Comandante, dois militares e mais três são indiciados por naufrágio do Anna Karoline 3

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Eles foram indiciados por dolo eventual, quando se está ciente dos riscos e, mesmo assim, os assume (Foto:Reprodução)

A Polícia Civil do estado do Amapá concluiu o inquérito que investiga o naufrágio do navio Anna Karoline 3, que afundou na madrugada do dia 29 de fevereiro quando ia em direção ao município de Santarém.

Ao final das investigações, a polícia decidiu indiciar seis pessoas, entre elas, o comandante da embarcação e dois militares da Marinha. Ao todo, o naufrágio resultou em 40 mortos e 51 sobreviventes.

Todos foram indiciados por dolo eventual, quando se está ciente dos riscos e, mesmo assim, os assume. Além deles, um tripulante foi indiciado por falso testemunho, um despachante por falsidade ideológica e o proprietário do barco que realizou o abastecimento clandestino do Anna Karoline, por crime de ordem econômica.

A investigação foi encerrada na segunda-feira (25) e apontou que o navio estava com 70% de sobrecarga. O encarregado do inquérito, delegado Victor Crispim, disse que a embarcação deveria carregar, no máximo, 100 toneladas, mas no dia do naufrágio, transportava cerca de 175 toneladas.

O delegado também falou que o disco de plimsoll, que é uma marcação de segurança pintada no casco, que indica o limite de carga do navio, estava supostamente adulterada.

Em coletiva, o delegado disse que das 100 toneladas de carga padrão, 89 deveriam ir no porão e 11 no convés. Com quase 175 toneladas, a maioria da carga estava no convés, o que foi determinante para o naufrágio. As investigações apontaram que não somente o excesso de peso influenciaram para o acidente, mas sim uma série de fatores.

A rota feia pela embarcação não era autorizada pela Capitania do Portos; O despachante do porto emitiu documento com informações falsas sobre a carga; Militares da Marinha não passaram mais de 5 minutos fiscalizando o navio; A embarcação fez um abastecimento irregular no meio da rota; As condições climáticas não eram favoráveis para tal manobra; Quem conduzia o barco no momento do abastecimento era o tripulante indiciado e não o comandante.

Crispim também afirmou que o comandante alugou o Anna Karoline em 2019 para salvar as finanças, três dias após ter se envolvido em um incêndio numa embarcação no interior do Pará e ter contraído uma dívida milionária.

Em depoimento, os militares disseram que fiscalizaram o barco por 25 minutos, mas câmeras de circuito interno do Porto do Grego, ainda em Santana, há 17 quilômetros de Macapá, confirmaram que eles ficaram pouco menos de cinco minutos. Segundo passageiros sobreviventes, a fiscalização não chegou a adentrar no barco.

O delegado informou que a hipótese de superlotação está descartada, pois o barco tinha 93 passageiros, 7 a menos que o limite de pessoas para a embarcação carregada.

A apuração contradisse o que relataram os militares, de que havia 29 passageiros no momento em que Anna Karoline 3 zarpou do porto. O delegado frisou que duas crianças continuam desaparecidas, mas não informou a idade delas.

O caso foi encaminhado para a Justiça Federal e deve ser levado ao Ministério Público Federal para análise. Os indiciados aguardam em liberdade o progresso do caso.

Por:Redação Integrada

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