Moradores de Juruti denunciam condições precárias de atendimento; prefeitura nega

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Segundo os moradores, veículos usados para ações de saúde estão sem uso por falta de manutenção (Foto:Via redes sociais)

Até a quinta-feira (18), 483 pessoas já haviam sido contaminadas pelo novo coronavírus, com 58 óbitos registrados

Moradores de Juruti, na região do Baixo Amazonas, reclamam da situação precária do município na prevenção e combate ao novo coronavírus. Até a última quinta-feira (18), o boletim da prefeitura municipal apontava 483 casos confirmados, 58 óbitos, 2.775 casos notificados, taxa de ocupação de leitos do hospital municipal de 67% (a taxa de ocupação no hospital HNA é de 40%) e uma letalidade de 12% entre os acometidos pela doença.

“O município de Juruti, no Oeste do Estado, tem uma das maiores taxas de letalidade de vítimas da Covid-19 do Pará. ” índice tá variando entre 12 e 14%. No Brasil, a taxa de letalidade é de aproximadamente 5%. Isso é um reflexo da falta de um protocolo de atendimento que ataque a doença logo no início, com medicamentos que não estão sendo fornecidos pelo município. Já são quase 50 mortes na cidade que tem cerca de 48 mil habitantes”, relatou um denunciante da área da saúde, que preferiu não se identificar.

Em virtude do crescimento do número de casos, a Prefeitura de Juruti decidiu decretar lockdown a partir deste sábado (20), prosseguindo até o dia 29. “A Prefeitura de Juruti, por meio do Comitê de Crise, entendeu que é necessário aderir ao Lockdown, uma medida mais severa de distanciamento social para que possa evitar o aumento do número de contaminações pelo vírus”, disse a prefeitura em nota.

“Médicos que trabalham no Hospital Municipal de Juruti relatam a falta de medicamentos básicos para os pacientes que já estão internados. E muitos estão morrendo por falta de respiradores mecânicos, pois só existem dois na rede municipal. Não existe nenhuma UTI nesse hospital. Já são mais de 300 infectados na cidade. Nas Unidades Básicas de Saúde o atendimento também é precário. Não existe o Kit de Medicamentos para sintomas iniciais da doença. Em algumas os medicamentos estão em falta. E tem UBs desativada também”, disse o denunciante.

“Enquanto isso, ambulâncias estão abandonadas e apodrecendo dentro do pátio do hospital municipal”, acrescentou o denunciante, repassando uma foto das ambulâncias.

Resposta

A Prefeitura de Juruti, por meio da Secretaria de Saúde, encaminhou um posicionamento acerca das denúncias. Segundo a Prefeitura, todos os municípios que foram acometidos com casos da covid-19 tiveram taxa de letalidade alta no pico da doença, “uma vez que os testes rápidos só começam a reagir de 10 a 15 dias após os primeiros sintomas, o que de fato não faz sentido usá-los como protocolo para início de tratamento pois se assim fosse, após 10 dias o paciente já estaria em fase de cura ou em estágio grave.  Portanto, nesse primeiro momento, usamos protocolos de entrar com medicações logo nos primeiros sintomas e assim chegamos a um patamar de 428 recuperados”.

Relata a Prefeitura que em abril teve dificuldade na aquisição de medicamentos que começaram a entrar como protocolos no tratamento da covid-19, mas que  aquisição dos medicamentos aconteceu. “Mesmo havendo várias vezes desistência de fornecedores em garantir tais fornecimentos, mesmo com processos prontos, justificando que não estavam encontrando nas distribuidoras ou que os preços contratados já não condiziam com a realidade do mercado”.

“Isso aconteceu também com oxigênio e acontece até hoje com vários insumos diretamente ligados ao tratamento da covid19, isso amplamente divulgado pela imprensa. O hospital municipal não deixou de ter medicamentos, e foram disponibilizados kits de medicação, inclusive, com Busca Ativa de casos e testes rápidos.”

A Prefeitura argumenta que testes e medicação só podem ser administrados no início ou no pós-doença, ou seja, e isso contribui para que os testes comecem a ser feitos quando uma grande parte da população já tenha apresentado a doença. “E é nesta fase que estamos testando as pessoas que tenham apresentado sinais e sintomas”.

Quanto à UTI, a Prefeitura diz que, no Oeste do Pará, somente Santarém dispõe de serviços completos de UTI. No entanto, a gestão municipal de Juruti firmou parceria com o Hospital 9 de Abril para garantir leitos semi-intensivos no município. Assim, conta com nove respiradores e em vias de adquirir outros, além de atuar com uma equipe de profissionais de saúde, uma UTI aérea e ambulancha, uma usina de oxigênio e uma reserva de cilindros desse item.

Novas instalações hospitalares foram providenciadas, profissionais de saúde contratados e novos leitos e equipamentos. Em breve, o município receberá uma UTI móvel. A Prefeitura garante que nenhum profissional de saúde veio a óbito e tiveram incluídos em seus salários 20% de insalubridade.

Por:Redação Integrada

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