Povo Munduruku denuncia ameaças de garimpeiros e MPF pede urgência no combate à mineração ilegal no Pará

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Garimpo ilegal próximo a aldeia Munduruku em novembro de 2022 — Foto: MPF/Divulgação

Clima de tensão e intimidação aumenta no sudoeste do Pará, segundo depoimentos encaminhados ao MPF. Indígenas e pesquisadores têm detectado pontos de destruição cada dia mais próximos a aldeias.

O Ministério Público Federal (MPF) quer saber quais medidas estão sendo tomadas para combater a mineração ilegal no território indígena Munduruku no sudoeste do Pará. O órgão divulgou nesta quarta-feira (30) que solicitou informações à Polícia Federal (PF) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na segunda (28) e pediu urgência nas respostas.

De acordo com indígenas e pesquisadores, há registro de novos focos de destruição desde setembro e cada vez mais próximos às aldeias Katô e Fazenda Tapajós, em Jacareacanga.

De acordo com indígenas e pesquisadores, há registro de novos focos de destruição desde setembro e cada vez mais próximos a aldeias.

Pesquisadores filmaram uma área com 15 mil m², utilizando drones, sendo preparada para a expansão da atividade garimpeira, já desmatada e com construções de madeira e alvenaria.

O MPF já havia reforçado junto à Justiça uma ação emergencial para conter o crime na área por parte da União, do Ibama e da Fundação Nacional do Índio (Funai). O g1 pediu informações à PF, Funai e Ibama e aguarda retorno.

Imagens do avanço do garimpo ilegal

O MPF recebeu imagens que mostram as águas completamente barrentas, poluídas pelo despejo de rejeitos do garimpo ilegal, e crianças em meio a este cenário.

jacare 2Crianças Munduruku em águas aparentemente contaminadas por rejeitos de mineração ilegal em nov de 2022 — Foto: MPF/Reprodução

O local apresenta mau cheiro e coloração amarronzada para cinzenta, segundo o MPF, e há suspeita de contaminação.

Associação e liderança indígena que encaminharam informações ao MPF informaram que o garimpo ilegal ameaça a sobrevivência dos açaizais e das matas, a qualidade das águas, a fauna e a flora em geral, que são base alimentar e econômica dos Munduruku.

garimpo jacareGarimpo ilegal próximo a aldeia Munduruku em novembro de 2022 — Foto: MPF/Reprodução

Ameaças

Depoimentos encaminhados ao MPF apontam que houve aumento da tensão e intimidação por parte dos garimpeiros ao povo Munduruku nos últimos anos.

Em maio do ano passado, a casa de uma liderança chegou a ser incendiada e a Força Nacional foi para a região.

jacareCasa em aldeia Munduruku é incendiada em Jacareacanga, no Pará. — Foto: Reprodução

Lideranças indígenas dizem que sofrem ameaças cotidianamente, e que o cacique geral, Arnaldo Kaba Munduruku, é alvo principal das ameaças, e que saques e destruição de imóveis fazem parte do arsenal de intimidações, ainda conforme o MPF.

Este maio deste ano, lideranças indígenas já tinham denunciado ameaças e a presença de dragas usadas pelo garimpo ilegal próximo a aldeias Munduruku, que estão situados em regiões e territórios diferentes no Pará, além também do Amazonas e Mato Grosso.

Rios da região também apresentam turbidez atribuída por especialista ao garimpo ilegal. Em 2021, imagens aéreas já mostravam área devastada em terra indígena do povo Munduruku. (Com informações  do g1 Pará — Belém).

Jornal Folha do Progresso em 30/11/2022/17:12:56

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