Michel Temer recebe Aécio Neves no Jaburu a quatro dias da votação da denúncia

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A apenas quatro dias da votação da denúncia que pode afastá-lo do mandato, o presidente Michel Temer recebeu, na noite de sábado, no Palácio do Jaburu, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado da presidência do partido desde que foram revelados áudios de conversas comprometedoras com o dono da JBS, o delator Joesley Batista.

O encontro foi um gesto de Temer na tentativa de angariar votos no PSDB contra a aceitação da denúncia. Hoje, o partido encontra-se dividido entre aqueles que defendem a permanência na base aliada e os que desejam o desembarque imediato. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), já se manifestou pela saída do governo, ao lado de outras lideranças tucanas, como o líder na Câmara, Ricardo Trípoli (SP).

Estiveram também no jantar os ministros tucanos Antônio Imbassay (Secretaria de Governo) e Bruno Araújo (Cidades), além de um dos principais auxiliares de Temer, o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral.

Já Aécio comanda a ala tucana que trabalha para ficar na base aliada de Temer. O senador, que chegou a ser afastado do mandato e retomou o posto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), atua para que o PSDB dê os votos favoráveis à manutenção de Michel Temer no cargo e, portanto, rejeitando a denúncia contra o presidente. Com a ajuda de peemedebistas, Aécio teve processo de cassação do mandato arquivado no Conselho de Ética do Senado.

INDEFINIÇÃO TUCANA

A ala governista do PSDB tem articulado com Aécio o adiamento de uma definição da Executiva Nacional para escolher o novo presidente da legenda. O acerto de Aécio com o presidente interino, Tasso Jereissatti (CE), é que, na volta do recesso, ele convocaria uma reunião da Executiva para oficializar seu afastamento definitivo e o fim da interinidade. Mas, nos últimos dias, com a posição pró-manutenção do PSDB na base de Temer, a ideia é adiar a sucessão e “deixar tudo como está” até passar a votação das denúncias da Procuradoria-Geral da República contra Temer na Câmara.

Os governistas e o presidente acham que uma reunião para discutir a substituição de Aécio pode descambar para uma definição sobre sair ou não da base. O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), por exemplo, diz que se Aécio quiser voltar à presidência do partido a qualquer momento, Tasso não pode dizer nada, porque é interino.

Mas caciques tucanos ligados a Tasso, que defende o desembarque do governo, dizem que ele chegará a Brasília essa semana disposto a cobrar de Aécio uma solução definitiva e pode até lhe devolver o cargo para que “faça o que quiser”. Segundo interlocutores de Tasso, ele quer uma solução, porque não tem como continuar na interinidade, com Aécio negociando com o governo à sua revelia.

‘Não há intenção do Aécio de retomar a presidência do partido. Mas o Tasso pode querer não continuar interino, e aí?’ diz o líder Paulo Bauer, hoje um dos mais próximos a Aécio. ‘Essa interinidade tem sido muito desgastante para o senador Tasso.’
Por ORM
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