No Dia Nacional de Vacinação, queda da cobertura vacinal preocupa

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Cobertura vacinal de crianças menores de dois anos, de janeiro a agosto de 2018, ainda não é a ideal
(Foto:  Igor Mota) – Nesta quarta-feira (17) é o Dia Nacional de Vacinação e a queda na cobertura vacinal no Brasil, nos últimos dois anos (2016 e 2017), acende alerta em função do risco da reintrodução de doenças já eliminadas ou erradicadas no país como a poliomielite, sarampo e rubéola.

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), divulgados no último dia 11, a cobertura vacinal de crianças menores de dois anos, de janeiro a agosto de 2018, ainda não é a ideal e gira em torno de 50% e 70%. O órgão federal preconiza a cobertura acima de 90% ou 95%, a depender da vacina. Para alcançar a meta, o MS lançou campanha publicitária impactante que visa alertar à importância de manter sempre a vacinação em dia.

Nesse tempo, no Pará, a cobertura da BCG em crianças até 23 meses de nascidas ficou em 55,98%; 50,95% Rotavírus; 52,31% Meningocócico C; 58,47% Pneumocócica 10V; 49,73% Poliomielite; 37,86% Pentavalente ou vacina 5 em 1; 48,52% Hepatite A; 54,54% Tríplice Viral e 38,35% Tetra Viral. No Brasil, ainda de acordo com o Ministério, ficou em 75,97% a cobertura da BCG; 64,18% Rotavírus; 64% Meningocócico C; 67,35% Pneumocócica 10 V; 62,6% Poliomielite; 59,64% Pentavalente ou vacina 5 em 1; 57,13% Hepatite A; 68,79% Tríplice Viral e 53,52% Tetra Viral.

“Mesmo não sendo definitivos, já que estados e municípios podem registrar os dados no sistema até final de março do ano que vem, os índices de vacinação são considerados muito baixos”, avaliou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

As peças publicitárias da campanha do MS trazem o conceito “Porque contra arrependimento não existe vacina” e, de forma impactante, mostram casos reais de pessoas que sofrem até hoje pela não vacinação. O objetivo é mostrar que as baixas coberturas vacinais podem ser perigosas, já que abrem caminho para a reintrodução de doenças já eliminadas no país e que podem até matar.

CAUSAS DA REDUÇÃO – Uma das causas verificadas pelas equipes do Ministério da Saúde para a redução é a desinformação provocada por boatos de que as vacinas não funcionam ou que trazem graves efeitos colaterais. “Isso causa um desconhecimento da própria gravidade das doenças, fazendo com que muitas pessoas não tenham noção do risco representado por elas e passem a se preocupar mais com possíveis eventos adversos do que com a prevenção de doenças consideradas graves”, afirmou Domingues. A população também indica que o horário de funcionamento das unidades de saúde hoje é incompatível com a jornada de trabalho atual.

Para o Ministério da Saúde, o perigo é que, o aumento do fluxo migratório da população – sobretudo de países onde essas doenças ainda existem – e a interrupção da vacinação podem provocar a volta ou elevado número de casos de doenças como sarampo, pólio e rubéola, como tem sido identificado em países que estavam livres dessas doenças. “Temos que estar vigilantes e sempre manter a vacinação em dia”, frisou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.

Vacina contra HPV continua disponível

No Pará, em 2018, ainda são alarmantes os resultados da Campanha Publicitária de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que terminou no último dia 28, depois de quase um mês de ação. Até a manhã desta segunda-feira (15), a média de cobertura em meninas de 9 a 14 anos foi de 8%, com 36.247 doses aplicadas. Entre os meninos de 11 a 14 anos, o quantitativo era menor ainda: 6,81% na cobertura, totalizando 31.651 doses realizadas. O ideal é que esse percentual ultrapasse os 90% ao ano, como ocorre com todas as vacinas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com ou sem campanha.

No Estado, a expectativa é vacinar 579,5 mil meninas de 9 a 14 anos e 579,5 mil meninos de 11 a 14 anos. Em Belém, a meta à vacina contra HPV quadrivalente, é de 34.242 adolescentes. Na manhã desta terça-feira (16), estava em 42% de alcance. Segundo a Secretaria de Saúde de Belém, para alcançar o público-alvo tem investido em estratégias, como a vacinação em escolas públicas e privadas, além da disponibilização diária da vacina em todas as salas de vacinação do município.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) informou que a dose da vacina está disponível de forma contínua e gratuita nas Unidades Básicas de Saúde por estar entre as vacinas que compõem o Calendário Oficial de Vacinação pelo SUS. Ainda segundo a Sespa, as Secretarias de Saúde dos 144 municípios paraenses estão sendo convocadas a intensificarem a vacinação de meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o HPV.

Ao longo de 2017, a cobertura média das duas doses de vacina contra o HPV no Pará ficou em apenas 11,89% entre os meninos, com 97.683 doses realizadas. Com as meninas a adesão foi maior: cobertura de 15,60%, abrangendo 131.701 vacinas aplicadas.

Em nota, o Ministério da Saúde alertou que “a proteção é completa quando aplicada as duas doses da vacina. Assim, quem tomou a primeira dose deve voltar aos postos após seis meses”. Segundo informou a Agência Saúde, a vacina HPV previne vários tipos de cânceres contribuindo com a redução da incidência de cânceres nas mulheres e homens. A vacina utilizada no Brasil país previne 70% cânceres do colo útero, 90% câncer anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais.

Além disso, as vacinas HPV protegem contra o pré-câncer cervical em mulheres de 15 a 26 anos, associadas ao HPV16 /18.  As vacinas são seguras e não aumentam os riscos de eventos adversos graves, aborto ou interrupção da gravidez.

No Pará, as vacinas contra o HPV podem ser encontradas nas Unidades Básicas de Saúde, que são geridas pelas prefeituras, as quais têm livre arbítrio para executar a aplicação inclusive em escolas, tanto públicas como privadas. Em todo o Estado são cerca de 3.800 postos fixos – entre Unidades Básicas de Saúde, hospitais militares e salas do Programa Saúde da Família (PSF). A orientação é que os adolescentes compareçam nas UBS de preferência com a carteira de vacinação e acompanhados dos pais ou responsáveis.

Por: Redação Integrada ORM 17 de Outubro de 2018 às 06:00 Atualizado em 16 de Outubro de 2018 às 23:52

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