Índios plantam e vendem soja há 15 anos em MT com mão de obra própria e capacitada e recebem elogio do presidente da Funai

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Indígenas saem das aldeias para estudar e se capacitar e depois retornar para trabalhar na atividade agrícola. Eles estão criando cooperativa para a venda do grão.

Índios da etnia Paresí estão criando uma cooperativa para a compra de insumos e a venda da produção de soja. A etnia cultiva soja e comercializa os grãos há 15 anos. O cultivo ocupa dez mil hectares divididos em nove áreas e a previsão é que os grãos sejam cultivados em 15 mil hectares no ano que vem.

A organização da agricultura do povo Paresí chamou a atenção do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Wallace Bastos, que foi até as aldeias para ver de perto o plantio. Segundo ele, a atividade pode servir de exemplo para outras comunidades.

“O trabalho deles é espetacular, isso tem que ficar de exemplo para as outras comunidades que queiram empreender nesse tipo de atividade. É um modelo de sucesso, um “case” de sucesso que tem que ser copiado pelo Brasil todo. O nosso principal papel aqui é a interlocução com outros órgãos, com o Ibama, para que eles consigam mesmo plantar em toda a área, fazer as colheitas, fazer isso preservando a questão ambiental”, afirmou.

Os maquinários comprados com recursos próprios estão nas lavouras concluindo o plantio. Arnaldo Zunizakae, um dos responsáveis pela atividade agrícola, afirma que a intenção é buscar tecnologia para produzir mais na mesma extensão de terra.

Um plano de gestão territorial foi feito recentemente pelo povo indígena Paresi para os próximos 50 anos e nesse planejamento eles preveem a ampliação dessa área em até 50 mil hectares, futuramente, mas vai depender de estudo e da necessidade.

O plantio neste ano está quase no fim, mas a comercialização do grão dessa safra ainda não foi feita. Pensando em melhorar a comercialização é que eles estão montando essa cooperativa.

“A coperativa é uma necessidade para poder nos representar comercialmente, nós trabalhamos antes com a associação, mas ela não comporta a questão de compra e venda dos produtos e por isso foi necessária a criação de cooperativa para trabalhar somente com a questão da agricultura para a compra dos insumos como a venda do produto produzido aqui”, explicou Arnaldo.

A cooperativa valoriza a mão de obra indígena. Os índios foram qualificados para a atividade e estudaram foram da terra indígena.

“Agora eles voltaram para trabalhar aqui dentro com maquinário próprio, nosso, e fazendo com que eles permaneçam no território valorizando o trabalho como pessoas que estudaram para isso”, explicou.

Desde 2003, os indígenas plantam soja em Campo Novo do Parecis. Além da renda com o grão, a mão de obra é dos próprios índios que conseguem trabalhar na terra.

Um desses trabalhadores é o Blairon Deblair Zunizakae, de 20 anos, que é operador de plantadeira.

Nascido e criado na aldeia, ele estudou fora e agora pode contribuir para o crescimento econômico da própria comunidade.

“Trabalhar dentro da própria casa, para o povo da gente, acho que é uma coisa que não tem preço, antes eu trabalhava fora na lavoura do branco. Hoje trabalho dentro de casa com salário ótimo, podendo estar em casa todo dia e mais ainda fazer isso para o povo da gente acho que não tem coisa que pague isso”, contou.

Nas 64 aldeias espalhadas em cinco municípios vivem 2.500 pessoas.No ano passado, a produtividade das lavouras foi de 58 sacas por hectare e neste ano os indígenas esperam colher em média 60 sacas.”A expectativa é muito boa para dar continuidade num projeto que começou há 15 anos, fazendo com 100% de mão de obra indígena, maquinários indígenas, inclusive pela nossa cooperativa e a expectativa é muito boa uma boa colheita aqui”, enfatizou Arnaldo Zunizakae.

Fonte: G1 MT

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