Oeste do Pará enfrenta impactos graves do uso de agrotóxicos na agricultura

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Foto: Reprodução | Expansão da produção de soja e milho impulsiona economia, mas provoca aumento de intoxicações, doenças crônicas e degradação ambiental.

A expansão da agricultura no Oeste do Pará, liderada pela produção de soja e milho em municípios como Belterra, Santarém e Mojuí dos Campos, trouxe crescimento econômico, mas também expôs a população a graves consequências do uso intensivo de agrotóxicos. Dados apontam um aumento alarmante de intoxicações, doenças crônicas e contaminação ambiental, colocando em risco o futuro da região.

Belterra, Santarém e Mojuí dos Campos estão entre os principais polos agrícolas do Pará, mas o uso intensivo de produtos químicos como o glifosato tem gerado impactos significativos na saúde pública e no meio ambiente. Segundo a Dra. Annelyse Figueiredo, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), os agrotóxicos não apenas controlam ervas daninhas, mas também contaminam solos, rios e até alimentos consumidos localmente.

Entre 2000 e 2024, 92 casos de intoxicação aguda por agrotóxicos foram notificados nos três municípios, sendo Belterra responsável por 54 registros. “Esses números são subestimados. Para cada caso registrado, a OMS estima que outros 50 não são reportados”, alerta Annelyse. Em Belterra, o aumento de notificações de 5 em 2018 para 44 em 2023 preocupa, especialmente porque mais de 60% das vítimas são jovens com menos de 19 anos.

Os impactos vão além das intoxicações imediatas. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram um crescimento de 123% nas mortes por câncer em Belterra entre 2000 e 2020, além de um aumento de 667% nas mortes por doenças neurológicas. A médica oncologista Kalysta Borges alerta para os efeitos de longo prazo da exposição crônica, que pode causar mutações celulares, alterações hormonais e doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson.

A pulverização de agrotóxicos também atinge escolas e comunidades próximas às lavouras, como a Escola Municipal Vitalina Mota, onde aulas são frequentemente suspensas devido à deriva técnica. “A contaminação não respeita fronteiras. Afeta o solo, a água e os pequenos agricultores, prejudicando a produção familiar e a segurança alimentar”, denuncia Sileuza Barreto, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mojuí dos Campos.

Especialistas e lideranças locais defendem a promoção da agroecologia como alternativa sustentável. “Precisamos de políticas públicas que incentivem práticas agrícolas menos agressivas e protejam áreas sensíveis, como escolas e comunidades rurais”, afirma Annelyse. A urgência de medidas integradas é um apelo para proteger a saúde e o meio ambiente no oeste do Pará, garantindo um futuro mais seguro para as próximas gerações.

Fonte: | Com informações de Brasil de Fato e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 19/01/2025/18:56:04

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