Marina Silva compara incêndios em SP a ‘Dia do Fogo’ e aciona a PF
(Foto: Reprodução/X) – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comparou ontem os incêndios em São Paulo ao “Dia do Fogo”, de 2019. E, diante das suspeitas de que eles têm origem em ações criminosas, acionou a Polícia Federal para investigar a origem das queimadas que levaram 46 municípios do interior paulista a decretar alerta máximo, fecharam dois aeroportos no Estado e contribuíram para cobrir de fumaça a capital do país.
“Tem uma situação atípica [nos incêndios em São Paulo]. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa experiência”, disse Marina. “Do mesmo jeito que tivemos o ‘Dia do Fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo.” O chamado “Dia do Fogo” ocorreu em agosto de 2019, quando grileiros e produtores rurais fizeram um movimento coordenado para incendiar áreas Floresta Amazônica.
“Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio e que tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, disse Marina em entrevista coletiva, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para analisar o cenário, na sede do Ibama, em Brasília, que acordou coberta de fumaça causada por incêndios próximos e tempos seco.
A Polícia Federal abriu dois inquéritos para apurar possíveis atos criminosos relacionados às queimadas. Com eles, a instituição já tem 31 inquéritos abertos para apurar incêndios florestais, sendo que os anteriores são relativos à Amazônia e ao Pantanal.
Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues disse ter mobilizado 15 delegacias em São Paulo “para que a gente possa identificar a questão que envolve as queimadas”.
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“É um movimento atípico, mas conclusões só virão com conclusão dos inquéritos policiais”, afirmou. “São dois inquéritos em São Paulo que apuram eventuais incêndios criminosos, um já foi instaurado”, complementou, esclarecendo que ambas as investigações versam sobre a hipótese de incêndios criminosos e que são separadas “por uma questão de jurisdição”.
O governo paulista anunciou que duas pessoas foram presas no fim de semana, em São José do Rio Preto e Batatais, por suspeita de atuar em incêndios criminosos.
Marina disse ter conversado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre os incêndios. E informou que o governo disponibilizou um cargueiro KC-390 para ajudar no combate ao fogo, mas que a aeronave não conseguiu decolar por conta da fumaça que encobria a região de Ribeirão Preto, no interior do Estado.
Também presente à reunião com Lula, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reforçou as suspeitas do governo de que houve ação criminosa. “Minha avó falava que ‘se há fumaça, há fogo’. Se ela estivesse viva, ela iria dizer ‘se tem fogo coordenado ao mesmo tempo, de forma atípica, deve ter crime’”, afirmou.
Questionada sobre a responsabilidade do governo federal em relação aos incêndios, Marina afirmou que o quadro estaria muito pior se a atual gestão não estivesse agindo de maneira preventiva desde a transição, no fim de 2022. Ela também negou que tenha havido falhas.
“O governo federal tem responsabilidade pelas áreas federais, unidades de conservação, mas atuamos em todas as áreas, inclusive em propriedades privadas. Diferentemente do desmatamento, você não fica com um agente dentro da sua fazenda ou casa verificando se vai colocar fogo. Portanto, não tem como dizer que é uma falha, porque as campanhas de conscientização, todos os processos vêm sendo feitos”, afirmou. “As investigações são para saber se tem uma ação intencional, no caso de São Paulo. Nos outros casos, têm fortes suspeitas, sim, de ação intencional. São Paulo também, por isso está sendo investigado.”
A reunião de emergência ocorreu na sede do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), do Ibama. Além de Lula, Marina, Padilha e Andrei Rodrigues, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, também esteve presente.
As investigações são para saber se tem uma ação intencional, no caso de São Paulo” — Marina Silva
No Prevfogo, Lula e os ministros visitaram uma sala de situação onde os técnicos do órgão monitoram as queimadas. O presidente, que havia dormido em São Paulo, desembarcou no início da tarde na Base Aérea de Brasília e foi direto para o encontro acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva.
De acordo com Marina, Lula disse que participaria de uma reunião rotineira de monitoramento das queimadas, que acontece semanalmente no Palácio do Planalto. E afirmou que convocaria a participar governadores de Estados atingidos pelo fogo. “[O presidente] Manifestou sua decisão de participar da reunião ordinária, que acontece toda semana na Casa Civil e envolve mais de 20 ministérios. Nessa reunião, vamos convocar os governadores dos Estados atingidos pelos incêndios.”
No interior paulista, o cenário é de caos. Com mais de 2,3 mil incidentes com fogo registrados em dois dias, o Estado está no topo das ocorrências no país. As chamas continuam a avançar em áreas de vegetação e plantações, principalmente na região de Ribeirão Preto (ver página B7).
O governo do Estado anunciou reforço na operação de combate ao fogo no interior com a instalação de um posto avançado em Ribeirão Preto. Segundo o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil, 21 cidades enfrentam focos ativos de incêndio.
De acordo com o governador Tarcísio de Freitas, a unidade funcionará de forma integrada com o gabinete de crise montado no CGE para monitoramento e controle da situação. “Nossa força tarefa conta com mais de 7 mil profissionais e voluntários, além de helicópteros, drones e veículos para atuar no combate ao fogo e orientação à população”, disse em rede social.
Em nota, o governo paulista informou que dois funcionários de uma usina em Urupês morreram na sexta-feira (23) tentando combater um incêndio. “Incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural. Com as rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente. As queimadas emitem fumaça densa e tóxica que prejudica o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas ao sistema respiratório e desordens cardiovasculares”, diz o texto.
Segundo os alertas do governo, as rodovias concedidas e estaduais estão com interdições, que variam de total a parcial, impactando o tráfego em várias regiões. A orientação é “que motoristas evitem essas rotas até a normalização e que busquem alternativas seguras para os trajetos. Além disso, é fundamental que todos permaneçam atentos às atualizações constantes sobre as condições de tráfego monitoradas em tempo real pelas equipes de emergência e concessionárias responsáveis.”
Fonte:valor.globo.com e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 26/08/2024/16:12:23
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