Impeachment e facada: a política brasileira de pernas pro ar

image_pdfimage_print

A facada que tirou Bolsonaro dos debates eleitorais de 2018 e comoveu o país: o candidato venceu o pleito contra Fernando Haddad (PT). | Foto:Reprodução

O cenário político brasileiro mudou drasticamente nos últimos anos com a ascensão da extrema direita no país. Nesse meio tempo, aconteceu de tudo: povo nas ruas, impeachment, facada e a improvável eleição de Bolsonaro, em 2018.

A facada que tirou Bolsonaro dos debates eleitorais de 2018 e comoveu o país: o candidato venceu o pleito contra Fernando Haddad (PT).

Em 2010, Luís Inácio Lula da Silva concluía dois mandatos com uma aprovação popular pouco vista entre os presidentes brasileiros. Em pesquisa de opinião no Instituto Datafolha, a gestão Lula era considerada boa ou ótima para cerca de 83% da população.

Não é à toa que ele conseguiu transferir votos para uma sisuda e pouco conhecida ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. No mesmo ano, ela se elegeria a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo executivo no Brasil.

Parecia mesmo uma lua de mel com a esquerda hegemônica capitaneada pelo PT e quem fizesse previsões do que viria nos anos seguintes provavelmente erraria feio. Dilma se elegeu e continuou os programas sociais iniciados por Lula e também o plano econômico desenvolvimentista baseado na atração de capital externo, consolidação do mercado consumidor nacional e na execução de grandes obras, principalmente, de infraestrutura.

Acusações de corrupção no governo, sobretudo na estatal Petrobras, e instabilidades na Economia, como índices de inflação além das metas estipuladas, fizeram do primeiro mandato de Dilma uma travessia sob ataque e muitas críticas. Mas o caldo de insatisfação que transformou de vez o cenário político nacional explodiu em São Paulo, em 2013, e não estava voltado à presidenta inicialmente. Na época quem administrava a capital paulista era outro personagem, que viria a ser mais importante nacionalmente nos anos seguintes, o petista Fernando Haddad.

Das manifestações paulistanas de junho de 2013 contra aumento da tarifa do transporte público, o movimento se espalhou pelo Brasil e ampliou a pauta de queixas da população. Desses atos com multidões nas ruas, surgiram as bases da direita que ajudariam a eleger, mais tarde, um até então obscuro deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro: Jair Messias Bolsonaro. Na época, ele já ganhava destaque com declarações homofóbicas e racistas em programas de auditório e humorísticos.

Dilma Rousseff chegou a 2014 desgastada, mas se elegeu para o segundo mandato com Lula como cabelo eleitoral e uma união de partidos e entidades de esquerda que garantiram o corpo a corpo nas ruas. O oponente Aécio Neves (PSDB) ficou muito perto de vencer, sendo o placar apertadíssimo: a petista obteve 51,64% e ele 48,36% dos votos válidos. A imagem de espanto de Aécio perdendo a eleição dentro do comitê tucano entrou para história, assim como a contestação do resultado nas urnas, o que gerou mais desgaste.

Dilma não chegaria ao fim do mandato. O desgaste político, a pressão de partidos e movimentos de direita e uma articulação de instituições com o Congresso Nacional levaram ao impeachment da presidenta. O processo foi iniciado em 2 de dezembro de 2015, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha deu seguimento ao pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, que alegaram as famosas pedaladas fiscais como motivo para tirá-la do poder.

Duzentos e setenta e três dias depois, em 31 de agosto de 2016, após um debate intenso sobre crimes de responsabilidade, o mandato de Dilma foi cassado, mas sem perda dos direitos políticos. A sessão histórica foi marcada por discursos em prol da família por partido dos favoráveis ao impedimento e indignação dos que eram partidários da preservação do mandato.

 Lula preso, Bolsonaro presidente

Nos últimos 11 anos, nenhuma ação institucional mexeu tanto com o rumos políticos como a Operação Lava-jato, iniciada em março de 2014 e dividida em dezenas de fases pelo Ministério Público Federal (MPF) com boa parte dos processos penais julgados em Curitiba, no Paraná. É nesse contexto que surgem o procurador federal Deltan Dalagnol e o juiz federal Sergio Moro. Pelas mãos dos dois, peças-chaves do poder republicano foram condenadas e mandadas à cadeia, incluindo o ex-presidente Lula.

Decretada por Moro ao julgar o processo do tríplex do Guarujá, a prisão de Lula ocorreu no dia 7 de abril de 2018 e mudou de forma definitiva o cenário daquele ano, em que o ex-presidente liderava todas as pesquisas de intenção de voto, porém ficou de fora da disputa devido à condenação.

Esgotados os recursos jurídicos para tirar Lula da prisão, em setembro, o PT anunciou Fernando Haddad como candidato. Seria ele um porta-voz de Lula em defesa de sua inocência e ao mesmo tempo a cabeça do projeto petista de retornar à Presidência da República. O professor e ex-prefeito de São Paulo conseguiu chegar ao segundo turno contra Bolsonaro, que venceu a eleição no dia 28 de outubro. O atual presidente conquistou 55,13% e o derrotado, 44,87%, dos eleitores.

Foi uma eleição atípica com nomes conhecidos, como o tucano Geraldo Alckimin e a Marina Silva, do Partido Verde, tendo resultados irrisórios. Sem contar o incidente de setembro de 2018, quando Adélio Bispo esfaqueou Bolsonaro na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O caso tirou o então candidato de todos os debates para recuperação e causou comoção nacional.

O pleito de 2018 também foi negativamente marcado pelo uso de redes e mídias sociais para espalhar notícias falsa, as chamadas fake News. A mais famosa delas dizia respeito a Fernando Haddad e lhe associava à distribuição de um “kit gay” para crianças em escolas públicas, o que nunca foi provado, mas dominou o debate eleitoral daquele ano.

Por: Diário Online

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835- (93) 98117 7649.

“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

 

 

 

%d blogueiros gostam disto: