Mais Professores: veja os estados com maior carência de profissionais, um dos focos de programa lançado pelo governo
O presidente Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo/30-01-2024
Projeto tenta criar mais uma marca positiva para a gestão petista e terá um investimento de R$ 1,7 bilhão em 2025 e 2026
O Ministério da Educação lançou na terça-feira o Mais Professores, programa com medidas como a atração de melhores alunos da universidade, descontos em hotéis e um concurso unificado para estados e municípios, com o objetivo de levar docentes a áreas do Brasil onde faltam licenciados em pedagogia. Inspirado no Mais Médicos, o programa tenta criar mais uma marca positiva para o governo e terá um investimento de R$ 1,7 bilhão em 2025 e 2026.
A proposta é pagar uma bolsa de R$ 2,1 mil a professores que se mudarem para áreas com déficit de docentes — especialmente nos estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Acre, Amazonas e Tocantins. Ele receberia o salário da rede de destino mais a ajuda federal.
O Mais Professores também pagará R$ 1.050 por mês a universitários que escolherem fazer qualquer licenciatura ou o curso Pedagogia, ingressando pelo Sisu, Prouni ou Fies (nesta ordem de prioridade), e que tirarem acima de 650 na média do Enem. Inicialmente, serão 12 mil bolsas disponíveis.
Desse total a ser pago, o estudante poderá sacar imediatamente R$ 700. Os outros R$ 350 serão depositados como poupança e poderão ser retirados depois de o professor recém-formado ingressar em uma rede pública de ensino em até cinco anos após terminar o curso. Os aprovados em 2025 já terão esse direito.
— Esse dinheiro, além de dar mais certeza às escolhas dos jovens, incentiva uma dedicação acentuada na formação escolar por parte das escolas e dos estudantes — afirmou a presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
Outra medida do programa é uma seleção nacional unificada para que as redes municipais e estaduais contratem seus profissionais em início de carreira. Atualmente, cada estado ou prefeitura faz seu concurso. A ideia é elogiada por especialistas.
— É mais fácil produzir um concurso com qualidade do que melhorar nos 5 mil municípios. Além disso, economizaria recursos — disse Ivan Gontijo, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação.
Desconto em hotéis
Uma plataforma para reunir cursos de formação continuada também foi anunciada. Além disso, estão previstas parcerias com a iniciativa privada para garantir benefícios aos profissionais. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica, por exemplo, vão dar um cartão específico para professores, com vantagens. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) dará 10% de desconto para docentes em estabelecimentos credenciados na rede.
— Todas as políticas dependem de um bom professor. Nossas estratégias são o início de um conjunto de ações que estamos estabelecendo para atrair novos professores, e também reconhecer e valorizar os que estão hoje na educação básica — disse o ministro da Educação, Camilo Santana, na solenidade de lançamento do programa, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
Analistas, no entanto, apontam dificuldades. Dados do Inep levantados pelo GLOBO mostram que as redes públicas de quase mil cidades do país têm, no ensino fundamental, mais da metade dos professores sem diploma nas disciplinas em que dão aulas. Um estudo sobre a carência de professores no país, dos pesquisadores Alvana Maria Bof, do Inep, Luiz Zalaf Caseiro e Fabiano Cavalcanti Mundim, mostra que mesmo em regiões centrais, como o Sudeste, a quantidade disponível é pequena para suprir a carência do resto do país.
— A possível solução para esse problema não está em um único programa, mas num conjunto de políticas e ações integradas. Temos de pensar em ações para melhorar as condições de trabalho, que envolvem violência nas escolas, desinteresse e desrespeito dos alunos, baixos salários, desvalorização social e profissional da carreira — enumerou Alvana.
Mas a pesquisadora alerta que não é um exagero dizer que o país atualmente tem um apagão de professores com formação adequada em vários componentes curriculares da educação básica, principalmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio
— Se continuar tudo como está, esse apagão poderá se agravar — afirmou.
Professores sem curso
Na maioria dos municípios em que falta mão de obra adequada, as aulas ficam a cargo de pessoas que têm pelo menos o ensino superior, mesmo sem possuir licenciatura na área em que atua como docente. Com isso, bacharéis de Matemática ensinam Física, ou biólogos assumem turmas de Química. Porém em mais de 100 cidades brasileiras, mais da metade dos docentes não chegou a concluir um curso universitário.
Fonte: Karolini Bandeira, Bruno Alfano e Pâmela Dias — Brasília e Rio e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 15/01/2025/14:20:50
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