Fiscal investigado pela PF é ligado a Helder Barbalho

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Agente suspeito de negociar propina ocupava cargo na pasta de Barbalho

O fiscal federal Fábio Zanon Simão, um dos alvos da Operação Carne Fraca, que apura corrupção no Ministério da Agricultura, foi indicado ao cargo pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC).

O parlamentar foi flagrado em grampo da Polícia Federal nas investigações sobre suposto esquema de propinas envolvendo fiscais da Agricultura, em especial do Paraná, e funcionários de empresas de carnes e processados, entre elas, unidades da BRF e JBS. O agente público deixou aquele ministério em junho do ano passado para assumir vaga na pasta da Integração Nacional, chefiada por Helder Barbalho (PMDB-PA), filho do senador Jader Barbalho, do mesmo partido. A indicação foi feita pelo Secretário Nacional de Desenvolvimento Regional, Marlon Cambraia, que trabalhou com o fiscal à época em que foi também servidor do Ministério da Agricultura.

Fábio Zanon Simão permaneceu no cargo de Diretor do Departamento de Gestão de Programas de Desenvolvimento Regional até a deflagração da Carne Fraca, quando foi exonerado. As investigações apontam que o agente público teria negociado R$ 300 mil em propinas para autorizar a abertura de um abatedouro de cavalos, a pedido do empresário Nilson Umberto Sachelli Ribeiro, preso preventivamente, e seu pai Nilson Alves Ribeiro, alvo de mandado de prisão. O dinheiro, segundo o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da Operação Carne Fraca, teria sido entregue a Marcelo Zanon, irmão de Fábio. O fiscal foi nomeado em outubro de 2015 para o Ministério da Agricultura, à época chefiado pela senadora atual Katia Abreu (PMDB-TO).

A Carne Fraca mira corrupção na Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Paraná (SFA/PR) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No rol de empresas investigadas pela Polícia Federal estão a JBS, dona da Seara e da Big Frango, a BRF, controladora da Sadia e da Perdigão, e os frigoríficos Larissa, Peccin e Souza Ramos.

Na lista de irregularidades identificadas pela PF estão o pagamento de propinas a fiscais federais agropecuários e agentes de inspeção em razão da comercialização de certificados sanitários e aproveitamento de carne estragada para produção de gêneros alimentícios. Os pagamentos indevidos teriam o objetivo de atender aos interesses de empresas fiscalizadas para evitar a efetiva e adequada fiscalização das atividades, segundo a investigação.

À reportagem, Peninha afirmou que tinha “relação de amizade” com o fiscal preso preventivamente e admite ter participado, ao lado da bancada do PMDB, da indicação de Fábio Zanon Simão à Agricultura.

A indicação de Zanon à chefia da assessoria parlamentar do gabinete da ex-ministra da Agricultura veio do PMDB. O Estado apurou que o nome dele foi articulado pelo deputado federal Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC).

O parlamentar, citado em grampos da PF, diz ter conhecido o fiscal em 2014, e que a relação entre ambos era “simplesmente de amizade”.

“Eu participei da indicação em conjunto com a bancada do PMDB. Nunca imaginava que ele pudesse cometer qualquer delito ou irregularidade. Inclusive foi grampeado e tenho certeza que nunca citou meu nome. Assim como está sendo interrogado e tenho certeza absoluta que não vai envolver nem meu nome nem qualquer deputado da nossa bancada, pois simplesmente nunca participei de nada de errado”, afirma o deputado.

Ao grampear, com autorização da Justiça, telefonemas do executivo Roney Nogueira dos Santos, da BRF, a Polícia Federal captou uma conversa entre o executivo e o deputado Rogério Peninha.

De acordo com relatório da PF, Roney “tem feito contatos com políticos para solicitar ajuda para cumprimento/descumprimento de Normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. Segundo a PF, Roney “precisa de apoio (lobby)’ sobre a IN 39 – norma estabelecida em 27 de outubro de 2015 pela então ministra Kátia Abreu, que regula documentação sobre importação e exportação. Para os investigadores, a BRF não queria cumprir a IN 39.

Peninha tem direito a foro especial, por prerrogativa de função e só pode ser investigado no Supremo Tribunal Federal (STF). A Carne Fraca já encaminhou a parte da apuração que envolve deputados.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB-PA) atribui a indicação de Fábio Zanon Simão ao secretário nacional de Desenvolvimento Regional, Marlon Cambraia, e afirma que, assim que tomou conhecimento das investigações, exonerou o ex-servidor. “As investigações não tem ligação com atividade dele no ministério da integração. Nenhum programa que esteja investigados pela carne fraca”, ressalta o ministro.

Fonte: ORMNews.
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