Pesquisa revela números do mercado de trabalho paraense

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foto-sitePesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho paraense (empresas e outras organizações). De acordo com o levantamento apresentado no Cadastro Central de Empresa (Cempre), o valor total pago pelas empresas às paraenses , em salários e outras remunerações,  subiu  quase 100%, entre 2010 e 2012. No entanto, esse valor ainda é quase R$ 3 bilhões menor do que o pago aos homens (R$ 13,5 bilhões).

O número de pessoas ocupadas, em 2012, também era maior entre os paraenses, apesar de a quantidade de mulheres que ingressou no mercado de trabalho nos três anos avaliados ter sido maior. De 2010 a 2012, o número de mulheres empregadas e assalariadas aumentou de 353,5 mil para 436,9 mil pessoas. Entre os homens esse aumento foi menor, saltando de 500,6 mil para 576,9 mil.

No Pará, havia 1 milhão de assalariados em 2012, número maior do que o apresentado em 2010 (939,5 mil). Essa evolução, entretanto, não acompanha o ritmo nacional. Em todo o Brasil, a quantidade de assalariados saiu de 49,7 milhões de pessoas para 53,3 milhões. Do total de pessoas assalariadas ocupadas do Pará, no ano em questão,  832,3 mil possuíam diploma de nível superior.

Foto: O LiberalFoto: O Liberal

Nesse quesito uma vantagem em cima da média nacional, uma vez que em todo o País, 8 em cada 10 brasileiros assalariados não têm diploma de faculdade. O Estado tinha 68,9 mil empresas e organizações. Nesse universo, 471 eram da administração pública, 58,3 mil eram entidades empresariais e 10,1 mil eram entidades sem fins lucrativos.

O serviço público no Pará emprega mais assalariados (421 mil) do que o privado (546,5 mil) e o sem fins lucrativos (45,3 mil). As entidades públicas também empregam mais mulheres (242,2 mil) do que homens (179,7 mil). Entre 2010 e 2012 cresceu em mais de 50% o número de funcionários públicos com diplomas de ensino superior, desenvolvimento não acompanhado pelas empresas privadas, onde o crescimento foi de 27,3 mil a 34,9 mil em três anos.

Considerando o Brasil inteiro, as entidades empresariais representavam, em 2012,  89,9% das organizações, 76,3% do total do pessoal ocupado, 73,4% do pessoal ocupado assalariado e 63,9% dos salários e outras remunerações. As entidades sem fins lucrativos, com 9,7% das organizações, foram responsáveis por 6,5% do pessoal ocupado total, 6,7% do pessoal ocupado assalariado e 6,3% dos salários pagos no ano.

A maioria das empresas do Pará eram de pequeno porte e têm de 0 a 4 funcionários. O Estado possuía 68,9 mil empresas, em 2012, entre as quais 49,6 mil estavam incluídas nesse contexto. As empresas menores estão no ramo do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas. Nesse setor, das 35,3 mil empresas existentes no Estado, em 2012, 26,6 mil tinham entre 0 e 4 trabalhadores. As empresas maiores estavam no ramo da administração pública, defesa e seguridade social.

O IBGE observou que esse segmento sustentava mais de 6 mil empresas com 100 ou mais funcionários, no Pará. Em Belém, o setor que mais emprega é o das atividades administrativas e serviços complementares (83,4 mil pessoas). O salário total pago nesse setor, em 2012, chegou a R$ 4,1 bilhões em salários e outras remunerações Com menos empregados estava o ramo da “eletricidade e gás”, com 1,7 mil empregados.

A pesquisa constatou que, quando analisada por porte das empresas e outras organizações, é possível verificar que 87,9% das empresas brasileiras tinham até nove pessoas ocupadas, 10,3% tinham de dez a 49 pessoas, 1,4 % tinham  de 50 a 249 pessoas e 0,4% tinham 250 pessoas ou mais.

Segundo o Cempre, há predomínio das empresas e organizações de menor porte na estrutura empresarial brasileira, mas foram as empresas e outras organizações com 250 pessoas ou mais que apresentaram as maiores participações nas variáveis analisadas: pessoal ocupado total (46,6%), pessoal ocupado assalariado (53,7%) e salários e outras remunerações (69,1%).

Essas empresas pagam os salários médios mensais mais elevados, o equivalente a R$ 2.527,11, valor 29,9% acima do salário médio de R$ 1.010,88 pago pelas empresas e outras organizações com apenas nove empregados – o que estabelece, em termos salariais, que “os valores pagos apresentam relação direta com o porte da empresa”.

O salário médio mensal pago aos assalariados no Estado do Pará era de 2,8 salários mínimos, valor 12% superior ao identificado em 2010. Em todo o Brasil, o salário médio caiu de 3,2 salários mínimos para 3,1, em 2012. Porém, é preciso observar que, com o aumento do salário mínimo, o salário de 2012 é maior do que o de 2010 e 35% superior ao registrado em 2008, quando o salário médio era de 3,4 salários mínimos.

O salário médio mensal pago pelas empresas e outras organizações apresentou aumento real de 10,1% entre 2008 e 2012. O crescimento real se deu em todos os anos, tendo fechado 2012 com alta de 2,1% (para R$ 1.943,16), em relação a 2011, quando o salário médio real já havia subido 4,7%. Na capital paraense, os maiores salários médios estão no setor de eletricidade e gás, 9,3 salários mínimos, em 2012.

Por: Rafael Querrer (Sucursal Brasília)

Publicado por Folha do Progresso fone para contato  Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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