Pará usa até “camburão do Bin Laden” contra crime ambiental

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Em sua campanha para perder o título de campeão do desmatamento no Brasil, o governo paraense tomou uma decisão audaciosa. Fórum acompanhou ação Militar explosivista, no Pará. – (Fotos:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)

A viatura policial passa batido aos olhos dos leigos. A diferença é que, aberta a porta traseira, o acesso ao compartimento de carga é protegido por cadeado.
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Caixas de madeira protegem o conteúdo sigiloso. São cargas de explosivo tão poderosas que poderiam mandar pelos ares todo um comboio policial. “Camburão de bin Laden”, foi como se referiu à viatura um agente.

Há cargas e pavios de vários tamanhos. O transporte segue um rigoroso protocolo da Secretaria de Segurança Pública do Pará. Ainda assim, nos deslocamentos, o “camburão do bin Laden” mantém uma distância mínima de 500 metros dos demais veículos.

“Se explodir, só morremos nós quatro”, diz jocosamente o especialista em explosivos que é um dos integrantes da guarnição. Por segurança, o explosivista carrega os estopins separadamente, no próprio corpo.

Explosivista mostra detonador que carrega junto ao corpo -(Fotos:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)
Explosivista mostra detonador que carrega junto ao corpo -(Fotos:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)

Em sua campanha para perder o título de campeão do desmatamento no Brasil, o governo do Pará tomou uma decisão audaciosa.

Em situações extraordinárias, vai adotar as mesmas regras do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, o IBAMA, que obedece à legislação federal.

Se for impossível retirar as máquinas que promovem o desmatamento ou o garimpo ilegais, elas poderão ser detonadas em plena selva.

Por isso, na Operação Curupira, recém-lançada pelo governo paraense, o “camburão do bin Laden” estará sempre lá.

Militar explosivista, no Pará. Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum
Militar explosivista, no Pará.
Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum

Pará mobilizou tropas de várias cidades para a operação

Trata-se de uma ação permanente que envolve as polícias civil, militar, científica, os bombeiros, a Defesa Civil, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará, as secretarias de Administração Penitenciária e Fazenda — sob comando das secretarias de Segurança Pública e de Meio Ambiente e Sustentabilidade.

A ação, inédita, não tem prazo para acabar. Ela vai focar em 15 municípios do Pará nos quais o governador Helder Barbalho decretou emergência ambiental.

A ação coincide com o convite feito ao governador pelo rei Charles III, do Reino Unido, para uma visita ao Palácio de Buckingham nesta sexta-feira (17), durante a qual serão discutidas questões relativas à preservação ambiental na Amazônia.

Helicóptero patrulha São Félix do Xingu

O plano do governo paraense, que começou a ser colocado em prática nesta quarta-feira (15) em São Félix do Xingu, tem como foco reduzir o desmatamento e o garimpo na chamada Terra do Meio, que reúne área de preservação ambiental, floresta estadual, reservas extrativistas, parque nacional, estação ecológica e terras indígenas em territórios banhados pelos rios Xingu e Iriri.

Porém, autoridades do governo paraense só podem atuar diretamente em 25% do território do Estado, já que os outros 75% são terras da União.

Pará mobilizou tropas de várias cidades para a operação - (Foto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)
Pará mobilizou tropas de várias cidades para a operação – (Foto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)

Apesar da presença do “camburão do bin Laden”, ele só será acionado em casos extraordinários.

O secretário adjunto de gestão operacional da Secretaria de Segurança do Pará, delegado federal Luciano de Oliveira, disse que pretende deixar as máquinas apreendidas sob a guarda de prefeituras, especialmente as de São Félix e Altamira, ambas cobertas pelo decreto de emergência.
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Eventualmente, se a Justiça decidir contra as pessoas que se apresentarem como donas das máquinas, as prefeituras poderão ter um reforço em seu patrimônio: escavadeiras hidráulicas e tratores de esteira, por exemplo.

Porém, se não houver outra opção, a ordem é disparar um tiro de fuzil para inutilizar os pequenos motores do garimpo e desmontar com explosivos as máquinas grandes. Isso mesmo: com uma carga de explosivos, mandar pelos ares uma máquina de mais de sete toneladas.

Para evitar que os criminosos ambientais se façam de vítima nas redes sociais, a Fórum apurou que as imagens da destruição devem ser mantidas em sigilo. Os registros, no entanto, deverão ser feitos para que se possa instruir os processos.

O diretor-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, disse à Fórum que a ação transversal do governo visa resultar em inquéritos suficientemente bem instruídos que resultem em punição efetiva dos desmatadores.

Carga de explosivos à disposição dos PMs para inutilizar maquinário do garimpo ilegal e do desmatamento (FOto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)
Carga de explosivos à disposição dos PMs para inutilizar maquinário do garimpo ilegal e do desmatamento (FOto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)

Impensável no passado, poluição agora ameaça o rio Xingu

Luciano de Oliveira, da Secretaria de Segurança, disse que o recurso ao “camburão do bin Laden” nasceu de uma constatação: máquinas que foram inutilizadas em operações anteriores, com a colocação de açúcar e terra no motor, foram reencontradas em ações posteriores

Não se sabe exatamente como, mas os donos das máquinas foram capazes de recuperá-las. Um trator de esteira, utilizado no desmatamento, ou uma escavadeira PC, que acelera o trabalho no garimpo, podem custar mais de meio milhão de reais.

Isso sem contar o custo de abrir as picadas para colocar o maquinário no meio da floresta, uma operação que envolve grande capital.

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O recurso aos explosivos na Operação Curupira, no entanto, não esconde o desafio: são apenas 45 agentes públicos, que se juntam à tropa local de São Félix do Xingu, para tentar conter o desmatamento na APA Triunfo do Xingu.
Carga de explosivos à disposição dos PMs para inutilizar maquinário do garimpo ilegal e do desmatamento

Fração da chamada Terra do Meio, a APA é tão imensa que nela cabem 15 vezes o município de São Paulo.

Sem título de propriedade, um ocupante da APA disse à Fórum que tem 10 mil cabeças de gado em 5 mil hectares. O filho do fazendeiro opera máquinas de grande porte, alegadamente apenas para manutenção de estradas. “Desde ontem mandei parar tudo”, ele nos disse, temendo a Operação Curupira.

mpensável no passado, poluição agora ameaça o rio Xingu - (Foto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)
Impensável no passado, poluição agora ameaça o rio Xingu – (Foto:Créditos: Luiz Carlos Azenha/Fórum)

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Por:Jornal Folha do Progresso em 17/02/2023/07:34:26 com informações do portal Forum

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