Número de mortes violentas bate recorde em 2017

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Brasil ultrapassou marca de 63 mil mortos

Brasil bate novo recorde e tem maior nº de assassinatos da história com 7 mortes por hora em 2017; estupros aumentam 8%

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registradas 63.880 mortes violentas. Mortes provocadas por policiais aumentaram 20% e número de policiais mortos diminuiu 4,9%.

O Brasil registrou 63.880 mortes violentas em 2017, o maior número de homicídios da história, de acordo com dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta quinta-feira (9). Sete pessoas foram assassinadas por hora no ano passado, aumento de 2,9% em relação a 2016. Os estupros aumentaram 8,4% de um ano para o outro.

O Rio Grande do Norte registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes: 68, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1). As menores taxas estão em São Paulo (10,7), seguida de Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2).

As capitais com as maiores taxas são Rio Branco (AC), com 83,7 por 100 mil habitantes, Fortaleza (CE), com 77,3, e Belém (PA), com 67,5.
Brasil registra mais de sete mortes violentas por hora em 2017

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O 12º Anuário de Segurança Pública compila dados das polícias de todos os estados do país e é utilizado como dado oficial, já que o governo federal ainda não tem uma base de informações nacional. Em julho, o Sistema Único da Segurança Pública (Susp) foi criado e, entre outras coisas, prevê a criação de um sistema de dados unificado entre as forças policiais e entre os estados, semelhante ao Datasus (do Sistema Único de Saúde).

“O crescimento da violência no país tem duas direções. Uma são as novas dinâmicas do crime organizado, agora, a outra, é a insistência da política pública de várias esferas e poderes, de continuar fazendo mais do mesmo””, diz o diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.
Brasil bate novo recorde de mortes violentas intencionais: 63 mil em 2017

Brasil bate novo recorde de mortes violentas intencionais: 63 mil em 2017

A letalidade das polícias nos estados brasileiros aumentou 20% em relação a 2016: 5.144 pessoas foram mortas em decorrência de intervenções de policiais civis e militares. Isso representa 14 mortos por policiais por dia.

“O modelo com o qual o país está optando por enfrentar o problema da segurança pública é um modelo que tem feito várias vítimas e quando você opta pelo confronto você gera resultados que são devastadores e a começar também pelo que é a soma de todos os nossos erros que é o sistema prisional”, diz Renato.

O número de policiais mortos diminuiu 4,9% em relação a 2016: 367 policiais civis e militares foram vítimas de homicídio em 2017 contra 386 em 2016.

Brasil bate recorde em assassinatos em 2017 (Foto: Juliane Souza/Arte G1 )
Brasil bate recorde em assassinatos em 2017 (Foto: Juliane Souza/Arte G1 )

O fórum também contabilizou o número de mulheres vítimas de homicídio no ano passado: 4.539 (aumento de 6,1% em relação a 2016). Desse total, 1.133 foram vítimas de feminicídio.

Ao todo, 221.238 foram registros de violência doméstica (606 casos por dia).

O número de estupros cresceu no país no período. Foram 60.018 casos registrados no país no ano passado, aumento de 8,4% em relação a 2016.

Os casos de latrocínio diminuíram 8,4%, indo de 2.527 para 2.333 casos em todo o país.

Praia de Ponta Negra, em Natal, virou 'cemitério' em protesto por número de homicídios no Rio Grande do Norte (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Praia de Ponta Negra, em Natal, virou ‘cemitério’ em protesto por número de homicídios no Rio Grande do Norte (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Foram apreendidas 119.484 armas de fogo em 2017, crescimento de 0,2% em relação ao ano anterior. Destas, 94,9% não foram cadastradas no sistema da Polícia Federal.

“Uma informação muito importante e inédita que vai fazer muito sentido para a gente entender o que está acontecendo no Brasil com esse crescimento [da violência]”, avaliou Renato.

Segundo ele, isso diz muito sobre o debate de armas no país, já que não é dificilmente é possível rastrear o que aconteceu com esses 94,9% de armas apreendidas e não registradas.

Diferentemente de 2016, a União e os estados aumentaram os gastos com segurança pública. A União gastou R$ 9,7 bilhões, aumento de 6,9%, os estados gastaram R$ 69,8 bilhões, crescimento de 0,2%. Já os municípios reduziram em 2% os gastos, com R$ 5,1 bilhões.

Apesar do pequeno aumento, a participação dessas despesas no total gasto no país é de 2,5%. Nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a participação desses gastos é de 4,5%.

“Não é à toa que chegamos a um patamar de quase 64 mil assassinatos. Gastamos menos que outros países e agora temos esse complicador, com o teto e com a crise fiscal, de fato a coordenação e a integração do sistema que prega a aprovação da lei do susp (sistema único de segurança pública) e tem que começar a ser implementado no ano que vem torna ainda mais desafiador esse quadro”, disse Samira Bueno.

“Estamos com um problema de sub financiamento da segurança pública”, disse Renato.

Pelo segundo ano, o Fórum divulga dados de pessoas desaparecidas no Brasil. O número absoluto cresceu de 81.176 em 2016 para 82.684 em 2017. A proporção de pessoas localizadas em relação ao total doi de 34,6% para 64,7%.
4,5 mil mulheres foram assassinadas e 60 mil estupradas em 22 estados, segundo Anuário de Segurança Pública.

Por Cíntia Acayaba e Paula Paiva Paulo, G1 SP

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