Pará tem alta na previsão da safra de soja em 2022, diz IBGE
(Foto:CNA Wenderson Araújo/Via Agência Brasil) – Outro produto em destaque é tradicional mandioca, estimada em cerca de 4,05 milhões de toneladas, um pouco abaixo da produção de 2021, que foi 4,06 milhões de toneladas
A estimativa da safra paraense de soja para este ano, atualizada no mês de janeiro, indica um aumento de 6,4% em sua produção. Os volumes da produção do Pará, no comparativo 2021 e 2022, foram de 2,23 e 2,37 milhões de toneladas, respectivamente. Esses são dados da estimativa de setembro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. (As informações são do Sérgio Chêne)
Cultivando soja há mais de quatro décadas na região de Belterra, oeste paraense, o produtor Sérgio de Campos, 64, diz que a grande carga de ações de proteção ambiental na Amazônia acaba por inibir o resultado da safra, que, segundo ele, poderia ser maior. “Por estarmos próximo de pontos de escoamento, poderíamos ter um maior resultado produtivo, mas somos vistos como bandido e ainda temos a questão da grande proteção ambiental”, disse no sentido de que fosse feita de forma equilibrada. A estimativa na área que produz é de 4 toneladas do grão.
No estudo, outro produto em destaque é tradicional mandioca, estimada em cerca de 4,05 milhões de toneladas, um pouco abaixo da produção de 2021, que foi 4,06 milhões de toneladas. Apesar de ser o Estado que mais produz mandioca do Brasil, o rendimento médio (quantidade produzida por cada hectare) ainda é baixo: pouco mais de 14 toneladas por hectare, ficando, nesse aspecto, em 16º lugar no ranking das 27 unidades da federação.
Há 40 anos dedicado à cultura da mandioca, o engenheiro agrônomo e produtor na cidade de Tracuateua, Benedito Dutra Luz, 56, é um bom exemplo de como está em alta o produto também conhecido como macaxeira. Com um trabalho já mecanizado, Benedito tem uma alta produção no município localizado na Região dos Caetés. “Com mandioca de produção própria e compra de outros produtores, produzimos 800 quilos por dia, porém trabalhamos, em média, 17 dias”, revela. Essa produção foi registrada nos dois últimos anos, o que tem garantido o abastecimento de grande rede de supermercado.
“Nosso Estado do Pará é referência em termos de genética de mandioca, oriundas da Embrapa, poucos sabem desse fato”, conta o produtor. Do produto e da parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o engenheiro agrônomo destaca ainda o trabalho produtivo com manivas sementes para mudas. A expectativa de produção para 2022 é de 7 milhões de manivas (mudas), na unidade considerada como maior maniveiro do Brasil, segundo o produtor.
Além da soja e da mandioca, a cana de açúcar apresentou aumento de produtividade de 16,7% em relação à safra do ano anterior, saiu de 1,06 para 1,23 milhões de toneladas. Na Região Norte, o Pará tem a segunda maior previsão de safra abaixo apenas de Tocantins, Estado que apresentou, respectivamente nos anos de 2021 e 2022, 3 e 2,37 milhões.
Três regiões têm queda nas estimativas de produção agrícola
Entre as grandes regiões, o Nordeste foi o único a ter aumento (1,1%) em sua estimativa frente ao mês anterior. Com produção de 24,4 milhões de toneladas, a região deve responder por 9,0% do total do país. A maior queda foi registrada pelo Sul (-5,7%), que deve totalizar 80,2 milhões de toneladas (29,5% do total). Já o Norte teve queda de 2,6% em sua estimativa e deve totalizar 12,0 milhões de toneladas (4,4% do total). O Centro-Oeste, com declínio de 0,2%, deve produzir 128,4 milhões de toneladas, ou 47,2% da produção nacional. Já a produção do Sudeste ficou estável e deve ser de 26,8 milhões de toneladas (9,9% do total).
Sobre o LSPA
Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Jornal Folha do Progresso em 11/02/2022/
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