Cacique Raoni não responde a antibióticos e alta hospitalar deve ser adiada em MT

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Cacique Raoni Mtuktire, 89 anos, líder da etnia Kayapó — Foto: Divulgação/Assessoria

De acordo com a equipe médica, a infecção não respondeu como eles esperavam, embora tenham sido utilizados antibióticos.

O cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, apresentou necessidade de troca da medicação e segue com quadro de infecção intestinal, conforme o boletim médico desta terça-feira (22), divulgado pelo Hospital Dois Pinheiros, onde a liderança indígena está internada em Sinop, a 503 km de Cuiabá.

De acordo com o hospital, a alta que estava prevista para sexta-feira (24) pode ser estendida para o próximo domingo (26).

O cacique está internado em Sinop desde sábado (18) na unidade hospitalar localizada a 200 km do Parque Indígena do Xingu, onde ele reside.

De acordo com o médico Douglas Yanai, responsável pelo tratamento de Raoni, a infecção não respondeu como eles esperavam, embora tenham sido utilizados antibióticos. Ele afirma que essa análise só pode ser feita após alguns dias de tratamento.

Por causa disso, optou-se por mudança na medicação. Novos exames foram feitos para apontar se vão ser necessárias novas mudanças ou se os remédios usados atualmente resolvem o problema.

Na terça-feira (21), Raoni passou por avaliação cardiológica e pneumológica. Os exames apresentaram fibrilação atrial e enfisema de longa data.

A equipe médica afirmou que os dois problemas não tem nenhuma relação com as infeções e as úlceras que estão sendo tratadas.

Nesta quarta-feira (22), o líder indígena permanece em bom estado geral, lúcido e orientado, sem febre, com a pressão arterial controlada, sem mais anormalidades.

Internação

O líder indígena foi internado em um hospital de Colíder, na quinta-feira (16), após passar mal. Já no sábado (18) ele foi transferido de avião para Sinop após complicações gastrointestinais e desidratação.

Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ela tinha diabetes e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Líder indígena

Raoni é conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos dos povos indígenas. Desde que nasceu, ele vive na Aldeia Metuktire, que fica na Terra Indígena Kapot Jarinã, no município de Peixoto de Azevedo, região norte de Mato Grosso.

A área foi demarcada no início da década de 1980. Raoni e Bekwyjkà Metuktire tiveram seis filhos e estavam juntos há pelo menos oito décadas.

Por medo da pandemia do coronavírus, a anciã não foi removida para um hospital, de acordo com a neta Mayalú Txucarramãe, que postou nas redes que o avô estava “arrasado com a perda da sua companheira, conselheira e matriarca”.

Histórico

O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).

Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.

Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.

No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “peça de manobra” usada por governos estrangeiros para “avançar seus interesses na Amazônia”.

A declaração ocorreu após o cacique se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.

Por G1 MT

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