Prefeitura cancela festival de dança em local público após cena de nudez com plateia menor de idade no Pará

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Dançarinos da companhia durante a apresentação, após a troca de vestimentas. — Foto: Festival Dança Carajás 2023

Em nota, organização do festival disse que não foi comunicada pela companhia responsável pela apresentação que a performance teria cenas de nudez. A companhia relatou que se tratava da representação de um parto e definiu o cancelamento como “censura”.
A prefeitura de Parauapebas interrompeu a realização do Festival Dança Carajás 2023 no Centro Cultural da cidade após uma apresentação com cena de nudez em que havia menores de idade na plateia. O caso ocorreu no sábado (23).

Em nota, a organização do evento definiu a atitude da gestão municipal como “censura” e disse que “a Companhia Ateliê, de São Luís do Maranhão, apresentou uma performance com cenas de nudez, em que as bailarinas trocavam de blusas no palco, e por alguns minutos ficavam com seios de fora”.

A prefeitura, o festival e a companhia confirmaram que havia crianças e adolescentes no público e nas apresentações programadas para o dia — o primeiro de competições infanto-juvenis.

“A companhia de dança omitiu o teor da apresentação realizada no dia dedicado ao público infantil. A prefeitura afirma que não tinha conhecimento, assim como também informou os organizadores do evento”, pontuou a gestão de Parauapebas.

Além da prefeitura, os organizadores do festival também reiteraram que não foram avisados:

“O diretor da companhia confirmou às equipes da prefeitura que a organização do evento não sabia da cena, e que a decisão foi de ‘última’ […] O diretor-geral do evento informou que perguntou se haveria cenas de nudez ou palavrões, e a Companhia disse que não. A organização do festival afirmou que também foi pega de surpresa e que notificaria a companhia.”

Sobre a cena em si, o festival relatou que o diretor ainda explicou que a cena não tinha cunho sexual e representava um parto.

Após a apresentação, equipes da prefeitura chegaram ao local acompanhadas de guardas municipais e avisaram que o evento não poderia mais ocorrer no Centro Cultural, administrado pela gestão municipal e cedido para a realização do festival, que começou na última quinta-feira (21) e vai até este domingo (24).

Entretanto, conforme a organização do evento, a medida foi tomada sem nenhuma formalização com ofícios ou outros documentos que comprovassem a necessidade da decisão. Mesmo com tantas tentativas de conversa, os bailarinos foram retirados do prédio pelos agentes.

“Muitas crianças que já estavam arrumadas para se apresentarem foram para a porta do Centro protestar contra a decisão da prefeitura. Uma companhia com bailarinos autistas que faria a abertura do evento também precisou sair do local”, completou, em nota, o festival.

Vídeos mostram os troféus e medalhas que seriam entregues aos vencedores do evento, no chão, no lado de fora do local.

A Prefeitura de Parauapebas justificou o cancelamento do apoio sobre o argumento de que o ocorrido violou as leis de proteção dos direitos do público infanto-juvenil, como preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A cena

Cena em que dançarinas retratam "parto". — Foto: Reprodução / Festival Dança Carajás
Cena em que dançarinas retratam “parto”. — Foto: Reprodução / Festival Dança Carajás

Em entrevista ao g1, o diretor da companhia “Ateliê Contemporâneo”, Joseph Santos, convidado pelo festival, falou que a cena em questão retrata o renascimento da humanidade depois do período traumático pós-Covid.

“Os bailarinos fazem uma troca em movimento de figurino, representando uma cena de parto, onde, por alguns segundos, aparecem os seios das bailarinas, que logo são cobertos com as próprias mãos delas na movimentação da dança”, detalhou.

Segundo Joseph, na cena não há qualquer conotação sexual, obscena ou pejorativa. Ele comparou o ato com a retração de uma mãe amamentando um filho.

“A direção não tomou consciência da cena porque não participou do processo de criação, e em processo de criação, tiramos, colocamos ou adaptamos cenas o tempo inteiro, até mesmo de um trabalho pronto e acabado”, justificou.

Joseph pontua que a apresentação não teve classificação indicativa de faixa etária, o que deveria ter sido colocada pelos envolvidos no espetáculo.

O festival

O Dança Carajás Festival, que começou no dia 21, continuou até este domingo (24), mas em outro local, privado, que o próprio evento alugou para dar prosseguimento à programação.

De acordo com a organização, o evento tem cunho social e está arrecadou latas de leite em pó para entregar para mães portadoras do vírus HIV, que não podem amamentar os filhos recém-nascidos.

Além disso, o festival também tem cunho inclusivo, com workshops e apresentações para pessoas com deficiência.

Fonte: g1 Pará — Belém/Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 25/09/2023/09:35:30

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