrilha estão peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e organização criminosa.
Mais de 50 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e na sede da prefeitura são realizados. Entre os presos estão, além do prefeito e de seus dois filhos, secretários municipais, três vereadores, empresários e o responsável pelo setor de licitações da prefeitura, segundo o Gaeco. O G1 não conseguiu localizar o advogado do prefeito para falar sobre o caso.
Em nota divulgada, o MP informou inicialmente que foram expedidos 22 mandados de prisão, mas, segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, o número correto é de 18 mandados. O texto também informou que, além de São Jerônimo da Serra, os mandados estão sendo cumpridos em Santa Cecília do Pavão, Maringá, São Sebastião da Amoreira, Fazenda Rio Grande, Pinhalão, Nova Santa Bárbara e Mandirituba.
Esquema envolveria empresários e funcionários da prefeitura
Segundo o promotor Claudio Esteves, a suspeita é de que empresários locais eram cooptados por integrantes da prefeitura para emitirem notas frias de serviços que não eram efetivamente prestados ao município. “Essas notas eram utilizadas para acobertar um desvio de dinheiro público que acabava parando nas mãos dos envolvidos”, diz.
Esteves detalha ainda que há suspeita de fraude em licitações. “É um dos crimes que está sob investigação, tanto pelo direcionamento quanto pelo eventual superfaturamento. O que temos é que pessoas (os suspeitos) utilizavam os contratos que o município fazia com fornecedores para direcionar uma parte do que era adquirido para particulares. Isso era feito através de notas fiscais ou outros documentos que acobertavam esses desvios”, explica.
O promotor aponta que o prefeito é um dos suspeitos de chefiar o esquema. “A chefia dessa organização não está devidamente identificada. A família do prefeito está sob investigação justamente porque parece ser o núcleo do qual irradiam as ordens para (as ações ilegais) que essas situações aconteçam. Estamos apurando exatamente isso”, diz Esteves.
Sobre a participação de vereadores no caso, as investigações apontam que os legisladores recebiam vantagens para fazer parte da base aliada do prefeito. “Há a suspeita de uma eventual corrupção praticada. É uma suspeita que precisa ser averiguada”, informa o promotor.
A suposta quantia desviada ainda não pode ser apurada, conforme Esteves. O promotor explicou que isso será feito após a análise do material apreendido durante a operação. “Dependemos da apreensão dos documentos e de uma auditoria muito severa nesses contratos e, sobretudo, na execução dos contratos com a prestação de serviços e dos insumos adquiridos pelo município”, afirma.

Fonte: G1.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato  Tel. 3528-1839 Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: