Saiba quem é a advogada morta espancada e asfixiada por ex-PM em MT

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Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi encontrada morta dentro do próprio carro em Cuiabá — Foto: Reprodução

Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi encontrada pelo irmão dentro do carro dela no Parque das Águas, em Cuiabá, após passar a noite fora de casa junto com o suspeito, que conheceu no dia do crime.

Honesta, digna, sorridente e estudiosa. A advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, era conhecida por essas características, segundo a amiga dela há mais de 23 anos, Glaucia Amaral, que atualmente preside a Comissão da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT).

Cristiane foi encontrada morta espancada e asfixiada dentro do próprio carro no Parque das Águas, em Cuiabá, no domingo (13). O irmão dela localizou o veículo por um aplicativo que rastreou o celular dela. Ela havia passado a noite junto com o suspeito, Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, ex-policial militar, que foi autuado em flagrante por feminicídio. Os dois se conheceram no dia do crime.

Ela deixou duas filhas, uma de 20 e outra de 14 anos.

Há mais de oito anos, Cristiane trabalhava na defesa de crianças vítimas de violência na Justiça. Nos últimos meses, ela atuava na formação jurídica por meio de cursos para novos empreendedores que queriam abrir o primeiro negócio.

Ao g1, Amaral contou que a sociedade mato-grossense precisa refletir sobre o caso, tendo em vista os altos índices de violência contra a mulher.

“Quando esse tipo de coisa acontece, a gente precisa , como sociedade, respeitar a vítima. Ela é a vítima. Uma pessoa digna e honesta que nada fez de ilícito na vida. E foi vítima de alguém que não merece para questionar qualquer aspecto da vida dela. Nós, como sociedade, precisamos mudar para que mais mulheres não sejam vítimas desse tipo de feminicídio”, afirmou.

Segundo o anuário da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá (DEDM), 6.081 mulheres foram atendidas no ano passado, o que representa um aumento de 95% de vítimas.

A última conversa que Amaral teve com Cristiane foi sobre a morte do esposo dela por Covid-19, em 2021.

“Conversamos logo após o falecimento do marido dela por Covid. A Cristiane me contava que estava dedicada a cursos de formação de empreendedorismo e a gente estava com dificuldade de se encontrar por causa do trabalho. Mas ela sempre estava feliz pelas conquistas e pelas filhas. Ela estava de cabeça erguida, positiva”, contou.

Antes disso, Cristiane atuava no acompanhamento das crianças vítimas de violência que ficam em juízo e na Casa Lar — um projeto da Justiça junto com a administração pública que abriga crianças e adolescentes órfãos.

“Cristiane foi responsável pelo acompanhamento das crianças vítimas de violência, que ficavam em juízo e na Casa Lar. Então, ela tinha muita sensibilidade. Muito positiva e sempre sorrindo. Uma boa amiga e uma pessoa extremamente honesta, lúcida e sábia. Ela era dedicada e estudiosa. É uma tragédia”, disse.

Amaral ainda disse que a Ordem deve acompanhar este caso até o final, como todos os outros de feminicídio, e destacou que esta é a segunda advogada que morre em menos de seis meses por violência contra a mulher.

“Mato Grosso precisa parar e refletir por quê que os homens acreditam que é tão simples e que não vá ter consequências da morte de uma mulher. Precisamos discutir as penas e a condenação. Precisamos discutir tudo isso,” ressaltou.

A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, afirmou ao g1 que todas as instituições e a sociedade em geral devem se unir neste momento para buscar formas de combater a violência contra a mulher de maneira mais efetiva.

“Por mais que façamos isso, parece que não conseguimos evoluir. Os números estão aí. O Brasil , se não me engano, é o 5º país que mais mata mulheres no mundo. Então, a sociedade precisa estar mais unida e os Poderes mais empenhados. Precisamos buscar soluções contra essa violência absurda”, afirmou.

Em relação ao caso de Cristiane ser o segundo registrado neste ano, Cardoso destacou que esse ódio contra as mulheres precisa ser combatido.

“Nós tivemos no início do ano a morte trágica e brutal da doutora Thays, assassinada na porta do edifício da sua mãe, junto com seu namorado. Morta pelo ex que não aceitava o fim do relacionamento. O feminicídio continua fazendo vítimas. O crime de ódio, de desprezo contra as mulheres. A gente precisa combater esse ódio, essa discriminação. A gente precisa, cada vez mais, combater a violência contra as mulheres desde a violência psicológica para que não chegue ao último degrau, que chegou à doutora Cristiane”, disse.

Entenda o caso

Segundo investigação da Polícia Civil, Cristiane teria conhecido o suspeito, Almir Monteiro dos Reis, em um bar na capital no dia do crime.

Depois de passar o sábado com a família, a vítima teria saído de casa por volta de 22h, em um estabelecimento no entorno da Arena Pantanal. No local, ela teria conhecido Almir. Os dois teriam saído juntos por volta de 23h30.

A família de Cristiane desconfiou do sumiço e tentou contato com ela, o que levou o irmão dela a localizá-la através de um aplicativo que rastreou o celular da vítima.

A advogada foi encontrada já sem vida dentro do próprio carro no banco do passageiro. Ela foi encaminhada ao hospital pelo irmão. A Polícia Civil investiga o caso.

Ajuda

Medida Protetiva online – Pode ser solicitada pelo site. Clique em “Solicitar Medida Protetiva” e depois em “Iniciar Pedido de Medida Protetiva”.

SOS Mulher – Botão do Pânico – Aplicativo que deve ser instalado no celular e poderá ser utilizado para mulheres com medidas protetivas determinadas judicialmente e que morem em em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres e Rondonópolis, cidades com unidades do Ciosp instaladas.

 

Fonte: g1 MT e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 16/08/2023/14:55:29

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