Rede social X afirma que volta de acesso ao serviço no Brasil foi ‘involuntária’
Logotipo do X, antigo Twitter, na entrada do Supremo Tribunal Federal (STF) — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Antigo Twitter voltou a estar parcialmente acessível no Brasil nesta quarta-feira (18); rede foi suspensa pelo STF no fim de agosto após descumprimento de decisões judiciais.
A rede social X afirmou nesta quarta-feira (18) que a volta temporária do serviço da plataforma no Brasil foi “involuntária” e ocorreu devido a um problema técnico, de acordo com a Agência France-Presse (AFP).
Uma mudança de provedor de rede “resultou em uma restauração temporária e involuntária do serviço para os usuários brasileiros”, escreveu o X, segundo a agência, em sua conta de Assuntos Governamentais Globais, acrescentando que espera que a plataforma volte a ficar inacessível no país “em breve”.
A rede social voltou a estar parcialmente acessível no Brasil nesta quarta-feira, após ter sido suspensa em 30 de agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) devido a descumprimentos judiciais.
“Quando o X foi desligado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço à América Latina não esteve mais disponível para nossa equipe”, declarou a rede em sua conta de Assuntos Governamentais Globais, acrescentando que “mudamos de provedor de rede”, ainda conforme AFP.
“Embora esperemos que a plataforma volte a ficar inacessível em breve, continuamos trabalhando com o governo brasileiro para que ela esteja disponível novamente para os cidadãos do Brasil o quanto antes”, concluiu a rede.
Mudança em servidores
Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), o X passou a usar endereços de IP vinculados a servidores da Cloudflare. Uma mudança de servidores permitiu que usuários brasileiros voltassem a acessar a plataforma nesta quarta-feira.
Relatos no Bluesky indicaram que algumas pessoas conseguiram acessar e publicar no X pelo Wi-Fi e pela rede móvel da operadora, mesmo sem usar VPN.
Na prática, a mudança ajudou o X a driblar o bloqueio feito por operadores de telefonia após a ordem judicial. Com os novos servidores, fica mais difícil para os provedores impedirem o acesso à rede.
A Cloudflare é uma empresa que fornece serviços e pode atuar como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário. Neste caso, esse serviço permitiu que o X se tornasse mais resistente contra o bloqueio.
“Diferente do sistema anterior, que usava IPs específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema [Cloudflare] faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente”, diz a Abrint.
IP é uma sequência de números que funciona como o endereço de um servidor. Ao digitar o endereço de um site, o navegador transforma o link em um IP (sigla em inglês para “protocolo de internet”).
A Abrint afirma que as operadoras estão em uma posição delicada e aguardam o posicionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender quais medidas devem ser tomadas.
“Os provedores não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel, pois um bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas”, diz a associação.
X suspenso no Brasil desde agosto
O X foi suspenso após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele tomou a decisão depois que a empresa não obedeceu uma ordem de instituir um representante legal no país.
Em 28 de agosto, Moraes deu 24h para o X atender essa determinação. O prazo venceu às 20h07 do dia seguinte, e o X escreveu que não obedeceria o que chamou de “ordem ilegal”.
Ainda em 29 de agosto, Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink, outra empresa de Musk, que fornece internet via satélite, para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça contra o X.
O ministro desbloqueou as contas da Starlink na sexta-feira (13) e determinou a transferência de R$ 18,35 milhões para os cofres da União. O valor será usado para quitar as multas aplicadas pela Justiça contra o X.
Fonte: g1 e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 19/2024/14:25:48
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