Paraense consegue fugir da Venezuela; veja o relato

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Garimpeira paraense Karen Porto, de 33 anos-Foto:(Felipe Frazão / Estadão)

Karen Porto disse ter planejado viagem para procedimento cinco anos atrás

A garimpeira paraense Karen Porto, de 33 anos, foi uma das primeiras pessoas a conseguir sair da Venezuela após o presidente Nicolás Maduro autorizar, na noite de terça-feira (26), a abertura parcial da fronteira com o Brasil, bloqueada há seis dias, para a passagem de brasileiros que estavam retidos. Os primeiros a cruzar o local foram nove pacientes submetidos a cirurgias e quatro acompanhantes. Há a expectativa, porém, de que outros 197 brasileiros atravessem o país.

Karen Porto viajou para o país vizinho para fazer uma cirurgia bariátrica em razão da diabetes e ficou oito dias na Venezuela. Ela disse ter planejado fazer o procedimento há cinco anos atrás. “Resolvi fazer para ter uma opção de vida melhor. Quando decidi, não sabia que a situação estava tão confusa assim. Lá há bons médicos. Outras amigas já fizeram a cirurgia porque lá é barato”, disse. “Soube que a fronteira estava fechada pelos jornais, mas não tive medo de voltar, porque sabia que uma hora ou outra as coisas se resolveriam.”

O grupo de 13 brasileiros atravessou depois de negociações entre Itamaraty e governo da Venezuela, cujas tratativas envolveram também oficiais militares dos dois países em Pacaraima e em Santa Elena do Uairén. Dos 13, nove foram submetidos a cirurgias em hospitais e clínicas particulares dias antes. A maior parte passou por procedimentos estéticos, como cirurgia de varizes e nos seios, mas havia também casos de operações bariátricas e oftalmológicas.

Os demais brasileiros, entre turistas e residentes na Venezuela, atenderam aos chamados do consulado brasileiro ou pediram ajuda espontaneamente para voltar – 70 haviam passado a noite anterior dormindo no chão do vice-consulado brasileiro em Santa Elena do Uairén.

Os pacientes saíram da cidade de Puerto Ordaz às 5 horas da manhã e só conseguiram entrar no Brasil às 18 horas. No trajeto, passaram por revistas em 25 barreiras militares instaladas pelo regime chavista.

Políticos e jornalistas venezuelanos acompanharam o retorno dos brasileiros, segundo a pedagoga Carla Pinheiro, de 39 anos. Moradora de Boa Vista, ela acompanhava a mãe aposentada. “A sensação de voltar é muito boa”, disse Carla. “Não tínhamos notícia de quase nada. Tive medo de não poder atravessar de volta”, disse a aposentada Ana Sueli Pinheiro, de 65 anos, que realizou uma operação na retina.

Ao longo do dia, o vice-cônsul do Brasil, Ewerton Oliveira, que estava à frente das negociações, relatou que a cidade de Santa Elena de Uairén, aos poucos, volta à normalidade, sem confrontos entre forças militares e paramilitares chavistas e cidadãos insatisfeitos com o governo de Maduro.

Ele disse ter recebido o aval parcial da diplomacia venezuelana em Caracas e dos generais da Força Armada Nacional Bolivariana para priorizar o traslado dos pacientes em recuperação, embora o fechamento unilateral da fronteira permaneça.

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