Pesquisa mostra que pais ainda têm dúvidas sobre eficácia de vacinas

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Primeiro Dia D de vacinação contra a febre amarela. Na foto, movimento no posto de saúde de Píndaro de Carvalho Rodrigues, na Gávea. Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Nos últimos anos, o Brasil tem registrado uma queda na cobertura vacinal de crianças com menos de 2 anos. De acordo com dados da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, vacinas como a BCG (que protege contra a tuberculose), que era dada em praticamente todos os recém-nascidos, só imunizou 91,44% dos bebês no ano passado.

— As coberturas vacinais são baixas porque não tem vacina em quantidade suficiente, há atrasos nas entregas, há desabastecimento, porque os postos de saúde não funcionam em horários que atendam à disponibilidade das famílias e existe o desconhecimento (em relação à importância da vacinação) — lista o pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

A pesquisa “Doenças infectocontagiosas nos 2 primeiros anos de vida”, realizada pelo Ibope Conecta, a pedido da Pfizer, recolheu respostas de mil mães e pais de todo o país a respeito da saúde dos pequenos. Os resultados mostraram que, embora 94% dos pais classifiquem a vacinação como uma forma de proteção muito importante, 21% acreditam que a vacina pode causar a doença que deve prevenir e 27% que elas provocam, frequentemente, efeitos colaterais graves.

— Os dados da pesquisa indicam que ainda existe um amplo trabalho de conscientização a ser feito com esses pais e mães, já que vários mitos persistem nessas famílias. Por isso, disseminar informações confiáveis é imprescindível — afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia.

Adiantar ou atrasar doses afeta resultado

Quando o assunto é a segurança das vacinas, as incertezas dos pais se destacam na pesquisa. Mais de 20% dos entrevistados demonstram ter dúvidas sobre o assunto, de modo que 10% deles discordam, total ou parcialmente, da ideia de que as vacinas sejam de fato seguras.

— Tem gente que é contra a vacinação, diz que nunca se vacinou e não ficou doente. O que acontece é que, se ele está no meio de pessoas imunizadas, portanto não há quem transmita a doença. Mas se muitas pessoas pensarem assim, teremos uma recirculação de doenças que estão sob controle — explica Renato.

A maioria dos pais ouvidos na pesquisa não sabe que as vacinas oferecidas pela rede pública são diferentes das opções disponíveis nas clínicas privadas: a quantidade de doses e a cobertura imunológica diferem. O levantamento também apontou que 68% desconhecem a informação de que o atraso na aplicação da segunda ou da terceira dose pode interferir no resultado da imunização.

Clique aqui e confira o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. Veja também o Calendário de Vacinação da SBP.

Por : extra.globo.com
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