Morte de jovens em BMW foi causada por inalação de monóxido de carbono, confirma polícia de SC

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De acordo com as investigações, havia um vazamento irregular de gás no escapamento do veículo. A peça havia sido customizada para aumentar o ronco do motor.

A polícia de Santa Catarina confirmou, nesta sexta-feira (12), que a morte de quatro jovens no interior de um automóvel BMW, em Balneário Camboriú (SC), no dia 1º de janeiro, foi causada por intoxicação em decorrência da inalação de monóxido de carbono. De acordo com as investigações, havia um vazamento irregular de gás no escapamento do veículo. A peça havia sido customizada para aumentar o ronco do motor.

As vítimas deram entrada no IML por volta de 10h15, em Balneário Camboriú (SC). O laudo, que ainda será divulgado, apontou que vítimas apresentavam sinais de asfixia, manchas avermelhadas pelo corpo — que se inicia após a parada respiratória —, além de espuma expelida pela boca.

Os jovens apresentaram saturação de monóxido de carbono acima de 50%, que é gerado pela queima de material orgânico, incluindo escapamento de carros. Em ambientes fechados, o gás atinge níveis elevados, causando a intoxicação.

De acordo com a polícia, 22 agentes científicos atuaram na elucidação do caso, em seis áreas técnicas diferentes.

Entenda o caso

Quatro jovens foram encontrados mortos dentro de uma BMW perto de rodoviária na manhã do dia 1º de janeiro, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. A principal linha de investigação da Polícia Civil indica que uma customização recente no cano de escape do veículo gerou uma falha mecânica que teria levado monóxido de carbono para dentro do carro, causando a morte do grupo.

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) comunicou em nota que chegaram ao local às 7h29 e constataram que as quatro vítimas estavam dentro do veículo estavam em parada cardiorrespiratória. Seguindo os protocolos de atendimento, tentaram reanimar os corpos, mas sem sucesso. Às 8h17, foram declarados os óbitos no local.

Nas investigações iniciais, o delegado responsável pelo caso, Bruno Effori, já havia confirmado um vazamento entre o motor e o painel do veículo, causando uma intoxicação e asfixia nos quatro jovens, que permaneceram no carro e acabaram se contaminando. Entre as vítimas estavam Nicolas Kovaleski, de 16 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, Tiago de Lima Ribeiro, de 21 anos e Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24.

No local, a polícia identificou uma testemunha que conhecia os jovens e teria viajado de ônibus de Minas Gerais à Santa Catarina, para encontrar familiares e amigos. Foi apurado que uma parte da família havia se mudado há cerca de um mês da cidade de Paracatu (MG) para a região da Grande Florianópolis com o intuito de abrir uma empresa, e foram passar o ano novo em Balneário Camboriú.

Alguns familiares retornaram com um veículo para Florianópolis, enquanto os quatro jovens foram com a BMW/320I M Sport, fabricada em 2022, para a rodoviária buscar a namorada de um deles. No local, os quatro começaram a passar mal, com sintomas como enjôo, vomito e tremedeira. Por isso, decidiram esperar que os sintomas passassem antes de seguir viagem. Eles ficaram no interior do veículo com ar condicionado ligado.

A namorada de uma das vítimas, que chegou de ônibus, não estava com os sintomas e ficou entrando e saindo do veículo, aguardando os outros melhorarem para pegarem estrada até Florianópolis. Porém, em uma das vezes que voltou até o carro, após ficar entre 30 e 40 minutos do lado e fora, ela constatou o óbito das vítimas.

De acordo com a testemunha, os quatro jovens estavam com os olhos bem vermelhos e esbugalhados, havia vômitos por todo o veículo, uma das vítimas estava com o braço arroxeado e outra com sangue saindo pela boca.

As investigações iniciais não apontaram sinais de violência no corpo das vítimas, o que descartou mortes violentas.

Intoxicação por monóxido de carbono

A professora Tatiana Saint-Pierre, do Departamento de Química do Centro Técnico-Científico (CTC) da PUC-Rio, explica como funciona essa a intoxicação por monóxido de carbono, responsável pela morte do grupo.

— Na combustão incompleta, a pessoa primeiro desmaia com o gás carbônico e depois morre com o monóxido. É uma morte por asfixia. Por isso, se uma pessoa é encontrada desmaiada nessas circunstâncias, mas com vida, precisa ser submetida à oxigenação urgentemente. Mesmo sobrevivendo, ela pode ter sequelas — afirma Saint-Pierre.

De acordo com Saint-Pierre, um dos primeiros sinais da combustão incompleta é a presença do gás carbônico. Isso porque, antes de gerar o monóxido de carbono, a falta de oxigênio provoca no ambiente um excesso de gás carbônico, outro produto da combustão. Embora o gás carbônico não seja propriamente venonoso, ele pode causar, se inalado em grandes quantidades, dor de cabeça, dificuldade para respirar, tonturas e desmaio, entre outros sintomas.

A explicação se relaciona com o nível de confinamento do ambiente. Para acontecer da maneira correta, a combustão sequestra o gás oxigênio disponível, permitindo que as chamas dentro do aquecedor se mantenham. Esta é a combustão completa. Contudo, se o cômodo for mal ventilado, a combustão roubará todo o oxigênio existente no local e, na falta dele, passará a produzir o monóxido de carbono.

Ao contrário do gás encanado — que, para evitar acidentes, tem um odor artificial adicionado quimicamente —, o monóxido de carbono não produz cheiro algum, o que dificulta muito o seu reconhecimento.

Fonte: O Globo  e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 12/01/2024/10:56:02

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