Os caminhos táticos que Felipão pode seguir na seleção

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Três zagueiros, ataque mais leve e até Neymar de centroavante: substituições indicam que técnico ensaia alternativas ao conhecido esquema
TERESÓPOLIS — Mesmo que as experiências não impliquem em uma mudança imediata no esquema tático da seleção, o coletivo desta quarta-feira, na Granja Comary, deixou claro que o técnico Luiz Felipe Scolari pensa em algumas alternativas para a equipe.

O Brasil começou o Mundial com o mesmo desenho conhecido desde a Copa das Confederações do ano passado: Oscar, Hulk e Neymar vindo de trás para abastecer Fred. No treino, Felipão colocou em campo duas variações a esse estilo de jogo. Uma delas, sem um centroavante fixo e com três zagueiros, com a entrada de Henrique no lugar de Fred. A outra, com Ramires na vaga de Hulk, e Neymar sozinho na frente.

Felipão começou o coletivo com a formação clássica, desfalcada de Luiz Gustavo, que levou o segundo cartão amarelo e está suspenso da partida das quartas de final, amanhã, contra a Colômbia. Paulinho entrou no lugar do volante, e Fernandinho passou a atuar mais recuado, à frente dos zagueiros. O treinador não fez nenhuma mudança no ataque e na defesa durante os primeiros trinta minutos de atividade.

Duas mudanças aconteceram após o intervalo. A principal delas, responsável por mudar o estilo de jogo da seleção, foi a saída de Fred, substituído por Henrique. O zagueiro do Napoli exerceu duas funções em campo. Em alguns momentos, ficou postado à frente da defesa, função de Luiz Gustavo no time. Em outros, recuou para formar uma linha de três zagueiros ao lado de Thiago Silva e David Luiz. O papel desempenhado por Henrique nesta quarta-feira foi semelhante ao de Edmílson na campanha do pentacampeonato, em 2002. Naquela ocasião, o jogador ora atuava na sobra de Lúcio e Roque Júnior, ora compunha o meio-campo com Gilberto Silva e Kléberson.

Sem um centroavante fixo, Neymar e Hulk formaram uma dupla de ataque com mais movimentação, abrindo espaço para a chegada dos jogadores do meio. Neste setor, quando Henrique era cabeça de área, Fernandinho abria pela esquerda, Paulinho pela direita, com Oscar no meio e à frente, em uma espécie de losango.

NEYMAR ISOLADO

Outra alteração foi na lateral-direita: Maicon no lugar de Daniel Alves, situação que já havia acontecido antes da partida com o Chile. Esta substituição fortalece o sistema defensivo, já que Maicon é mais forte na marcação.

Quando o coletivo já se encaminhava para o fim, Felipão tirou Hulk e pôs Ramires. Esta mudança não chega a ser novidade. O jogador do Chelsea jogou no lugar do atacante do Zenit contra o México — alteração que foi desfeita no intervalo — e o substituiu no segundo tempo, na vitória sobre Camarões. Esta situação, com Neymar isolado na frente, de costas para as jogadas e disputando espaço com dois zagueiros, é a menos provável de ser vista em campo. Ainda na parte final, Marcelo chegou a dar lugar a Maxwell, mas por um motivo que vai além da tática: o lateral-esquerdo precisava ir ao banheiro.

Ao comentar as várias alterações durante os 55 minutos de coletivo, Neymar foi diplomático e não demonstrou preferências. Em entrevista coletiva, o atacante fez questão de se mostrar flexível:

— Eu me encaixo em qualquer tipo de formação. A gente tem um excelente treinador. Ele que resolve as escalações e o jeito como a equipe vai jogar. Nós temos que obedecer e fazer de tudo para o time vencer. Com ou sem centroavante (em relação à substituição de Fred), a gente tem que jogar futebol.

Fonte: O Globo.

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