Lixo hospitalar é descartado de forma irregular em lixão

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Seringas, bolsas de sangue vazias e até agulhas são encontradas no local

Lixo hospitalar está sendo descartado irregularmente no lixão da comunidade Perema, em Santarém, oeste do Pará, conforme denúncia de catadores de produtos recicláveis. Seringas, frascos de soro, bolsas de sangue vazias e até agulhas são encontrados junto ao lixo orgânico no local.

O aterro, que deveria ser controlado, é um lixão a céu aberto e tem prejudicado a qualidade de vida dos catadores que sobrevivem da separação de materiais recicláveis. Segundo os catadores, não há fiscalização na área. “O vigia que era para fiscalizar os carros que entram aí, para não jogarem nada, não faz nada e ficam jogando”, disse o catador Moisés de Oliveira.

Na sábado (3), o catador José Eretildes, de 56 anos, teve uma perfuração com uma agulha enquanto recolhia material reciclável em meio ao lixo. “Eu estava trabalhando juntando saco para vender para colocar carvão e tinha um saco preto do hospital cheio de agulha. Aí eu fui pegar para despejar o lixo e furou a minha mão e a minha perna também. Eu já senti muita febre, dor de cabeça e eu comprei remédio e tomei para passar a dor”, relatou.

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A família de Eretildes sobrevive da reciclagem dos materiais coletados no lixão e, embora outros parentes já tenham sofrido acidentes semelhantes ao dele por conta do despejo inapropriado de lixo hospitalar, eles continuam com o trabalho. “Tenho que trabalhar, amanhã eu vou para lá de novo trabalhar para dar de comer para os meus filhos. Se eu não trabalhar não come não”, disse o catador.

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No lixão, todos os dias são despejadas aproximadamente 150 toneladas de lixo doméstico. De acordo com a presidente da cooperativa de catadores de produtos recicláveis, Raimunda Mota, vários acidentes com agulhas já aconteceram no local. “Não é a primeira vez, tanto com ele como com outros. Um senhor furou o dedo da mão dele que inchou e a gente pensava até que ele ia perder o dedo, mas graças a Deus que não aconteceu isso, mas ele passou uns dias sem trabalhar. E isso são as situações que a gente vem correndo aí dentro, risco, risco muito grande”, desabafou Raimunda.

Os catadores de lixo dizem que há descaso do poder público. “Quando a gente procura o prefeito não está, ou está com a agenda lotada e não pode falar, só representante e o representante não resolve. A gente quer saber da boca do chefe mesmo”, reclamou a presidente da cooperativa.

Enquanto esperam uma resposta do poder público, os catadores continuam o trabalho de separação dos materiais, se expondo aos riscos causados pelo contato com o lixo hospitalar.

De acordo com a lei que estabelece a Política Nacional de Controle de Resíduos Sólidos, o prazo para que os municípios brasileiros eliminassem os lixões até 2 de agosto de 2014 e implantassem aterros sanitários.

Em nota, a Coordenadoria Municipal de Saneamento Básico e a empresa responsável pelo serviço de coleta de resíduos sólidos esclarecem que o resíduo de serviço de saúde é descarregado separado do resíduo domiciliar e, posteriormente é enterrado numa cova sépta recoberta por cal virgem, que é selada.

Ainda segundo a nota, o lixo hospitalar mencionado pode ser resultado de seringas misturadas no lixo domiciliar, podendo estar sendo descartadas por alguns moradores que utilizam o material para aplicação de medicamentos ou uso veterinário. Segundo a coordenadoria de saneamento básico, quando o lixo é coletado não há como separar. Ainda segundo o órgão público, os resíduos gerados em unidades de saúde da Prefeitura são coletados em veículo próprio para esse serviço e seu descarte é separado do domiciliar.

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Fonte: ORMNews.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-981171217 / (093) 984046835 (Claro) Fixo: 9335281839 *e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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