Em um ano, Propaz Diversidade registrou 3 assassinatos de pessoas LGBTi em Santarém; mais de 20 foram agredidas

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Moisés Coelho, representante do Propaz Diversidade — Foto: Marilha Maia/G1

Para o Grupo de Homossexuais de Santarém (GHS), o número não reflete a realidade, já que muitos casos não são registrados na delegacia.

Segundo o Propaz Diversidade, de 2018 a 2019 foram registrados três assassinatos de homossexuais e 21 agressões em Santarém, oeste do Pará, contra pessoas da comunidade LGBTi. Só neste ano, 7 casos de agressão já foram registrados. O último foi do jovem Davi Amaral, que foi espancado no dia 14. Davi não resistiu aos ferimentos e teve morte encefálica confirmada pelo HMS no domingo (17). Ele será sepultado nesta terça-feira (19).

Para Danilo Anjos, do Grupo de Homossexuais de Santarém (GHS), o número não reflete a realidade, já que muitos casos não são registrados por uma série de fatores. “Muitos casos às vezes por vergonha não são registrados, ou por falta de informações, medo de represálias. Mas a ONG funciona e recebe essas denúncias, posteriormente encaminhamos para o Propaz Diversidade.

Danilo disse ainda que a comunidade LGBTi (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais) se torna mais vulnerável a partir das agressões, daí a importância de buscar ajuda e denunciar qualquer tipo de violência. A ONG GHS colabora encaminhando as vítimas para o acolhimento no Propaz Diversidade. As ações também são estendidas para os familiares da vítima através dos serviços disponibilizados por uma equipe multidisciplinar.

Ao G1, Moisés Coelho, do Propaz Diversidade, disse que Santarém é uma das piores cidades para comunidade LGBTi morar, por conta do preconceito que ainda é muito grande. “Ele apanha por ser pessoa e apanha por ser LGBTi. Às vezes, no momento da violência, o agressor percebe que se trata de um homossexual e aumenta ainda mais as agressões. É assustador o ódio que move essas agressões. Uma pessoa LGBTi não morre com uma facada, morre com 58 facadas e assim por diante”.

Moisés ressaltou que é muito importante que a comunidade LGBTi busque o Propaz Diversidade como uma rede de apoio, para prevenir que as estatísticas da violência aumentem e outras pessoas sejam mortas em Santarém. “Aqui no Propaz Diversidade a gente acolhe essas pessoas, elas se sentem bem”, contou.

Além do acolhimento às vítimas de violência, o Propaz Diversidade disponibiliza serviços como a expedição do Registro de Identificação Social (RIS), Carteira de Identidade e Certidão de Nascimento para transgêneros. Os casos de agressão são acompanhados pelo Propaz Integrado.

Caso Davi Amaral

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Davi Silva foi vítima de espancamento no bairro São José Operário, em Santarém — Foto: Reprodução/Facebook

Apesar de não haver certeza de que Davi Amaral foi vítima de homofobia, ele entrou para os dados de violência contra a comunidade LGBTi. O jovem homossexual foi encontrado desacordado, seminu e espancado em um terreno baldio localizado no bairro Livramento.

O jovem teve múltiplas fraturas na cabeça, passou por cirurgia e ficou em coma. Apesar de todo esforço na recuperação, Davi teve morte cerebral confirmada no domingo (17). O principal suspeito de ser o autor do crime foi identificado pela Divisão de Homicídios e está foragido.

Fonte: Geovane Brito e Dominique Cavaleiro, G1 Santarém, PA

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