Indígenas protestam e gritam ‘Fora, Temer’ durante apresentação do Boto Tucuxi no Sairé 2017

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Protesto foi realizado durante evolução do item “ritual indígena” na disputa dos botos em Alter do Chão. Manifestação foi aplaudida pelo público, inclusive a torcida adversária.

Durante a apresentação do Boto Tucuxi no Sairé 2017, indígenas que representam as comunidades do oeste do Pará fizeram protestos em defesa do Rio Tapajós. O “Fora Temer” recebeu aplausos do público presente, incluindo a torcida do boto adversário, o Cor de Rosa.

O discurso foi escrito por Alessandra Korap Munduruku com o objetivo de alertar para os projetos que podem colocar em risco os recursos naturais da Amazônia, a manifestação foi realizada durante o ritual indígena, um dos itens que será julgado pelos jurados na disputa dos botos.

Em um dos trechos do texto lido por uma indígena, a autora menciona que o governo e as empresas destruíram locais sagrados. O ponto mais alto do discurso foi quando a indígena gritou “Fora Temer”, levando o público ao delírio.

“Fora Temer! Fora hidrelétricas do Tapajós!”, dizia um trecho do texto.

Em 2016, uma audiência pública foi realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) para discutir os principais impactos causados pela construção da usina de São Luiz do Tapajós. De acordo com o professor do Instituto de Energia e Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Célio Bermann, provavelmente só 22% da demanda da eletricidade será destinada para a população. O restante da energia produzida será destinado às indústrias.

Confira o texto na íntegra:

“A gente está mergulhado em sangue de índio. Esse golpe começou com o homem branco desde que pisou nessa terra que se chama Brasil, que vem massacrando os povos indígenas. Nós mulheres estamos aqui nesse dia de festa pra lembrar que toda festa antecede uma luta, que nesta é para defender a nosso rio Tapajós, o nosso território e todos os rios da Amazônia, que os portos de soja são para os estrangeiros, a hidrelétrica é para os estrangeiros, a mineração é para os estrangeiros. Nada é bom pra nós, para o povo indígena, ribeirinhos e pescadores, que nada que está existindo de desenvolvimento é bom pra nós. Vamos sim preservar o nosso rio, a beleza que temos que é o Alter do Chão, preparando o espírito pra luta. Se for preciso, cada homem e cada mulher Munduruku vão andar mostrando o que temos pra mostrar, a nossa resistência para o mundo, que estamos aqui, que precisamos ser consultados, os Munduruku, os Borari, os Kumaruara, os Arapiun, os Tumpinabá e os demais povos do Tapajós, pra mostrar a essa justiça branca e ao governo que não temos medo da luta. O mercúrio que envenena o rio Tapajós é produzido em Brasília. O povo Munduruku se levanta pra denunciar a destruição dos locais sagrados. O governo e as empresas que destruíram esses locais sagrados. Não ao agronegócio! Fora Temer! Fora hidrelétricas do Tapajós! Viva o povo Munduruku! Viva o povo indígena do Brasil! Viva o povo do Brasil!”

“SAWE, SAWE, SAWE!”

Fonte: G1 Santarém.
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