Venezuelanos transportaram ilegalmente R$ 130 milhões em ouro a partir de Santarém

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(Foto:Reprodução) – Um esquema criminoso que transportou ilegalmente cerca de 400 kg de ouro a partir de Santarém foi desbaratado pela Polícia Federal (PF).

Nas primeiras horas da manhã de sábado (11), os agentes da polícia judiciária federal foram a campo, deflagrando a operação “FlyGOLD” para desarticular uma associação criminosa majoritariamente composta por cidadãos venezuelanos.

De acordo com a PF, a Justiça Federal expediu 6 mandados de prisão preventiva e 5 mandados de busca e apreensão para serem cumpridos na região metropolitana de Santarém.

Conforme as investigações, os criminosos utilizavam artifícios para o transporte ilegal de ouro, como despachar bagagens com excesso de peso, ocultando barras de ouro dentro de garrafas térmicas de alumínio amarradas à estrutura das malas.

“Suspeita-se que a associação criminosa tenha transportado mais de 400 kg de ouro (cerca de R$130 milhões) somente durante o último mês de outubro, por meio de voos comerciais de grandes companhias aéreas”, informou a corporação.

O início

As investigações tiveram início após a apreensão de 21 kg de ouro (aproximadamente R$7 milhões) transportados ilegalmente por um venezuelano em 28 de outubro deste ano.

O flagrante ocorreu durante ação de rotina realizada no Aeroporto Internacional de Santarém Maestro Wilson Fonseca.

Em abordagem à bagagem de um venezuelano, foi constatado que o mesmo estava transportando minério de ouro de Santarém para Manaus. O indivíduo foi preso e o minério foi apreendido.

Origem e destino

De acordo com o delegado federal Pedro Melo, responsável pela operação FlyGold, as investigações seguem com objetivo de identificar a origem e o destino do ouro.

“As investigações terão segmento para identificação de todos os participantes dessa associação criminosa, especialmente a origem e o destino do minério, e também os financiadores”, disse a autoridade policial, acrescentando:

“No cumprimento dos mandados foram localizados diversos itens utilizados para o armazenamento de ouro, fitas crepes, malas com fundo falso, garrafas térmicas onde o ouro era armazenado e amarrado em mochilas e malas, indicando que os participantes estavam envolvidos nesse transporte ilegal de ouro”.

A operação “FlyGOLD” recebe esse nome em alusão ao modal aéreo utilizado pela associação criminosa para a prática dos crimes de transporte ilegal de ouro.

Poluição do rio Tapajós

O garimpo ilegal foi apontado, em laudo da Polícia Federal finalizado neste ano, como a principal causa da poluição do rio Tapajós, que teve suas águas cristalinas invadidas por grande quantidade de lama. Em janeiro de 2022 a mudança da cor da água ocorreu até em Alter do Chão, localidade conhecida como Caribe Amazônico.

Com a deflagração desta operação, a Polícia Federal reforça o compromisso de combater incansavelmente os crimes ambientais e preservar a Amazônia Legal.

Conclusões do laudo

PERGUNTA: Através da análise de imagens de satélite é possível constatar diferenças de coloração das águas do Rio Tapajós, no trecho entre as sedes das cidades de Itaituba e Jacareacanga, que possam indicar hipotética poluição por resíduos ou sedimentos decorrentes de ação antrópica (ação humana)?

RESPOSTA: Sim. Conforme exposto no corpo do laudo, e ilustrado nas figuras 2 a 13, verificam-se diversas plumas de sedimentos oriundos de afluentes do rio Tapajós, em especial os rios Crepori e Jamanxim. Tais plumas, com alteração de cor bastante visível, se iniciam na foz dos principais afluentes com garimpos em sua bacia, e prolongam-se, pelo menos, até as cachoeiras de São Luiz do Tapajós, a montante da cidade de Itaituba. Após as cachoeiras a resposta espectral típica de sedimentos se reduz um pouco, porém continua significativamente superior às partes do rio que ainda não receberam despejo de sedimentos e atingem, ao final, as praias de Alter do Chão e a cidade de Santarém.

PERGUNTA: Esses sinais são também perceptíveis após a cidade de Itaituba, na direção da foz do Rio Tapajós?

RESPOSTA: Sim. Conforme resposta ao quesito anterior, mesmo após as cachoeiras de São Luiz do Tapajós, que ficam a cerca de 40 km a montante da sede do município de Itaituba, o rio permanece com um comportamento espectral distinto daquele onde não há aporte de sedimentos, e típico da presença dos mesmos, ainda que numa intensidade menor do que a montante das cachoeiras.

Verifica-se inclusive que tal comportamento espectral se mantém até a foz do rio Tapajós, na cidade de Santarém, indicando que, ao menos uma parcela dos sedimentos de granulometria mais fina, atingem a foz do rio Tapajós. No momento das coletas (fevereiro/março de 2022) a pluma de sedimentos já havia parcialmente se dissipado, porém em Itaituba é nítida a influência dos sedimentos aportados pelos rios Crepori e Jamanxin, bem como a presença de contaminantes.

PERGUNTA: Esses resíduos ou sedimentos mencionados no quesito primeiro são decorrentes da prática de atividade garimpeira (caso positivo, informar qual tipo específico)?

RESPOSTA: Sim. Verificou-se que os sedimentos têm origem em alguns afluentes, especialmente aqueles com maior concentração de garimpos de aluvião às suas margens, e que esses sedimentos passaram a ser carreados pelo rio conforme a ocupação garimpeira tornou-se mais significativa.

Dessa forma, e considerando também que o garimpo artesanal de aluvião, em especial em áreas remotas, é baseado no jateamento dos barrancos com bombas d’água, produção de polpa do sedimento aurífero por jateamento e lavagem do sedimento aurífero com posterior descarte do mesmo, e considerando ainda a ausência de lagoas de decantação nos garimpos visualizados, fica claro que os sedimentos carreados até o leito do rio Tapajós são oriundos da atividade garimpeira em seus afluentes.

PERGUNTA: O lançamento de citados resíduos ou sedimentos em cursos de água natural podem conduzir à poluição do mesmo, com riscos que possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora (caso positivo, especificar quais os principais focos de contaminação do Rio Tapajós)?

RESPOSTA: A alteração das características físicas e químicas da água necessariamente significa impacto na fauna e flora, tanto do rio como do seu entorno. Por exemplo, existem peixes que se adaptam melhor em águas barrentas e outros em águas cristalinas, e a alteração do habitat significa reduzir a população da fauna que depende de água cristalina e, por sua vez, aumentar aquela adaptada a águas barrentas.

Porém, para conhecer exatamente o impacto da lama na fauna e flora locais há que se realizar um estudo detalhado no local, estudo esse impossível de ser realizado dentro da estrutura da criminalística federal.

Já em relação à saúde humana, as tabelas 3 e 4 apresentam resultados de contaminação por mercúrio e cianeto, insumos da garimpagem que são altamente prejudiciais à saúde humana.

Ainda que tais contaminações não atinjam os níveis críticos em todos os pontos, apresentam-se acima do limite tolerável em vários deles, sendo esses locais áreas de habitação tradicional de populações ribeirinhas e indígenas, que dependem da pesca para sua subsistência. Ou seja, as contaminações observadas ultrapassam os níveis críticos e colocam em risco as populações de seu entorno.

Mesmo nas áreas mais distantes dos pontos com maior contaminação, existe o risco de contaminação da ictiofauna, com crescente aumento da concentração de mercúrio na cadeia trófica, levando peixes carnívoros a possuírem teores muito maiores do que outros, dada a bioacumulação, pelo consumo de outros peixes. A pesca desses peixes, e comercialização dos mesmos nos grandes centros leva toda a população da região a se sujeitas aos riscos de contaminação por consumo de peixe com altos índices de mercúrio.

PERGUNTA: No tocante à atividade garimpeira levada a efeito na Região do Rio Tapajós, há normalmente a utilização de produtos químicos para viabilizar a extração do ouro?

RESPOSTA: Sim. Os principais métodos de separação do ouro na atividade garimpeira dependem ou da lixiviação por cianeto, ou da amalgamação com mercúrio. Ambos são bastante tóxicos ao meio ambiente e à saúde humana, e foram encontrados nos principais afluentes do Tapajós, em especial aqueles com intensa atividade garimpeira. (com informações da PF)

Fonte:O Impacto/ Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 17/11/2023/10:22:45

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