Moradores se assustam com cor e cheiro de água no entorno da Hydro Alunorte; empresa nega vazamento

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Coloração de água assusta moradores dos entornos de refinaria em Barcarena, no Pará(Foto:G1 PA — Belém)

Um vídeo gravado por moradores dos entornos da refinaria Hydro Alunorte, em Barcarena, mostra uma coloração alterada em águas que alagaram casas na comunidade Bom Futuro, localizada nos entornos da refinaria, após fortes chuvas. Veja acima. Segundo relatos, a água possuía um forte odor. A denúncia foi feita à Polícia Ambiental e ao Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado (MPPA), que iniciaram investigações.

A Hydro informou que vistorias feitas pelos Bombeiros e pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) de Barcarena, feitas logo depois das denúncias, comprovam que não houve vazamentos.

A empresa informou ainda, em nota (veja a íntegra ao final do texto) que “o sistema de gerenciamento de água da refinaria Alunorte está operando normalmente, mesmo com as fortes chuvas que ocorreram nos últimos dias em Barcarena. O perímetro completo da refinaria também foi verificado, garantindo sua total integridade. Não houve vazamento ou transbordo de resíduos ou águas pluviais que tiveram contato com resíduos da refinaria, tendo em vista recente denúncia de que teria ocorrido um vazamento da refinaria, entre os dias 25 e 26 de fevereiro de 2019, na área próxima ao depósito de resíduos sólidos 1 (DRS1)”.

A Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema) da Polícia Civil iniciou uma investigação após denúncias na última terça-feira (26). Segundo a Polícia, há indícios de novos lançamentos irregulares de efluentes.

Um procedimento preliminar foi realizado na comunidade e contou com equipes do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e Instituto Evandro Chagas. Os peritos coletaram amostras da água para serem analisados no decorrer das investigações. Os laudos devem apontar se houve contaminação.

O delegado Claudio Gomes, da Dema, informou que foi possível visualizar intensa coloração nas águas do local. “Chamou a atenção a coloração esverdeada das águas de um igarapé”.

Ainda na terça (26), os Bombeiros vistoriaram o Depósito de Resíduos Sólidos 1 (DRS1) da refinaria, a pedido do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Estado (MPPA).

Caso Hydro

Nos dias 16 e 17 de fevereiro deste ano, resíduos de bauxita contaminada foram despejadas da Hydro Alunorte para o meio ambiente após fortes chuvas em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saída da refinaria e despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a mesma finalidade.

O Instituto Evandro Chagas realizou coletas de solo e água nas comunidades que ficam ao redor da Hydro e após análise em laboratório foi constatado alteração nos elementos químicos presentes no solo, além da presença de metais pesados e cancerígenos como chumbo. A Hydro encomendou um estudo que refutou as análises do IEC e negou que houve contaminação.

A empresa recebeu sanções da Justiça que determinaram a redução de sua produção em 50% até a solução dos problemas apontados pelas autoridades fossem sanados. A empresa também foi multada em R$ 150 milhões por danos ao meios ambientes.

Caso Hydro no Pará — Foto: Infográfico: Alexandre Mauro e Igos Estrella / G1
Caso Hydro no Pará — Foto: Infográfico: Alexandre Mauro e Igos Estrella / G1

A nota da Hydro Alunorte

O sistema de gerenciamento de água da refinaria Alunorte está operando normalmente, mesmo com as fortes chuvas que ocorreram nos últimos dias em Barcarena. O perímetro completo da refinaria também foi verificado, garantindo sua total integridade. Desta forma, a companhia está vindo a público reforçar e esclarecer a robustez de sua operação e que não houve nenhum vazamento ou transbordo de resíduos ou águas pluviais que tiveram contato com resíduos da refinaria, tendo em vista recente denúncia de que teria ocorrido um vazamento da refinaria, entre os dias 25 e 26 de fevereiro de 2019, na área próxima ao depósito de resíduos sólidos 1 (DRS1).

As imagens das 47 câmeras que monitoram a operação dos depósitos de resíduos sólidos e das bacias da refinaria confirmam que nenhum vazamento ocorreu. Estas câmeras do sistema de monitoramento estão conectadas ao Centro de Controle da Semas – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará em tempo real, permitindo que as autoridades ambientais façam a fiscalização da segurança das operações da Alunorte.

Toda a água da chuva está sendo tratada com segurança e a integridade total dos depósitos e das bacias também pôde ser observada pelas autoridades que inspecionaram a refinaria no dia 26 de fevereiro, quando ocorreu uma inspeção do Corpo de Bombeiros e da SEMADE – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Barcarena, que verificou a integridade total dos depósitos de resíduos sólidos e confirmou que não foi encontrada anomalia.

Ainda no dia 26 de fevereiro, um grupo de familiares de contratados da Alunorte e moradores da região visitou a refinaria, como parte do programa de portas abertas da empresa. As instalações da refinaria estão à disposição para as comunidades, familiares dos empregados e contratados, imprensa e autoridades que desejarem conhecer de perto sua operação. Muitos representantes desses grupos já visitaram o local. Cerca de 220 pessoas, entre moradores e representantes das comunidades vizinhas, visitaram a refinaria desde o início deste ano.

Investimentos em robustez amplia a segurança das operações

A Alunorte está investindo R$ 675 milhões até 2020 em melhorias nos sistemas de recebimento, controle, bombeamento e tratamento de água e efluentes. As obras incluiram a construção de novas bacias de estocagem de águas residuais e pluviais, novos sistemas de bombeamento e tubulação para a transferência de efluentes, novos instrumentos de automação e controle, novas câmeras de monitoramento das bacias de contenção e uma nova estação de tratamento de efluentes.

A capacidade de tratamento de efluentes está sendo aumentada em 47% para 14.000 m3/h. O armazenamento de efluentes na estação de tratamento será de 465.839 m3 (aumento de 300%). Todas as melhorias que estão sendo implementadas têm o objetivo de deixar a refinaria ainda mais segura e preparada para mudanças climáticas mais severas e chuvas ainda mais rigorosas no futuro.

A Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) da Alunorte trata todo o efluente industrial (que representa 20% do total tratado), bem como 100% da água de chuva que passa pela planta. A empresa reutiliza 60% da água proveniente do mineroduto e faz o controle online da qualidade do tratamento, de acordo com a legislação ambiental.

Atualmente, o DRS1 armazena apenas resíduos que vêm do filtro prensa e conta com sistemas operacionais de segurança, como extravasores, canais de contorno e bacias de clarificação. O monitoramento desse depósito é realizado por inspeções diárias e semanais com revisão de estruturas, além de análise de medidores de nível de água e marcos de superfície. Também são realizados levantamentos a laser e análises computacionais para cálculo da estabilidade do depósito.

O sistema DRS2 utiliza medidores de nível de água, piezômetros de Casagrande e Elétricos, inclinômetros, analisador de umidade, controle geométrico e ensaio de hilf (para obtenção de curva de compactação e teor de umidade). As bacias de drenagem e os depósitos são cobertos com geomembrana que evita contaminações do solo e água subterrânea.

Todos estes sistemas foram avaliados por professores da Universidade Federal de Campina Grande, amplamente reconhecida como especialista no campo da engenharia química, que confirmaram que a Alunorte pode produzir com segurança a 100% de sua capacidade do ponto de vista da gestão hídrica. No momento, o DRS2 não está em operação e a refinaria está operando somente com 50% de sua capacidade.

Por:G1 PA — Belém

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